A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Geisa Mara Batista
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38892
Resumo: Esta tese contém as análises e os resultados referentes à pesquisa de doutorado realizada. O objetivo geral deste trabalho foi o de investigar a possibilidade de a cordialidade, intuída por Holanda ([1936]2015) como aversão à impessoalidade no tratamento e nas relações, manifestar-se em fenômenos de variação/mudança linguística, especificamente com o pronome de 2ª pessoa teu/seu no português brasileiro (PB). Nossa hipótese foi a de que a cordialidade possa ser compreendida como modelo cognitivo-cultural (SHARIFIAN, 2011; DʼANDRADE, 1987; STRAUSS; QUINN, 1998; KRONENFELD, 2008; BENNARDO; MUNCK, 2014) ao qual seja possível relacionar o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, posição de maior proximidade (BENVENISTE, 1966). Para se aproximar do português cotidiano falado pelos brasileiros no momento em que ocorreu o fenômeno de variação/mudança linguística, conforme datado por Rumeu (2013) e outros, reconhecendo textos teatrais como tentativas de reconstrução da oralidade (BERLINCK; BARBOSA; MARINE, 2008), analisamos peças do gênero comédia de costumes de escritores brasileiros do período de 1737-1896. Para a análise dos dados, foram utilizados os programas Abbyy Fine Reader 15 OCR e AntConc, com o objetivo de identificar os termos analisados, seu contexto de ocorrência e os recursos semânticos a eles associados, a saber, as formas de tratamento como reveladoras do contexto de ocorrência do termo (KERBRAT-ORECCHIONI, 2011). A partir da definição de Holanda ([1936]2015), identificou-se que as propriedades pessoalidade, afetividade e menor formalidade compõem um conceito prototípico de cordialidade. Relacionando as propriedades identificadas ao contexto de uso de pronomes de 2ª pessoa e do pronome seu em lugar de pronomes possessivos de 2ª pessoa, observou-se que quanto mais distanciamento o PB mantém do português europeu (PE) e as produções brasileiras tornam-se mais adaptadas ao público brasileiro, maior a opção do falante por formas de tratamento com maiores pessoalidade e intimidade. E mais: o pronome possessivo de 3ª pessoa avança para posição de 2ª pessoa. Em outras palavras, a medida que o texto se torna mais cordial se observa mais ocorrências de seu na posição de pronome de 2ª pessoa, primeiro concorrendo com vosso e, em seguida, após suplantá-lo, concorrendo com teu. Esta pesquisa, assim, indica como resultado a possibilidade de entender a cordialidade como modelo cultural de aversão ao distanciamento impessoal, bem como a possibilidade de vincular suas propriedades semânticas à ocorrência do pronome possessivo seu na 2ª pessoa. A partir da análise dos dados em sua relação com o referencial teórico, propusemos um modelo teórico explicativo para o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, uma análise complementar às análises variacionistas. Como resultado, indicamos considerar em análises teóricas variacionistas modelos culturais como motivadores cognitivos de um fenômeno de variação/mudança linguística e, assim, esperamos contribuir com um viés prático para maior compreensão do papel da cultura para entendimento e realização da língua nas diversas situações de uso.
id UFMG_a3fc264d8adccd0d9b13244624e897be
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/38892
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Lorenzo Teixeira Vitralhttp://lattes.cnpq.br/5118935461413737Eliana da Silva TavaresMaria Jussara Abraçado de AlmeidaMárcia Cristina de Brito RumeuUlrike Agathe Schröderhttp://lattes.cnpq.br/9815014342198551Geisa Mara Batista2021-12-20T21:33:55Z2021-12-20T21:33:55Z2021-08-26http://hdl.handle.net/1843/388920000-0002-2725-9544Esta tese contém as análises e os resultados referentes à pesquisa de doutorado realizada. O objetivo geral deste trabalho foi o de investigar a possibilidade de a cordialidade, intuída por Holanda ([1936]2015) como aversão à impessoalidade no tratamento e nas relações, manifestar-se em fenômenos de variação/mudança linguística, especificamente com o pronome de 2ª pessoa teu/seu no português brasileiro (PB). Nossa hipótese foi a de que a cordialidade possa ser compreendida como modelo cognitivo-cultural (SHARIFIAN, 2011; DʼANDRADE, 1987; STRAUSS; QUINN, 1998; KRONENFELD, 2008; BENNARDO; MUNCK, 2014) ao qual seja possível relacionar o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, posição de maior proximidade (BENVENISTE, 1966). Para se aproximar do português cotidiano falado pelos brasileiros no momento em que ocorreu o fenômeno de variação/mudança linguística, conforme datado por Rumeu (2013) e outros, reconhecendo textos teatrais como tentativas de reconstrução da oralidade (BERLINCK; BARBOSA; MARINE, 2008), analisamos peças do gênero comédia de costumes de escritores brasileiros do período de 1737-1896. Para a análise dos dados, foram utilizados os programas Abbyy Fine Reader 15 OCR e AntConc, com o objetivo de identificar os termos analisados, seu contexto de ocorrência e os recursos semânticos a eles associados, a saber, as formas de tratamento como reveladoras do contexto de ocorrência do termo (KERBRAT-ORECCHIONI, 2011). A partir da definição de Holanda ([1936]2015), identificou-se que as propriedades pessoalidade, afetividade e menor formalidade compõem um conceito prototípico de cordialidade. Relacionando as propriedades identificadas ao contexto de uso de pronomes de 2ª pessoa e do pronome seu em lugar de pronomes possessivos de 2ª pessoa, observou-se que quanto mais distanciamento o PB mantém do português europeu (PE) e as produções brasileiras tornam-se mais adaptadas ao público brasileiro, maior a opção do falante por formas de tratamento com maiores pessoalidade e intimidade. E mais: o pronome possessivo de 3ª pessoa avança para posição de 2ª pessoa. Em outras palavras, a medida que o texto se torna mais cordial se observa mais ocorrências de seu na posição de pronome de 2ª pessoa, primeiro concorrendo com vosso e, em seguida, após suplantá-lo, concorrendo com teu. Esta pesquisa, assim, indica como resultado a possibilidade de entender a cordialidade como modelo cultural de aversão ao distanciamento impessoal, bem como a possibilidade de vincular suas propriedades semânticas à ocorrência do pronome possessivo seu na 2ª pessoa. A partir da análise dos dados em sua relação com o referencial teórico, propusemos um modelo teórico explicativo para o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, uma análise complementar às análises variacionistas. Como resultado, indicamos considerar em análises teóricas variacionistas modelos culturais como motivadores cognitivos de um fenômeno de variação/mudança linguística e, assim, esperamos contribuir com um viés prático para maior compreensão do papel da cultura para entendimento e realização da língua nas diversas situações de uso.This thesis contains analyses and results referring to a doctoral research. The intent of this academic study is to investigate the possibility of cordiality, defined by Holanda (2015) as an aversion to impersonality in treatment and relationships, manifesting itself in phenomena of linguistic variation and change, specifically in the forms of the pronouns teu/seu of Brazilian Portuguese (BP). The hypothesis of this thesis is that cordiality may be understood as a cultural cognitive model (SHARIFIAN, 2011; DʼANDRADE, 1987; STRAUSS; QUINN; 1998; KRONENFELD, 2008; BENNARDO; MUNKC, 2014) to which it is possible to relate the phenomenon of choosing the possessive seu in place of teu which is closer in position (BENVENISTE, 1966). In order to match the everyday Portuguese spoken by Brazilians at the moment of the aforementioned linguistic variation, as dated by Rumeu (2013) and others, regarding plays as attempts to reconstruct the oral tradition (BERLINCK; BARBOSA; MARINE, 2008), this research has used works of the comedy genre of customs of Brazilian writers, ranging from 1737-1896. For data analysis, the Abbyy Fine Reader 15 OCR and AntConc programs were used to identify the terms analyzed, their context of occurrence and the semantic resources associated with them, that is, the forms of treatment as revealing the context of occurrence of the term (KERBRAT-ORECCHIONI, 2011). It is understood, by the definition of Holanda (2015), that informality, personality and affectivity make up a prototypical concept of cordiality. Therefore, the more BP distances itself from European Portuguese (EP), and Brazilian productions become more adapted to the Brazilian audience, through adaptation to a collective conceptualization, the more the speaker chooses forms of communication which are more personal and intimate. What is more, the 3rd person possessive pronoun takes over the 2nd person position. In other words, as the text becomes more cordial, it is possible to observe more occurrences of seu as a 2nd person pronoun, first competing with vosso, and after replacing it, competing with teu. Thus, the result of this research shows the possibility of understanding cordiality as a cultural model of aversion to impersonal distancing, as well as the possibility of linking semantic properties to the occurrences of the possessive pronoun seu in the 2nd person. From the analysis of the data in light of the theoretical framework, an explanatory theoretical model for the phenomenon of choosing the possessive seu has been proposed here as well as a complementay approaches to the variationist analyses. Finally, this study recommends a cultural conceptualization as a cognitive motivator of a phenomenon of linguistic variation and change and contributing to a better understanding of the role of culture for the understanding and realization of language in various contexts of use.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Estudos LinguísticosUFMGBrasilFALE - FACULDADE DE LETRAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessLíngua portuguesa – VariaçãoLíngua portuguesa – PronomesLinguagem e culturaLinguísticaCogniçãoCordialidadeConceptualização culturalVariação/mudança linguísticaTeu/seuPortuguês brasileiroA noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização culturalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALA NOÇÃO DE “CORDIALIDADE” E O PRONOME POSSESSIVO DE SEGUNDA PESSOA EM PB COMO UM CASO DE VARIAÇÃOMUDANÇA MOTIVADA POR CONCEPTUALIZAÇÃO CULTURAL.pdfA NOÇÃO DE “CORDIALIDADE” E O PRONOME POSSESSIVO DE SEGUNDA PESSOA EM PB COMO UM CASO DE VARIAÇÃOMUDANÇA MOTIVADA POR CONCEPTUALIZAÇÃO CULTURAL.pdfTese de Doutorado em Estudos Linguísticos com ênfase em: variação/mudança linguística, cognição e cultura.application/pdf3492983https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38892/1/A%20NO%c3%87%c3%83O%20DE%20%e2%80%9cCORDIALIDADE%e2%80%9d%20E%20O%20PRONOME%20POSSESSIVO%20DE%20SEGUNDA%20PESSOA%20EM%20PB%20COMO%20UM%20CASO%20DE%20VARIA%c3%87%c3%83OMUDAN%c3%87A%20MOTIVADA%20POR%20CONCEPTUALIZA%c3%87%c3%83O%20CULTURAL.pdfba9389fb76619d84a858b5da0c192ecdMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38892/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38892/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/388922021-12-20 18:33:57.082oai:repositorio.ufmg.br:1843/38892TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2021-12-20T21:33:57Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
title A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
spellingShingle A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
Geisa Mara Batista
Cordialidade
Conceptualização cultural
Variação/mudança linguística
Teu/seu
Português brasileiro
Língua portuguesa – Variação
Língua portuguesa – Pronomes
Linguagem e cultura
Linguística
Cognição
title_short A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
title_full A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
title_fullStr A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
title_full_unstemmed A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
title_sort A noção de "cordialidade" e o pronome possessivo de segunda pessoa em PB com um caso de variação/mudança motivada por conceptualização cultural
author Geisa Mara Batista
author_facet Geisa Mara Batista
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Lorenzo Teixeira Vitral
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/5118935461413737
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Eliana da Silva Tavares
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Maria Jussara Abraçado de Almeida
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Márcia Cristina de Brito Rumeu
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Ulrike Agathe Schröder
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/9815014342198551
dc.contributor.author.fl_str_mv Geisa Mara Batista
contributor_str_mv Lorenzo Teixeira Vitral
Eliana da Silva Tavares
Maria Jussara Abraçado de Almeida
Márcia Cristina de Brito Rumeu
Ulrike Agathe Schröder
dc.subject.por.fl_str_mv Cordialidade
Conceptualização cultural
Variação/mudança linguística
Teu/seu
Português brasileiro
topic Cordialidade
Conceptualização cultural
Variação/mudança linguística
Teu/seu
Português brasileiro
Língua portuguesa – Variação
Língua portuguesa – Pronomes
Linguagem e cultura
Linguística
Cognição
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Língua portuguesa – Variação
Língua portuguesa – Pronomes
Linguagem e cultura
Linguística
Cognição
description Esta tese contém as análises e os resultados referentes à pesquisa de doutorado realizada. O objetivo geral deste trabalho foi o de investigar a possibilidade de a cordialidade, intuída por Holanda ([1936]2015) como aversão à impessoalidade no tratamento e nas relações, manifestar-se em fenômenos de variação/mudança linguística, especificamente com o pronome de 2ª pessoa teu/seu no português brasileiro (PB). Nossa hipótese foi a de que a cordialidade possa ser compreendida como modelo cognitivo-cultural (SHARIFIAN, 2011; DʼANDRADE, 1987; STRAUSS; QUINN, 1998; KRONENFELD, 2008; BENNARDO; MUNCK, 2014) ao qual seja possível relacionar o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, posição de maior proximidade (BENVENISTE, 1966). Para se aproximar do português cotidiano falado pelos brasileiros no momento em que ocorreu o fenômeno de variação/mudança linguística, conforme datado por Rumeu (2013) e outros, reconhecendo textos teatrais como tentativas de reconstrução da oralidade (BERLINCK; BARBOSA; MARINE, 2008), analisamos peças do gênero comédia de costumes de escritores brasileiros do período de 1737-1896. Para a análise dos dados, foram utilizados os programas Abbyy Fine Reader 15 OCR e AntConc, com o objetivo de identificar os termos analisados, seu contexto de ocorrência e os recursos semânticos a eles associados, a saber, as formas de tratamento como reveladoras do contexto de ocorrência do termo (KERBRAT-ORECCHIONI, 2011). A partir da definição de Holanda ([1936]2015), identificou-se que as propriedades pessoalidade, afetividade e menor formalidade compõem um conceito prototípico de cordialidade. Relacionando as propriedades identificadas ao contexto de uso de pronomes de 2ª pessoa e do pronome seu em lugar de pronomes possessivos de 2ª pessoa, observou-se que quanto mais distanciamento o PB mantém do português europeu (PE) e as produções brasileiras tornam-se mais adaptadas ao público brasileiro, maior a opção do falante por formas de tratamento com maiores pessoalidade e intimidade. E mais: o pronome possessivo de 3ª pessoa avança para posição de 2ª pessoa. Em outras palavras, a medida que o texto se torna mais cordial se observa mais ocorrências de seu na posição de pronome de 2ª pessoa, primeiro concorrendo com vosso e, em seguida, após suplantá-lo, concorrendo com teu. Esta pesquisa, assim, indica como resultado a possibilidade de entender a cordialidade como modelo cultural de aversão ao distanciamento impessoal, bem como a possibilidade de vincular suas propriedades semânticas à ocorrência do pronome possessivo seu na 2ª pessoa. A partir da análise dos dados em sua relação com o referencial teórico, propusemos um modelo teórico explicativo para o fenômeno de cooptação do possessivo seu para a 2ª pessoa, uma análise complementar às análises variacionistas. Como resultado, indicamos considerar em análises teóricas variacionistas modelos culturais como motivadores cognitivos de um fenômeno de variação/mudança linguística e, assim, esperamos contribuir com um viés prático para maior compreensão do papel da cultura para entendimento e realização da língua nas diversas situações de uso.
publishDate 2021
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-12-20T21:33:55Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-12-20T21:33:55Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2021-08-26
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/38892
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv 0000-0002-2725-9544
url http://hdl.handle.net/1843/38892
identifier_str_mv 0000-0002-2725-9544
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FALE - FACULDADE DE LETRAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38892/1/A%20NO%c3%87%c3%83O%20DE%20%e2%80%9cCORDIALIDADE%e2%80%9d%20E%20O%20PRONOME%20POSSESSIVO%20DE%20SEGUNDA%20PESSOA%20EM%20PB%20COMO%20UM%20CASO%20DE%20VARIA%c3%87%c3%83OMUDAN%c3%87A%20MOTIVADA%20POR%20CONCEPTUALIZA%c3%87%c3%83O%20CULTURAL.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38892/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/38892/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv ba9389fb76619d84a858b5da0c192ecd
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676815829303296