Avaliação da frequência de dermatoses em pacientes receptores de transplante renal e em pacientes com doença renal crônica acompanhados no hospital das clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

• Autor(a) principal: Érica Cristina Vieira
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/56010
• topic: Dermatopatias; Transplante de rim; Insuficiência renal crônica; Imunossupressores; Carcinoma basocelular; Carcinoma de células escamosas; Medicina tropical; Dermatopatias; Transplante de Rim; Insuficiência Renal Crônica; Imunossupressores; Carcinoma Basocelular; Hospitais Federais; Dissertação Acadêmica

Introdução: A população de indivíduos com doença renal crônica (DRC) assim como a de receptores de transplante renal (RTR) são crescentes no Brasil e no mundo. Ambas as populações podem apresentar doenças de pele, que são mais peculiares a esses grupos. Objetivos: Avaliar a prevalência de afecções dermatológicas em RTR e em pacientes com DRC. Métodos: Estudo observacional, transversal, que avaliou as doenças dermatológicas apresentadas por pacientes acompanhados no Ambulatório de Transplante Renal e no Ambulatório de Nefrologia de um hospital universitário no período de 2015 a 2020. As dermatoses foram divididas em benignas não infecciosas, infecciosas, pré-neoplásicas e neoplásicas. Os grupos foram estratificados por idade em subgrupo 1 (18 – 39 anos), subgrupo 2 (40 – 59 anos) e subgrupo 3 (igual ou maior que 60 anos). Resultados: No período do estudo, 308 pacientes foram incluídos, sendo 206 RTR e 102 pacientes com DRC. No grupo RTR, a mediana de idade foi de 48 anos (intervalo interquartil [IIQ]: 38,0-56,0), 63,6% eram homens e as principais causas da perda de função foram glomerulopatia (26,7%) e o diabetes mellitus (6,8%). Nos indivíduos com DRC, a mediana de idade foi de 61 anos (IIQ: 50,0 – 71,2), 48,0% eram homens e as principais etiologias da doença renal foram diabetes mellitus (25,5%) seguida de glomerulopatia (23,5%). Doenças infecciosas da pele foram mais prevalentes em RTR que nos pacientes com DRC (39,3 vs. 21,6%, p=0,002). Indivíduos com DRC do subgrupo 2 fumavam mais e usavam menos protetor solar que os RTR do mesmo subgrupo. No subgrupo 3, doenças relacionadas ao papilomavírus humano (HPV) foram mais prevalentes nos RTR que nos pacientes com DRC (23,5% vs 3,6%, p=0,005). No subgrupo 1 não houve associação na prevalência de nenhuma doença quando comparado as populações de RTR e DRC. Câncer de pele não melanoma estava presente em 9 (4,4%) da população de RTR e em apenas 1 (1,0%) paciente no grupo DRC. Foi encontrada uma relação de carcinoma basocelular sobre espinocelular de 2:1 nos RTR. Houve maior prevalência do uso de azatioprina nos RTR com câncer de pele não melanoma quando comparado aos que não tinham câncer de pele e usaram essa medicação (66,7% vs 20,3%, p=0,005), da mesma forma que houve maior prevalência de infecção por HPV nos RTR que usaram azatioprina em comparação aos que não apresentaram essa dermatose e fizeram uso desse mesmo imunossupressor (42,9% vs. 20,0% p=0,026). Conclusões: Esse estudo demonstrou que, em pacientes acompanhados um centro de referência em nefrologia e transplante renal, os RTR apresentaram maior prevalência de doenças infecciosas que o pacientes com DRC. A avaliação da pele nos RTR e em pacientes com DRC deve ser realizada rotineiramente para melhor manejo e prevenção dessas doenças, incluindo as neoplasias cutâneas.