Não comparecimento às primeiras consultas odontológicas na atenção secundária em um município mineiro de grande porte

• Autor(a) principal: Alessandra Trindade Machado
• Data de Publicação: 2013
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ZMRO-9BPMWS
• topic: Atenção secundária; Serviços de saúde bucal; Avaliação de serviços de saúde; Serviços de saúde Avaliação; Saúde bucal; Serviços de saúde bucal/utilização; Análise multivariada; Atenção secundária à saúde; Avaliação de serviços de saúde

O não comparecimento de usuários a consultas agendadas, especificamente aquele relativo à atenção secundária odontológica em Belo Horizonte, não é problema recente, representando impactos à saúde, prejuízos à resolutividade e integralidade do cuidado, além de custos desnecessários ao sistema. O presente estudo, por meio do método quantitativo, visou à identificação e análise de possíveis fatores associados aos não comparecimentos, em 2011, às primeiras consultas odontológicas agendadas de usuários residentes em Belo Horizonte, pertencentes a ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos referenciados, a partir da atenção primária, para as especialidades odontológicas cirurgia, endodontia, periodontia e disfunção têmporo-mandibular, no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Centro-Sul. Foi utilizada pesquisa em base de dados secundários do Sistema de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte (SMSA/PBH). A variável dependente foi o não comparecimento à primeira consulta agendada e as variáveis independentes analisadas foram: idade, tempo na fila de espera, sexo, distrito sanitário de origem e especialidade para a qual o usuário foi referenciado. Foram utilizados os testes de Mann-Whitney e qui-quadrado de Pearson para análise bivariada e regressão de Poisson com variância robusta para análise multivariada. Os testes foram conduzidos com um nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Entre as 6.428 primeiras consultas odontológicas agendadas para 2011, nas quatro especialidades selecionadas para análise, 32,9% não foram realizadas em função da ausência do usuário. A partir da análise bivariada foi verificada associação estatisticamente significante entre o não comparecimento do usuário à primeira consulta odontológica e as cinco variáveis independentes: idade (p<0,001), tempo na fila de espera (p<0,001), sexo (p =0,003), distrito sanitário de origem do usuário (p=0,001) e especialidade para a qual foi referenciado (p 0,001). A análise multivariada permitiu constatar que todas as variáveis estavam independentemente e significativamente associadas ao evento. Adultos jovens, do sexo masculino, residentes em determinados distritos sanitários, referenciados para as especialidades de cirurgia e endodontia e que ficaram mais tempo na fila de espera apresentaram maiores frequências de não comparecimentos às primeiras consultas odontológicas agendadas para 2011 no CEO Centro-Sul.