Infecção helmíntica exerce efeito benéfico no desenvolvimento da obesidade experimental e suas consequências metabólicas

• Autor(a) principal: Camila Pereira de Queiroz
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/34520
• topic: Heligmosomoides polygyrus; Inflamação; Imunorregulação; Nematospiroides dubius; Inflamação; Obesidade; Helmintíase

Obesidade é uma doença inflamatória crônica de abrangência mundial, caracterizada pelo acúmulo anormal e excessivo de gordura que pode provocar danos à saúde. A grande preocupação acerca desta doença diz respeito aos distúrbios metabólicos associados a ela, que podem resultar em síndrome metabólica. A infecção por helmintos induz diversos mecanismos capazes de regular e modular a resposta imune do hospedeiro, garantindo a sua permanência. Estas modulações, que incluem a ativação de células T reguladoras, acabam sendo benéficas ao indivíduo, diminuindo a inflamação e consequentemente impedindo o desenvolvimento de doenças inflamatórias crônicas. Neste contexto, o presente estudo objetivou investigar a influência da infecção por Heligmosomoides polygyrus no desenvolvimento de obesidade e suas consequências. Camundongos C57BL/6 machos, livres de patógenos específicos, foram submetidos à dieta controle ou indutora de obesidade, por até oito semanas, na presença ou não de infecção helmíntica. Semanalmente foram avaliados parâmetros de ganho de peso, ingestão calórica e manutenção da infecção, e posteriormente resistência à insulina, colesterol, secreção de adipocinas, inflamação e migração celular para tecido adiposo. Apesar de não haver diferença na ingestão calórica entre os animais submetidos à dieta hiperlipídica, a presença da infecção foi capaz de prevenir o ganho de peso, exercendo influência no peso do tecido adiposo, epididimal e subcutâneo. Este efeito não ocorre devido a espoliação do parasita já que não houve diferença de peso entre os grupos que receberam dieta controle. Além disso, a infecção foi capaz de impedir o desenvolvimento de: hipertrofia exacerbada dos adipócitos, resistência à insulina e desregulação na produção de adipocinas. Houve também diminuição da inflamação, aparentemente em mecanismo independente de IL-10, e aumento de células T reguladoras e eosinófilos no tecido adiposo. Apesar disso, a infecção não foi capaz de reduzir o estresse oxidativo, nem alterar a migração de células inflamatórias (Th17, ILC1, ILC3) para o tecido. No geral, a infecção foi capaz de prevenir o ganho exacerbado de peso e o desenvolvimento de consequências associadas à obesidade, provavelmente devido a diminuição da inflamação, associada ao aumento das células T reguladoras.