Impacto do serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa em pacientes transplantados renais em uso de tacrolimo.

• Autor(a) principal: Patrícia Mara dos Reis
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/52153
• topic: Assistência farmacêutica; Cuidados farmacêuticos; Atenção farmacêutica; Transplante de rim; Satisfação do paciente

Introdução: O paciente transplantado renal possui uma farmacoterapia complexa e o Gerenciamento da Terapia Medicamentosa (GTM) vem para atender às necessidades farmacoterapêuticas de forma a contribuir para a melhora dos resultados em saúde. Até o momento, há poucos estudos no Brasil e no mundo relatando o impacto clínico do GTM em nível ambulatorial para pacientes transplantados renais. Objetivo: analisar o impacto do GTM sobre os desfechos clínicos e humanísticos em pacientes transplantados renais. Local: ambulatório de transplantes de um hospital de grande porte em Belo Horizonte, Brasil. Método: estudo pré-pós intervenção com 42 pacientes, acompanhados por duas farmacêuticas, usando-se o método Pharmaceutical Workup. A satisfação com o serviço foi avaliada após a última consulta de GTM. Principais desfechos: número, tipo e proporção de problemas relacionados aos medicamentos, intervenções e estado clínico. Resultados: A maioria dos pacientes acompanhados eram homens (57,1%), média de idade de 44,1 (±13,9) anos. Foram realizadas em média 3,1±1,1 consultas por paciente, sendo o tempo de acompanhamento médio 8 ± (4,1) meses. Todos os pacientes declararam ter histórico familiar de doença renal, e na sua maioria, o diagnóstico foi há cerca de 10 anos (40,5%). A maioria apresentava entre 3 meses a 1 ano de transplante (62,0%). Entre as doenças concomitantes, a mais frequente foi hipertensão arterial sistêmica (47,6%), seguida por transtornos gástricos (11,9%), diabetes (7,1%), hipercolesterolemia (7,1%) e epilepsia (2,4%). A hipertensão foi a principal causa conhecida da doença renal crônica que levou 40,5% dos pacientes deste estudo ao transplante renal. A maioria dos pacientes (97,6%) utilizava 3 medicamentos para o transplante e a média de medicamentos para tratar outros problemas de saúde foi de 3,7±2,1. Pacientes polimedicados maiores apresentaram mais problemas relacionados aos medicamentos (p=0.001). Foram identificados 39 problemas relacionados aos medicamentos, sendo que 64,3% dos pacientes apresentaram pelo menos um, dos quais 79,5% foram resolvidos (p=0.001). Os mais frequentes foram de uso de medicamentos desnecessários (26,5%) e não adesão (22,4%). Foram realizadas 49 intervenções, sendo 53% aceitas. As intervenções mais frequentes foram recomendação para aderir ao tratamento farmacológico (30,0%) e para suspender o tratamento farmacológico (26,5%). Ao final, a proporção de pacientes com condição clínica estável aumentou de 35,7% para 83,3% (p=0.001). Após a última consulta, foi aplicado o questionário de satisfação com os serviços farmacêuticos (QSSF). Os pacientes classificaram o serviço como muito bom. Conclusão: O GTM impactou positivamente na situação clínica do paciente, demonstrou ser efetivo na resolução de problemas relacionados aos medicamentos e foi muito bem avaliado pelo grupo. Recomenda-se que a polimedicação seja um critério de prioridade para o GTM, pois indivíduos polimedicados maiores possuem mais chance de desenvolver PRM.