Demanda e acesso para atenção secundária em saúde bucal nos municípios do Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes - CISVER - MG

• Autor(a) principal: Júlio Cézar Couto de Barros
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/35795
• topic: Integralidade em saúde; Atenção secundária à saúde; Saúde Bucal; Sistema Único de Saúde; Integralidade em saúde; Atenção secundária à saúde; Saúde bucal; Sistema Único de Saúde

A criação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) a partir da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) foi uma importante estratégia para a garantia da ampliação do acesso ao atendimento odontológico especializado. Porém, sua distribuição desigual pelo território nacional, aliado à alta demanda por atendimentos especializados faz com que uma parcela da população ainda fique desassistida. O presente estudo tem por objetivo conhecer a demanda e o acesso para procedimentos da atenção secundária em saúde bucal dos pacientes atendidos na atenção primária nos municípios do Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes (CISVER). A análise descritiva foi desenvolvida no programa SPSS for Windows versão 18.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (parecer 1.615.701). A pesquisa foi realizada com sete cirurgiões-dentistas que atuam na atenção primária em sete municípios pertencentes ao CISVER, os quais registraram, através de formulários eletrônicos instalados em smartphones pessoais, todos os pacientes atendidos na Atenção Primária que necessitavam de atendimento especializado em saúde bucal durante o período de setembro de 2019 a março de 2020, além do registro da especialidade requerida e do desfecho da mesma. Ao final do estudo, verificou-se um total de 651 pacientes com necessidade de tratamento especializado, sendo 374 (57,5%) do sexo feminino, 242 (37,2%) com idade entre 15 e 29 anos e 236 (36,3%) entre 30 a 59 anos. Em relação ao grau de escolaridade, 288 (44,2%) possuíam ensino fundamental e 154 (23,7%) ensino médio. A especialidade com maior necessidade foi a Endodontia, com 336 pacientes (51,6%), sendo que deste total, 121 (65,40%) tiveram o tratamento endodôntico realizado nas Unidades Básicas ou em serviço credenciado pelo SUS. Observou-se também que 275 (81,84%) pacientes possuíam apenas um elemento com necessidade de tratamento endodôntico, sendo o primeiro molar o dente permanente mais afetado, com 114 elementos (42,5%). O presente estudo evidenciou que, apesar dos inegáveis avanços alcançados pela saúde pública brasileira ao longo dos últimos anos, novas estratégias ainda precisam ser adotadas a fim de se garantir o acesso e a integralidade do cuidado, principalmente em relação à saúde bucal. Sendo assim, ou os critérios de implantação dos CEO devem ser revistos ou serviços especializados menores, municipais ou entre associações de municípios, devem ser implantados e adequados às diferentes realidades em saúde, de forma articulada com a Atenção Primária, baseada no perfil epidemiológico da população adscrita e nos indicadores sociais locais.