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Mark Drew Crosland GuimaraesEuclides Ayres de CastilhoMaria Tavares CavalcantiCibele Comini CesarFrancisco de Assis AcurcioLorenza Nogueira Campos2019-08-11T08:23:51Z2019-08-11T08:23:51Z2008-12-15http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7S9JHBIntrodução: A introdução da terapia anti-retroviral combinada (TARV) mudou a percepção do HIV/aids de uma doença fatal para crônica e potencialmente controlável. A TARV é capaz de aumentar a sobrevida, reduzir a morbidade e mortalidade e melhorar a qualidade de vidadas pessoas vivendo com o HIV/aids. Sintomas psiquiátricos, como ansiedade e depressão, são comuns entre pessoas com doenças crônicas, incluindo a infecção pelo HIV/aids. Eles têm sido apontados como importantes preditores da não-adesão à TARV e, conseqüentemente, podem contribuir para uma pior resposta imunológica e virológica, progressão mais rápida para a aids e pior qualidade de vida. Além disto, considerando-se que a terapia anti -retroviral combinada se propõe a não somente salvar vidas, mas também melhorá-las, a comunidade científica tem se voltado para a busca de um melhor entendimento dos fatores que influenciam a qualidade de vida dos pacientes portadores do HIV/aids. Objetivos: Esta tese teve como objetivos: 1) avaliar o efeito da ocorrência de sintomas de ansiedade e/ou depressão na adesão à TARV, e 2) avaliar o impacto da TARV na qualidade de vida de indivíduos infectados pelo HIV, em dois serviços públicos de referência ao portador do HIV/aids em Belo Horizonte, Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infecciosas e Parasitárias, ambulatório Orestes Diniz (Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte/UFMG) e ambulatório do Hospital Eduardo de Menezes (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), no período de 2001 a 2003. Métodos: Foram conduzidas duas análises principais com dados de um estudo maior, o Projeto ATAR (Adesão ao TratamentoAnti-Retroviral), a fim de responder os objetivos desta tese. O Projeto ATAR, cujo objetivo principal foi determinar a incidência e fatores determinantes da não-adesão à TARV entre pacientes adultos (> 18 anos) infectados pelo HIV e em início de tratamento, incluiu umaentrevista basal no mesmo dia em que os pacientes recebiam sua primeira prescrição de antiretrovirais, i.e. antes de iniciar a TARV, e nas três visitas de acompanhamento no primeiro, quarto e sétimo meses seguintes (primeira, segunda e terceira visitas de acompanhamento,respectivamente). Além disto, a qualidade de vida e a presença de sintomas de ansiedade e depressão foram avaliadas no momento da entrevista basal e na segunda visita de acompanhamento, i.e., quatros meses após o início da TARV. Para estudar a relação entre sintomas graves de ansiedade e depressão antes de iniciar a TARV e não-adesão (objetivo 1), foi adotada uma estratégia de análise prospectiva concorrente, utilizando-se o modelo de riscos proporcionais de Cox. Por outro lado, para avaliar os fatores associados com uma melhor qualidade de vida quatro meses após o início da TARV (objetivo 2), foi realizada uma análise de corte-transversal na segunda visita de acompanhamento, utilizando-se o modelo de regressão logística. Nível de significância considerado para ambas as análises foi de 0,05.Resultados: A prevalência de sintomas graves de ansiedade e depressão antes do início da TARV foi 12,6% e 5,8%, respectivamente. Ansiedade grave foi preditora de não-adesão à TARV durante o tempo de seguimento (RH=1,87; IC 95%=1,14-3,06), ajustando-se por baixaescolaridade, desemprego, uso de álcool no último mês e sintomas de aids; enquanto que, história de uso de droga injetável apresentou significância estatística limítrofe com nãoadesão. Além disto, qualidade de vida geral foi classificada como muito boa e boa por 16,4% e 50,0% dos participantes quatro meses após o início da TARV, respectivamente;enquanto que, 24,4% classificaram sua qualidade de vida como nem boa nem ruim, 5,3% como ruim e 3,8% como muito ruim. Foi observada uma melhora estatisticamente significativa da qualidade de vida relatada pelos participantes, comparando-se entrevista basale segunda visita de acompanhamento. O modelo de regressão logística indicou que escolaridade maior que oito anos, ausência ou sintomas leves de ansiedade e depressão, não ter realizado troca de anti -retrovirais durante o período de seguimento, relato de duas ou menos reações adversas relacionadas aos anti-retrovirais e relato de uma melhor qualidade de vida na entrevista basal estiveram associados com melhor qualidade de vida quatro meses após o início da TARV. Conclusões: Estes achados sugerem que a utilização de um instrumento de rastreamento simples para avaliar sintomas de ansiedade e depressão pode ajudar na identificação de uma população-alvo para intervenções específicas a fim de melhorar a adesão à TARV e a qualidade de vida destes pacientes. Além disto, nossos resultados destacam a importância de fatores modificáveis como sintomas de ansiedade e depressão e variáveis relacionadas ao tratamento que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida entre pacientes iniciando a TARV. Considerando que uma qualidade devida ruim está relacionada à não-adesão ao tratamento, um monitoramento clínico cuidadoso destes fatores pode contribuir para garantir a efetividade a longo prazo do esquema antiretroviral.Introduction: The development of combination antiretroviral therapy (ART) has shifted the perception of HIV/AIDS from a fatal to a chronic and potentially manageable disease. ART is capable of improving survival, reducing morbidity and mortality, and improving quality of life (QL) of people living with HIV/AIDS. Symptoms of anxiety and depression are common among people with chronic diseases, including HIV infection. Those symptoms rank among the strongest predictors of non-adherence to antiretroviral therapy (ART), and can contribute to a worse immune and virologic response, faster progression to AIDS and a poor quality oflife. Moreover, considering that more efficacious treatments have been proposed not only to save lives but also to make them better, the impact of ART on the overall QL has become a major concern to the scientific community. Objectives: 1) To evaluate the effect of symptoms of anxiety and depression on the adherence to ART, and 2) to assess the impact of ART on the quality of life of HIV-infected patients in two public referral centers for AIDS, in Belo Horizonte, Infectious and Parasitic Diseases Training and Reference Center, from the City Health Department and Federal University of Minas Gerais, and Eduardo de Menezes Hospital, from the State Health Department, from 2001 to 2003. Methods: We conducted two main data analysis to answer both objectives. The ATAR Project, which main objective was to determine the incidence and associated factors to non-adherence to ART, included a baseline interview at the same day patients received their first antiretroviral prescription, i.e. before initiating ART, and three follow-up visits thereafter, at one, four and seven months later (first, second and third follow-up visits). In addition, quality of life and the occurrence of symptoms of anxiety and depression were assessed at the baseline interview and at the second follow-up visit, i.e. four months after initiating ART. In order to evaluate the occurrence of severe symptoms of anxiety and depression as risk factors for non-adherence to ART, we conducted a prospective concurrent analysis, using the Coxs proportional hazard model(objective 1). On the other hand, for the purpose of assessing the associated factors with better quality of life at month four of treatment, we carried on a cross-sectional analysis at the second follow-up visit, using the logistic regression model (objective 2). The level of significance considered was 0.05. Results: Prevalence of severe anxiety and depression symptoms before starting ART was 12.6% and 5.8%, respectively. Severe anxiety was a predictor of non-adherence to ART during follow-up period (RH=1.87; 95% CI=1.14-3.06), adjusted for low education, unemployment, alcohol use in the last month and symptoms of AIDS; while a history of injection drug use had borderline statistical significance with nonadherence. Moreover, overall QL was classified as very good and good by 16.4% and 50.0 of the participants, respectively, four months after initiating ART; while 24.4% classified their QL as neither poor nor good, 5.3% as poor and 3.8% as very poor. We observed a statistically significant improvement of overall QL comparing assessments at baseline and second visit. Logistic regression indicated that >8 years of education, none or mild symptoms of anxiety and depression, no ART switch, lower number of adverse reactions and better QL at baseline were independently associated with good/very good QL over four months of treatment. Conclusions: These findings suggest that using a brief screening procedure to assess anxiety and depression symptoms before initiating ART help identify individuals for interventions to improve adherence and quality of life. Additionally, our results highlight the importance of modifiable factors such as psychiatric symptoms and treatment-related variables that may contribute to a better QL among patients initiating treatment. Considering that a poor QL is related to non-adherence to ART, a careful clinical monitoring of those factors may contribute to guarantee the long-term effectiveness of antiretroviral regimens.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGTerapia anti-retroviral de alta atividadeHIVDepressãoQualidade de vidaAnsiedadeRecusa do paciente ao tratamentoTerapia anti-retroviralHIV/aidsDepressãoQualidade de vidaAnsiedadeNão adesãoUso da terapia anti-retroviral entre pacientes atendidos em dois serviços públicos de referência para o HIV/aids: impacto na qualidade de vida e ocorrência de sintomas de ansiedade e depressãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALlorenza_nogueira_campos.pdfapplication/pdf2452565https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7S9JHB/1/lorenza_nogueira_campos.pdfbb79b260d8802c5596c6af0d73cc2be4MD51TEXTlorenza_nogueira_campos.pdf.txtlorenza_nogueira_campos.pdf.txtExtracted texttext/plain355580https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ECJS-7S9JHB/2/lorenza_nogueira_campos.pdf.txta48383704d6179c33cc325d021e13459MD521843/ECJS-7S9JHB2019-11-14 10:13:24.507oai:repositorio.ufmg.br:1843/ECJS-7S9JHBRepositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:13:24Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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