A função do recurso à droga na psicose: enlaces e desenlaces

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Júlia Reis da Silva Mendonça
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B97FRF
Resumo: O objetivo desta tese é investigar a função do recurso à droga na psicose a partir de dois casos clínicos. Ainda que na literatura psicanalítica, na maioria das vezes, a função da substância na psicose seja descrita com estabilizadora, ao promover uma identificação imaginária ao significante sou toxicômano, alguns casos clínicos evidenciam que o recurso à substância não é uma saída clínica a ser sustentada, seja pela precariedade dessa solução, que coloca o sujeito no limite da passagem ao ato, ou, seja porque nem sempre a droga tem uma função estabilizadora. Nesse sentido, desenvolve-se, nesta pesquisa, a hipótese de que a função do recurso à substância na psicose não é necessariamente estabilizadora. A pesquisa utiliza a metodologia da construção do caso clínico a fim de apresentar os casos bem como orientar as questões que surgiram ao longo da pesquisa. A partir do trabalho de pesquisa realizado, chega-se a conclusão que a estabilização pela identificação imaginária ao significante sou toxicômano na psicose é precária e instável, ou seja, é uma solução que está sujeita a desarranjos. As contribuições advindas da clínica nodal e da clínica das psicoses ordinárias permitem ressituar a investigação da função do recurso à substância na psicose em função dos enlaces, desenlaces e reenlaces em relação ao Outro. Desse modo, o recurso à substância na psicose pode promover um desenlace, reforçar a foraclusão, promover efeitos devastadores no corpo e, ainda, funcionar como um dos nomes do pior. De modo que um tratamento possível para psicóticos que recorrem à substância se delineia no sentido da construção de novas soluções que tenham menos efeitos secundários do que a droga, que sejam mais eficazes e menos danosos para os sujeitos.
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