Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniela Arruda Soares
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ADAG6C
Resumo: A transição nutricional, atrelada às mudanças demográficas e epidemiológicas aceleradas, concorre para o incremento da morbi-mortalidade associada às doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e no mundo. Entretanto, pouco se sabe sobre a transição nutricional entre minorias étnicas e raciais no Brasil, especialmente nas Comunidades Quilombolas. O objetivo dessa tese foi determinar a prevalência de sobrepeso / obesidade abdominal e dos indicadores nutricionais combinados em adultos residentes em Comunidades Quilombola no Nordeste do Brasil e, investigar os fatores associados à presença dessas condições. O sobrepeso foi definido como Índice de Massa Corporal >25,0Kg/m2 (IMC) e a obesidade abdominal como Razão Cintura Estatura >0,5 (RCE). Os indicadores nutricionais combinados foram definidos como IMC >25,0Kg/m2 para adultos e IMC >27,0Kg/m2 para idosos mais RCE >0,5 ou IMC >25,0Kg/m2 para adultos e IMC >27,0Kg/m2 para idosos mais Circunferência da cintura CC >80cm, se mulher, ou >94cm, se homem. Todos os participantes com 18 ou mais anos do Projeto Comquista: Comunidades Quilombolas de Vitória da Conquista- avaliação de saúde e seus condicionantes foram incluídos no estudo. Trata-se de estudo transversal com amostra aleatória em dois estágios de 739 adultos >20 anos, realizada em 2011. Regressão logística uni e multivariável e o teste de Hosmer&Lemeshow foram utilizados para construir e verificar o ajuste dos modelos de fatores associados de forma independente ao sobrepeso e obesidade abdominal e ao risco nutricional combinado estimado tanto pelo IMC+RCE quanto pelo IMC+CC. Observou-se que as prevalências de sobrepeso e obesidade corporal foram de 31,8% e 10,2% e a de razão cintura-estatura aumentada 55,7%. O sobrepeso foi maior na faixa etária de 30 a 39 anos e a obesidade abdominal foi mais frequente em idades mais velhas. Sexo feminino, consumo de frango ou carne com gordura aparente e hipertensão aumentaram a chance para os dois indicadores enquanto que o tabagismo e estado civil não casado diminuíram esta chance. A baixa escolaridade e não trabalhar elevaram a chance de obesidade abdominal. Com relação aos indicadores nutricionais combinados, as prevalências foram de 35,3% (IMC+RCE) e 26,8% (IMC+CC). Sexo feminino e hipertensão aumentaram a chance para os dois indicadores enquanto que o estado civil não casado diminuiu esta chance. O risco nutricional combinado (IMC+RCE) foi maior na faixa etária de 40 a 59 anos e o risco (IMC+CC) foi mais frequente na faixa de 40 a 49 anos. A baixa escolaridade elevou o risco (IMC+RCE) e assistir televisão por duas ou mais horas/dia, o risco (IMC+CC). Os achados do estudo mostraram que as prevalências de sobrepeso e obesidade abdominal, separadas ou em conjunto, são elevadas na população Quilombola, um grupo de alta vulnerabilidade social, indicando a necessidade de ações direcionadas para melhorias nas condições nutricionais e de saúde dessa população no país.
id UFMG_91a6ba77b031835cb924807ee1f43577
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-ADAG6C
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Sandhi Maria BarretoRaquel SouzasRoberta Carvalho de FigueiredoAline Cristine Souza LopesJorge Gustavo Velasquez MelendezDaniela Arruda Soares2019-08-12T19:59:41Z2019-08-12T19:59:41Z2013-12-06http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ADAG6CA transição nutricional, atrelada às mudanças demográficas e epidemiológicas aceleradas, concorre para o incremento da morbi-mortalidade associada às doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e no mundo. Entretanto, pouco se sabe sobre a transição nutricional entre minorias étnicas e raciais no Brasil, especialmente nas Comunidades Quilombolas. O objetivo dessa tese foi determinar a prevalência de sobrepeso / obesidade abdominal e dos indicadores nutricionais combinados em adultos residentes em Comunidades Quilombola no Nordeste do Brasil e, investigar os fatores associados à presença dessas condições. O sobrepeso foi definido como Índice de Massa Corporal >25,0Kg/m2 (IMC) e a obesidade abdominal como Razão Cintura Estatura >0,5 (RCE). Os indicadores nutricionais combinados foram definidos como IMC >25,0Kg/m2 para adultos e IMC >27,0Kg/m2 para idosos mais RCE >0,5 ou IMC >25,0Kg/m2 para adultos e IMC >27,0Kg/m2 para idosos mais Circunferência da cintura CC >80cm, se mulher, ou >94cm, se homem. Todos os participantes com 18 ou mais anos do Projeto Comquista: Comunidades Quilombolas de Vitória da Conquista- avaliação de saúde e seus condicionantes foram incluídos no estudo. Trata-se de estudo transversal com amostra aleatória em dois estágios de 739 adultos >20 anos, realizada em 2011. Regressão logística uni e multivariável e o teste de Hosmer&Lemeshow foram utilizados para construir e verificar o ajuste dos modelos de fatores associados de forma independente ao sobrepeso e obesidade abdominal e ao risco nutricional combinado estimado tanto pelo IMC+RCE quanto pelo IMC+CC. Observou-se que as prevalências de sobrepeso e obesidade corporal foram de 31,8% e 10,2% e a de razão cintura-estatura aumentada 55,7%. O sobrepeso foi maior na faixa etária de 30 a 39 anos e a obesidade abdominal foi mais frequente em idades mais velhas. Sexo feminino, consumo de frango ou carne com gordura aparente e hipertensão aumentaram a chance para os dois indicadores enquanto que o tabagismo e estado civil não casado diminuíram esta chance. A baixa escolaridade e não trabalhar elevaram a chance de obesidade abdominal. Com relação aos indicadores nutricionais combinados, as prevalências foram de 35,3% (IMC+RCE) e 26,8% (IMC+CC). Sexo feminino e hipertensão aumentaram a chance para os dois indicadores enquanto que o estado civil não casado diminuiu esta chance. O risco nutricional combinado (IMC+RCE) foi maior na faixa etária de 40 a 59 anos e o risco (IMC+CC) foi mais frequente na faixa de 40 a 49 anos. A baixa escolaridade elevou o risco (IMC+RCE) e assistir televisão por duas ou mais horas/dia, o risco (IMC+CC). Os achados do estudo mostraram que as prevalências de sobrepeso e obesidade abdominal, separadas ou em conjunto, são elevadas na população Quilombola, um grupo de alta vulnerabilidade social, indicando a necessidade de ações direcionadas para melhorias nas condições nutricionais e de saúde dessa população no país.The nutritional transition, linked to rapid demographic and epidemiological changes contributes to increase the morbi-mortality associated with chronic non-communicable diseases in Brazil and Worldwide. However, very little is known on the pace of the nutritional transition among racial and ethnic minorities in Brazil, especially among communities reminiscent of African slaves in Brazil (Quilombos). The main objective of this thesis was to estimate the prevalence of overweight and abdominal obesity, separately and in combination, among adults living in Quilombo Communities in Northeastern Brazil and to investigate sociodemographic and health-related factors associated with these conditions. Overweight was assessed by body mass index (BMI) >25kg/m2 and abdominal obesity by waist-to-height ratio >0,50 (WHR). Two combinations were used to compose the indicators nutritionals: BMI+WHR: (BMI >25kg/m2 for adults and BMI >27kg/m2 for elderly plus WHR >0,50) and BMI+WC (WC-waist circumference): (BMI >25kg/m2 for adults and BMI >27kg/m2 for elderly plus WC >80cm, if woman, or >94cm, if man). All adults (>18 years of age) included in the "Project Comquista: Quilombo Communities of Vitória da Conquista - health assessment and its determinants", a population-based cross-sectional study carried out in 2011. A two-stage random sample of 739 adults >20 years were selected. Univariate and multivariate logistic regression analysis were used to identify the factors independently associated with overweight and abdominal obesity, isolated and in combination, and the Hosmer&Lemeshow test to verify for model fitting. The prevalence of overweight and obesity were 31,8% and 10,2%, respectively, and of increased WHR 55,7%. Prevalence of overweight was higher among 30-39 years-old and abdominal obesity was more frequent at older ages. Female sex, eating chicken or meat with fat and hypertension increased the chances of overweight and abdominal obesity, while smoking and being unmarried decreased the chances. Lower education and no work increased the chance of abdominal obesity. Prevalence of nutritional risk (BMI+WHR) was higher among 40-59 years-old and nutritional risk (BMI+WC) was more frequent among 40-49 years-old. Female sex and hypertension increased the chances of both combined nutritional risk, while being unmarried decreased the chances. Lower education increased the risk of elevated BMI+WHR and watch television for two or more hours per day the risk of elevated BMI+WC. The findings show high prevalences of both overweight and abdominal adiposity, alone and in combination in population of high social vulnerability. They indicate the need for actions directed to improve nutritional and health conditions of this African descent segment of the population.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSaúde públicaEstaturaSobrepesoObesidadeObesidade AbdominalGrupo com Ancestrais do Continente AfricanoSobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_completa_1.pdfapplication/pdf1427030https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADAG6C/1/tese_completa_1.pdf7a5fd586d47e59d52698e2253db6bef4MD51TEXTtese_completa_1.pdf.txttese_completa_1.pdf.txtExtracted texttext/plain152185https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADAG6C/2/tese_completa_1.pdf.txta29e24b1ac52ed7bcf71ed24a18dea97MD521843/BUBD-ADAG6C2019-11-14 19:44:36.975oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-ADAG6CRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T22:44:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
title Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
spellingShingle Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
Daniela Arruda Soares
Estatura
Sobrepeso
Obesidade
Obesidade Abdominal
Grupo com Ancestrais do Continente Africano
Saúde pública
title_short Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
title_full Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
title_fullStr Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
title_full_unstemmed Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
title_sort Sobrepeso e obesidade abdominal em adultos: estudo de base populacional em Comunidades Quilombolas no Nordeste do Brasil
author Daniela Arruda Soares
author_facet Daniela Arruda Soares
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Sandhi Maria Barreto
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Raquel Souzas
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Roberta Carvalho de Figueiredo
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Aline Cristine Souza Lopes
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Jorge Gustavo Velasquez Melendez
dc.contributor.author.fl_str_mv Daniela Arruda Soares
contributor_str_mv Sandhi Maria Barreto
Raquel Souzas
Roberta Carvalho de Figueiredo
Aline Cristine Souza Lopes
Jorge Gustavo Velasquez Melendez
dc.subject.por.fl_str_mv Estatura
Sobrepeso
Obesidade
Obesidade Abdominal
Grupo com Ancestrais do Continente Africano
topic Estatura
Sobrepeso
Obesidade
Obesidade Abdominal
Grupo com Ancestrais do Continente Africano
Saúde pública
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Saúde pública
description A transição nutricional, atrelada às mudanças demográficas e epidemiológicas aceleradas, concorre para o incremento da morbi-mortalidade associada às doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e no mundo. Entretanto, pouco se sabe sobre a transição nutricional entre minorias étnicas e raciais no Brasil, especialmente nas Comunidades Quilombolas. O objetivo dessa tese foi determinar a prevalência de sobrepeso / obesidade abdominal e dos indicadores nutricionais combinados em adultos residentes em Comunidades Quilombola no Nordeste do Brasil e, investigar os fatores associados à presença dessas condições. O sobrepeso foi definido como Índice de Massa Corporal >25,0Kg/m2 (IMC) e a obesidade abdominal como Razão Cintura Estatura >0,5 (RCE). Os indicadores nutricionais combinados foram definidos como IMC >25,0Kg/m2 para adultos e IMC >27,0Kg/m2 para idosos mais RCE >0,5 ou IMC >25,0Kg/m2 para adultos e IMC >27,0Kg/m2 para idosos mais Circunferência da cintura CC >80cm, se mulher, ou >94cm, se homem. Todos os participantes com 18 ou mais anos do Projeto Comquista: Comunidades Quilombolas de Vitória da Conquista- avaliação de saúde e seus condicionantes foram incluídos no estudo. Trata-se de estudo transversal com amostra aleatória em dois estágios de 739 adultos >20 anos, realizada em 2011. Regressão logística uni e multivariável e o teste de Hosmer&Lemeshow foram utilizados para construir e verificar o ajuste dos modelos de fatores associados de forma independente ao sobrepeso e obesidade abdominal e ao risco nutricional combinado estimado tanto pelo IMC+RCE quanto pelo IMC+CC. Observou-se que as prevalências de sobrepeso e obesidade corporal foram de 31,8% e 10,2% e a de razão cintura-estatura aumentada 55,7%. O sobrepeso foi maior na faixa etária de 30 a 39 anos e a obesidade abdominal foi mais frequente em idades mais velhas. Sexo feminino, consumo de frango ou carne com gordura aparente e hipertensão aumentaram a chance para os dois indicadores enquanto que o tabagismo e estado civil não casado diminuíram esta chance. A baixa escolaridade e não trabalhar elevaram a chance de obesidade abdominal. Com relação aos indicadores nutricionais combinados, as prevalências foram de 35,3% (IMC+RCE) e 26,8% (IMC+CC). Sexo feminino e hipertensão aumentaram a chance para os dois indicadores enquanto que o estado civil não casado diminuiu esta chance. O risco nutricional combinado (IMC+RCE) foi maior na faixa etária de 40 a 59 anos e o risco (IMC+CC) foi mais frequente na faixa de 40 a 49 anos. A baixa escolaridade elevou o risco (IMC+RCE) e assistir televisão por duas ou mais horas/dia, o risco (IMC+CC). Os achados do estudo mostraram que as prevalências de sobrepeso e obesidade abdominal, separadas ou em conjunto, são elevadas na população Quilombola, um grupo de alta vulnerabilidade social, indicando a necessidade de ações direcionadas para melhorias nas condições nutricionais e de saúde dessa população no país.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013-12-06
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-12T19:59:41Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-12T19:59:41Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ADAG6C
url http://hdl.handle.net/1843/BUBD-ADAG6C
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADAG6C/1/tese_completa_1.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-ADAG6C/2/tese_completa_1.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 7a5fd586d47e59d52698e2253db6bef4
a29e24b1ac52ed7bcf71ed24a18dea97
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676982772039680