As vozes que silenciam os "eus" de Fabiano, em Vidas Secas, de G. Ramos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gabriela Pacheco Amaral
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/RMSA-AHVM4P
Resumo: Este trabalho busca analisar a multiplicidade de vozes que surgem nos desdobramentos dos eus e no silenciamento do personagem Fabiano, do romance Vidas Secas (1938) de Graciliano Ramos. Consideramos que o silenciamento em Vidas Secas pode ser investigado a partir dos pensamentos que envolvem o protagonista e que, por conseguinte geram um desdobramento dos eus de Fabiano. Esse desdobramento pode ser um efeito da angústia do personagem quanto aos papéis identitários e quanto aos imaginários e às ideologias que constituem as formações discursivas nas quais ele se depara ao longo de sua jornada. Em algumas situações comunicativas, Fabiano não se identifica plenamente com o sujeito universal que advêm das formações discursivas, por isso, ele não apresenta uma tomada de posição única e homogênea diante de determinados contextos. Buscaremos, assim, compreender as vozes ideológicas, morais e/ ou não morais que constituem as formações discursivas e que podem contribuir para o silenciamento de Fabiano na trama narrativa. Para isso, iremos estabelecer um diálogo entre os conceitos de dialogismo e polifonia de Bakhtin como os postulados de Pêcheux sobre as formações discursivas e também com a Semiolinguística de Charaudeau. Acreditamos que no campo da Análise do Discurso essas teorias não se excluem umas às outras, elas se complementam e podem enriquecer ainda mais nossas análises. Na esteira de Bakhtin e de Pêcheux, deparamo-nos com teorias e conceitos que auxiliam nosso percurso teórico enquanto que a Semiolinguística nos fornece tanto teorias quanto categorias de análise. De tal modo, um diálogo entre ambas pode nos possibilitar uma maior compreensão sobre nosso corpus e sobre como investigar o silenciamento de Fabiano em Vidas Secas. Nosso objetivo foi enfim o de mostrar que o silenciamento de Fabiano não é um silêncio no sentido literal da palavra, mas sim um diálogo interno que raramente vem à tona, pois é sufocado pelas vozes das ideologias dominantes.
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Em algumas situações comunicativas, Fabiano não se identifica plenamente com o sujeito universal que advêm das formações discursivas, por isso, ele não apresenta uma tomada de posição única e homogênea diante de determinados contextos. Buscaremos, assim, compreender as vozes ideológicas, morais e/ ou não morais que constituem as formações discursivas e que podem contribuir para o silenciamento de Fabiano na trama narrativa. Para isso, iremos estabelecer um diálogo entre os conceitos de dialogismo e polifonia de Bakhtin como os postulados de Pêcheux sobre as formações discursivas e também com a Semiolinguística de Charaudeau. Acreditamos que no campo da Análise do Discurso essas teorias não se excluem umas às outras, elas se complementam e podem enriquecer ainda mais nossas análises. Na esteira de Bakhtin e de Pêcheux, deparamo-nos com teorias e conceitos que auxiliam nosso percurso teórico enquanto que a Semiolinguística nos fornece tanto teorias quanto categorias de análise. De tal modo, um diálogo entre ambas pode nos possibilitar uma maior compreensão sobre nosso corpus e sobre como investigar o silenciamento de Fabiano em Vidas Secas. Nosso objetivo foi enfim o de mostrar que o silenciamento de Fabiano não é um silêncio no sentido literal da palavra, mas sim um diálogo interno que raramente vem à tona, pois é sufocado pelas vozes das ideologias dominantes.L'objectif de cette étude est d'analyser la pluralité de voix qui émergent à partir de la division de nombreux moi(s) et de lattitude silencieuse du personnage Fabiano dans le roman Vies Arides Vidas Secas, en portugais - publié en 1938 par lécrivain brésilien Graciliano Ramos. On considère que ce silence peut être analysé à travers les pensées du personnage autour duquel lhistoire a été construite : en dautres mots on peut étudier le silence par moyen de la division des plusieurs moi(s) qui sont refoulés dans ce personnage. Il est possible que cette division soit le résultat de langoisse du personnage par rapport à ses rôles identitaires et imaginaires, ou aux idéologies qui constituent les formations discursives qui assaillent le personnage en question, nommé Fabiano. Pourtant, lors de certaines situations communicatives, il ne sidentifie complètement pas avec le sujet universel qui émerge de ces formations discursives. Par conséquent, il hésite et ne prend pas position dune manière unique et homogène vis-à-vis de certaines personnes ou des certaines situations. On cherche à comprendre, alors, les voix idéologiques, morales et/ou celles qui nont pas un caractère moral qui constituent les formations discursives et qui sont capables de favoriser lattitude silencieuse de Fabiano dans la narrative du roman. Pour que cela soit possible, on établira un dialogue entre les concepts de dialogisme et de polyphonie chez Bakhtine, les postulats de Pêcheux sur les formations discursives et des concepts liés à la Sémiolinguistique de Charaudeau. On croit que, dans le domaine de lAnalyse du Discours, ces théories ne sexcluent pas mais sont complémentaires et leur usage peut enrichir les analyses. À la suite de Bakhtin et Pêcheux, dun côté, on a des théories et des concepts qui aident la construction du parcours théorique. Dun autre côté, la Sémiolinguistique fournit des contributions théoriques et analytiques. Ainsi, un dialogue entre ces deux perspectives aidera lappréhension du corpus de cette recherche dont lobjectif est enfin, celui de montrer que le silence de Fabiano nest pas un « silence » au sens littéral du terme, mais un dialogue intérieur qui némerge pas car il est étouffé par les voix dominantes.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGRamos, Graciliano , 1892-1953 Vidas secas Crítica e interpretaçãoAnálise do discursoAnálise do discurso literárioFabiano (Personagem fictício)DesdobramentosAnálise do DiscursoSilenciamentoVozes ideológicasVidas SecasAs vozes que silenciam os "eus" de Fabiano, em Vidas Secas, de G. 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