O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcos Paulo do Espírito Santo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/45850
Resumo: Sob influência da Reforma Psiquiátrica Brasileira e da Luta Antimanicomial, a partir dos anos 2000 foi fomentada uma parceria entre Saúde Mental e Economia Solidária visando a reabilitação psicossocial das pessoas com sofrimento mental pela via do trabalho. Inicialmente foram criados espaços de trabalho tutelados no interior da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Contudo, hoje já existem empreendimentos desvinculados dos serviços de saúde e organizados com base na autogestão. Diante dessa fissura, a presente dissertação visa observar as mudanças provocadas na vida das pessoas com sofrimento mental que trabalham em tais empreendimentos autogestionados. No primeiro momento descrevemos como ocorreu essa modificação na histórica relação entre trabalho e loucura. Em seguida, tendo como unidade de análise a Associação Suricato, realizamos observações participantes e entrevistas semi-estruturadas com associados(as) e ex-associados(as). Como resultado, notamos alguns pontos a partir dos quais aproximamos a vivência dessas pessoas como uma espécie de prolongamento da carreira moral do louco: I) maiores possibilidades de socialização em relação aos espaços tutelados II) internalização de identidades sociais para além da loucura III) modificação nos sentidos do trabalho. Por fim, dilemas e tensões também foram observadas, sobretudo a sombra da tutela e a questão da geração de renda.
id UFMG_90246bad79eb3c8ca96a49bb1701ce2c
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/45850
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Renan Springer de Freitashttp://lattes.cnpq.br/5321036427335727Ana Marcela Ardila PintoAlessandra Sampaio Chachamhttp://lattes.cnpq.br/9252577898273648Marcos Paulo do Espírito Santo2022-10-02T21:07:29Z2022-10-02T21:07:29Z2021-03-31http://hdl.handle.net/1843/45850Sob influência da Reforma Psiquiátrica Brasileira e da Luta Antimanicomial, a partir dos anos 2000 foi fomentada uma parceria entre Saúde Mental e Economia Solidária visando a reabilitação psicossocial das pessoas com sofrimento mental pela via do trabalho. Inicialmente foram criados espaços de trabalho tutelados no interior da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Contudo, hoje já existem empreendimentos desvinculados dos serviços de saúde e organizados com base na autogestão. Diante dessa fissura, a presente dissertação visa observar as mudanças provocadas na vida das pessoas com sofrimento mental que trabalham em tais empreendimentos autogestionados. No primeiro momento descrevemos como ocorreu essa modificação na histórica relação entre trabalho e loucura. Em seguida, tendo como unidade de análise a Associação Suricato, realizamos observações participantes e entrevistas semi-estruturadas com associados(as) e ex-associados(as). Como resultado, notamos alguns pontos a partir dos quais aproximamos a vivência dessas pessoas como uma espécie de prolongamento da carreira moral do louco: I) maiores possibilidades de socialização em relação aos espaços tutelados II) internalização de identidades sociais para além da loucura III) modificação nos sentidos do trabalho. Por fim, dilemas e tensões também foram observadas, sobretudo a sombra da tutela e a questão da geração de renda.Under the influence of the Brazilian Psychiatric Reform and the Anti-Asylum Movement, a partnership between movements Mental Health and Solidarity Economy was fostered in the 2000s aiming at the psychosocial rehabilitation of people with mental suffering through work. Initially, supervised work spaces were created within the Psychosocial Care Network (RAPS). However, today there are already enterprises that are disconnected from health services and organized on the basis of self-management. In view of this fissure, the present dissertation aims to observe the changes caused in the lives of people with mental suffering who work in such self-managed enterprises. First, we describe how this change occurred in the historical relationship between work and madness. Then, having the Suricato Association as the unit of analysis, we conducted participant observations and semi-structured interviews with associates and ex-associates. As a result, we noted some points from which we approach the experience of these people as a kind of moral anti-career for people who have mental suffering: I) greater possibilities of socialization in relation to the tutored spaces; II) internalization of social identities beyond madness; and III) modification in the sense of work. Finally, dilemmas and tensions were also observed, especially the shadow of guardianship and the issue of income generation.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em SociologiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIASaúde mentalTrabalho autogestionadoTrabalho tuteladoLoucuraO louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALO louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde.pdfO louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde.pdfapplication/pdf771942https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45850/1/O%20louco%20trabalhando%20em%20um%20modelo%20de%20autogest%c3%a3o%20desvinculado%20dos%20servi%c3%a7os%20de%20sa%c3%bade.pdf0a9b3a4f30980f344dbd60bf98752cfcMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45850/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/458502022-10-02 18:07:29.383oai:repositorio.ufmg.br:1843/45850TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-10-02T21:07:29Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
title O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
spellingShingle O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
Marcos Paulo do Espírito Santo
Saúde mental
Trabalho autogestionado
Trabalho tutelado
Loucura
title_short O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
title_full O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
title_fullStr O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
title_full_unstemmed O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
title_sort O louco trabalhando em um modelo de autogestão desvinculado dos serviços de saúde
author Marcos Paulo do Espírito Santo
author_facet Marcos Paulo do Espírito Santo
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Renan Springer de Freitas
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5321036427335727
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Ana Marcela Ardila Pinto
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Alessandra Sampaio Chacham
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9252577898273648
dc.contributor.author.fl_str_mv Marcos Paulo do Espírito Santo
contributor_str_mv Renan Springer de Freitas
Ana Marcela Ardila Pinto
Alessandra Sampaio Chacham
dc.subject.por.fl_str_mv Saúde mental
Trabalho autogestionado
Trabalho tutelado
Loucura
topic Saúde mental
Trabalho autogestionado
Trabalho tutelado
Loucura
description Sob influência da Reforma Psiquiátrica Brasileira e da Luta Antimanicomial, a partir dos anos 2000 foi fomentada uma parceria entre Saúde Mental e Economia Solidária visando a reabilitação psicossocial das pessoas com sofrimento mental pela via do trabalho. Inicialmente foram criados espaços de trabalho tutelados no interior da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Contudo, hoje já existem empreendimentos desvinculados dos serviços de saúde e organizados com base na autogestão. Diante dessa fissura, a presente dissertação visa observar as mudanças provocadas na vida das pessoas com sofrimento mental que trabalham em tais empreendimentos autogestionados. No primeiro momento descrevemos como ocorreu essa modificação na histórica relação entre trabalho e loucura. Em seguida, tendo como unidade de análise a Associação Suricato, realizamos observações participantes e entrevistas semi-estruturadas com associados(as) e ex-associados(as). Como resultado, notamos alguns pontos a partir dos quais aproximamos a vivência dessas pessoas como uma espécie de prolongamento da carreira moral do louco: I) maiores possibilidades de socialização em relação aos espaços tutelados II) internalização de identidades sociais para além da loucura III) modificação nos sentidos do trabalho. Por fim, dilemas e tensões também foram observadas, sobretudo a sombra da tutela e a questão da geração de renda.
publishDate 2021
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-03-31
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-10-02T21:07:29Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-10-02T21:07:29Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/45850
url http://hdl.handle.net/1843/45850
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Sociologia
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FAF - DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45850/1/O%20louco%20trabalhando%20em%20um%20modelo%20de%20autogest%c3%a3o%20desvinculado%20dos%20servi%c3%a7os%20de%20sa%c3%bade.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45850/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 0a9b3a4f30980f344dbd60bf98752cfc
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589435555577856