Panóptico digital e ciberpoder: o poder e o direito na sociedade da informação

• Autor(a) principal: Marco Antônio Sousa Alves
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/39478; https://orcid.org/0000-0002-4885-8773
• topic: Ciberpoder; Sociedade da informação; Foucault; Poder; Direito; Sociedade da informação; Poder (Ciências sociais); Foucault, Michel, 1926-1984

Michel Foucault é talvez o filósofo do século XX que mais contribuiu para o refinamento da noção de poder e para a compreensão da maneira como o poder funciona nas sociedades ocidentais modernas. Em primeiro lugar, pretendo investigar as análises do poder realizadas por Foucault ao longo dos anos 1970, nas quais um claro adversário aparece: o discurso jurídico de concepção do poder, que tende a ocultar as relações em jogo e a mascarar as técnicas de dominação, comprometendo as resistências e lutas possíveis. Assim, gostaria de analisar duas sugestões de Foucault que podem guiar novas alternativas: (1) ao invés de partir de um suposto centro e de procurar pelos princípios mais profundos, devemos privilegiar a descrição e a análise das relações de poder a partir das extremidades, de forma capilar; (2) contra o privilégio de um modelo explicativo em termos jurídicos, sugere-se uma pluralidade de outros modelos (como o disciplinar e o biopolítico), que nos fazem perceber as relações de poder para além do domínio do direito. Partindo dessas considerações, gostaria de analisar a questão do ciberpoder e do direito na sociedade da informação. Para tal, proponho voltar a atenção para o novo panóptico digital, baseado em um conjunto de fenômenos interrelacionados: o registro permenente, a hipercomunicação, o exame ininterrupto, o cibercontrole e os códigos informáticos.