Tempos de execução da técnica de sons vibrantes e dados eletroglotográficos de idosas

• Autor(a) principal: Bárbara de Faria Morais Nogueira
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/44270
• topic: Idoso; Voz; Envelhecimento; Distúrbios da voz; Treinamento da voz; Idoso; Voz; Distúrbios da voz; Treinamento da voz; Envelhecimento; Dissertação Acadêmica

Introdução: com o aumento da expectativa de vida da população, maior atenção deve ser dada à comunicação do idoso. A manutenção de uma boa qualidade de voz permite o idoso se comunicar mais eficazmente, ter maior autoestima e permanecer investido em seus grupos sociais. O interesse pela abordagem da situação de presbilaringe e presbifonia deve-se ao fato de a população de idosos ter aumentado nos últimos anos, gerando a necessidade de ampliação de estudos referentes a este grupo etário. Objetivo: analisar e comparar os efeitos vocais imediatos da técnica de sons vibrantes sonorizados na avaliação das medidas acústicas e perceptivo-auditivas de idosas com e sem autopercepção de alteração vocal, e apresentar valores de referência para os dados de frequência fundamental e quociente de fase fechada extraído do EGG em idosas segundo diagnóstico laríngeo. Método: estudo transversal, clínico, quase experimental, com amostra de conveniência composto por idosas com idade igual ou superior a 60 anos. Foram utilizados dois instrumentos para coleta das informações: questionário para coleta de dados sociodemográficos e o questionário de Rastreamento de Alterações Vocais em Idosos – RAVI. O estudo aconteceu de forma presencial no Observatório de Saúde Funcional em Fonoaudiologia – OSF com idosas que frequentavam ou que estavam nas redondezas do Campus Saúde da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG em Belo Horizonte – MG. A coleta de dados foi realizada em quatro etapas: aplicação de questionário, realização da eletroglotografia, execução da técnica de sons vibrantes sonorizados e avaliação laríngea. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, versão 21.0. Realizou-se análise descritiva e de associação dos dados. A análise descritiva foi realizada por meio de distribuição de frequência relativa e absoluta das variáveis categóricas e de medidas de síntese numérica das variáveis quantitativas. Para as análises de associação, foram utilizados os testes estatísticos Exato de Fisher, Qui-Quadrado de Pearson, ANOVA e Kruskal-Wallis. Para todos os testes foi considerado o nível de significância de 5%. Resultados: apresentados na forma de dois artigos científicos permitiram verificar no primeiro artigo participaram 53 idosas com idade entre 60 e 70 anos. Houve predomínio de disfonia de grau moderado nos dois grupos, segundo a avaliação perceptivo-auditiva dos especialistas. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos na avaliação da análise perceptivo-auditiva quanto à melhora, piora e inalteração da voz pré e pós os diversos tempos de execução da técnica. Porém, verificou-se que a maior parte dos idosos melhorou a voz, principalmente após um minuto de execução da técnica (56,6%). Na análise acústica ocorreu significância estatística nos parâmetros APQ após execução da técnica por um minuto no grupo caso e no grupo controle não houve significância estatística. Quanto ao segundo artigo participaram 70 idosas com média de idade de 69 anos (DP=5,6). A maior parte das participantes possui ensino médio (31,4%) e a maioria é aposentada (90%). Com relação à avaliação laríngea 68,6% das participantes não possuem alterações laríngeas, 8,6% possuem presbilaringe e 22,9% sinais de refluxo gastroesofágico. Não houve significância estatística ao associar o exame laríngeo com as variáveis do EGG e a idade das idosas. Conclusão: o efeito da técnica de sons vibrantes sonorizados foi positivo para ambos os grupos, porém houve redução da melhora à medida que o tempo de execução aumentava. Idosas apresentam elevada presença de alteração vocal quando considerada a avaliação perceptiva da voz. Apesar dos resultados indicarem um predomínio da melhora na voz das idosas após a execução da técnica nos diversos tempos de execução. As idosas apresentam valores médios de F0 eletroglotográfica de 187,27 Hz. As medidas eletroglotográficas de F0 e QC não se modificaram com o avanço da idade e com a condição laríngea das idosas. Os resultados do presente estudo poderão auxiliar e orientar a prática clínica fonoaudiológica na população idosa uma vez que nota-se a escassez de estudos acerca das temáticas investigadas nesta pesquisa.