Política identitária e direito: um panorama feminista

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gabriela Campos Alkmin
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47302
https://orcid.org/0000-0002-2373-8732
Resumo: O termo política identitária ganhou certa notoriedade no Brasil, especialmente em anos recentes. Mas ao mesmo tempo em que se ampliam seus usos, ampliam-se suas críticas: a política identitária – ou identitarismo, como também ficou conhecida em nosso país – parece ser mencionada, com frequência, para demarcar divergências teóricas e políticas, ainda que haja pouco consenso sobre seus sentidos. Diante da ampliação de usos e críticas em torno desse vocabulário, que começam a ganhar espaço no terreno jurídico brasileiro, esta dissertação busca constituir um panorama da política identitária. Como todo panorama, o trabalho procura apresentar o contexto de elaboração do termo, respondendo onde, quando e quem o formulou, além de discutir algumas das principais contribuições – e controvérsias – teóricas, políticas e jurídicas que circundam a matéria. Destaca-se, ainda, que o panorama é feminista, pois toma como ponto de partida para as análises da política identitária, majoritariamente, a produção de teorias feministas, que formulam perguntas importantes e mobilizadoras a partir das políticas identitárias e contra seus pressupostos. A investigação divide-se em quatro capítulos: no primeiro, a política identitária é contextualizada, salientando-se seu surgimento nos Estados Unidos, a partir da década de 1970, no interior de iniciativas que colocavam gênero, sexualidade, raça e classe como elementos interligados e necessários para fundamentar uma prática política efetivamente radical. Propõem-se, como critérios definidores da política identitária, a ênfase na experiência pessoal de identidade, tomada como pressuposto para a conscientização e a aglutinação políticas, e o propósito de visibilização de opressões conectadas a pertencimentos identitários socialmente inferiorizados. No segundo capítulo, o destaque atribuído à experiência pessoal é observado a partir de seu impacto na produção de conhecimento, que passa a interrogar pressupostos de neutralidade, objetividade e universalidade da ciência e do Direito e a propor novas formas de encarar o pensamento científico e a prática jurídica. No terceiro capítulo, a interseccionalidade, método surgido no âmbito do Direito, é apresentada como maneira de articular mais de uma categoria identitária por vez em análises teóricas e jurídicas – teoria que tem sido utilizada em diversos campos do conhecimento e que possui uma conexão originária com a política identitária. No quarto capítulo, questionam-se se as diferenças identitárias são fundamentos jurídicos estratégicos para as demandas por justiça de grupos marginalizados. Assim, colocam-se em questão os dilemas surgidos de reivindicações baseadas em diferenças identitárias, trazendo à tona as negociações que o campo do Direito envolve ao conferir direitos específicos para minorias políticas.
id UFMG_a46aac6c8a364e6deae4494ac89a3bfa
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/47302
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Marcelo Maciel Ramoshttp://lattes.cnpq.br/0645626939958600Marco Antônio Sousa AlvesJuliana Cesario Alvim Gomeshttp://lattes.cnpq.br/1163889286751982Gabriela Campos Alkmin2022-11-18T11:56:49Z2022-11-18T11:56:49Z2022-03-04http://hdl.handle.net/1843/47302https://orcid.org/0000-0002-2373-8732O termo política identitária ganhou certa notoriedade no Brasil, especialmente em anos recentes. Mas ao mesmo tempo em que se ampliam seus usos, ampliam-se suas críticas: a política identitária – ou identitarismo, como também ficou conhecida em nosso país – parece ser mencionada, com frequência, para demarcar divergências teóricas e políticas, ainda que haja pouco consenso sobre seus sentidos. Diante da ampliação de usos e críticas em torno desse vocabulário, que começam a ganhar espaço no terreno jurídico brasileiro, esta dissertação busca constituir um panorama da política identitária. Como todo panorama, o trabalho procura apresentar o contexto de elaboração do termo, respondendo onde, quando e quem o formulou, além de discutir algumas das principais contribuições – e controvérsias – teóricas, políticas e jurídicas que circundam a matéria. Destaca-se, ainda, que o panorama é feminista, pois toma como ponto de partida para as análises da política identitária, majoritariamente, a produção de teorias feministas, que formulam perguntas importantes e mobilizadoras a partir das políticas identitárias e contra seus pressupostos. A investigação divide-se em quatro capítulos: no primeiro, a política identitária é contextualizada, salientando-se seu surgimento nos Estados Unidos, a partir da década de 1970, no interior de iniciativas que colocavam gênero, sexualidade, raça e classe como elementos interligados e necessários para fundamentar uma prática política efetivamente radical. Propõem-se, como critérios definidores da política identitária, a ênfase na experiência pessoal de identidade, tomada como pressuposto para a conscientização e a aglutinação políticas, e o propósito de visibilização de opressões conectadas a pertencimentos identitários socialmente inferiorizados. No segundo capítulo, o destaque atribuído à experiência pessoal é observado a partir de seu impacto na produção de conhecimento, que passa a interrogar pressupostos de neutralidade, objetividade e universalidade da ciência e do Direito e a propor novas formas de encarar o pensamento científico e a prática jurídica. No terceiro capítulo, a interseccionalidade, método surgido no âmbito do Direito, é apresentada como maneira de articular mais de uma categoria identitária por vez em análises teóricas e jurídicas – teoria que tem sido utilizada em diversos campos do conhecimento e que possui uma conexão originária com a política identitária. No quarto capítulo, questionam-se se as diferenças identitárias são fundamentos jurídicos estratégicos para as demandas por justiça de grupos marginalizados. Assim, colocam-se em questão os dilemas surgidos de reivindicações baseadas em diferenças identitárias, trazendo à tona as negociações que o campo do Direito envolve ao conferir direitos específicos para minorias políticas.The term identity politics has gained some notoriety in Brazil, especially in recent years. But at the same time that its uses expand, its criticisms increase: the expression identity politics seems to be mentioned, frequently, to demarcate theoretical and political divergences, although there is little consensus on its meanings. Faced with the expansion of uses and criticisms around this vocabulary, which are beginning to gain space in the Brazilian legal field, this dissertation seeks to provide an overview of identity politics. In order to formulate this overview, the work seeks to present the context of elaboration of the term, answering where, when and who formulated it, as well as discussing some of the main theoretical, political and legal contributions – and controversies – that surround the matter. It is important to highlight that the overview now presented is a feminist one, as it takes as a starting point for the analysis of identity politics, mostly, the production of feminist theories, which formulate important and mobilizing questions within and against identity politics. The investigation is divided into four chapters: in the First Chapter, identity politics is contextualized, emphasizing its emergence in the United States, from the 1970s on, within initiatives that placed gender, sexuality, race and class as interlocked and necessary elements to ground an effectively radical political practice. The emphasis on the personal experience of identity, taken as an assumption for political consciousness and coalition, as well as the purpose of making visible oppressions connected to socially inferior identity belongings are presented as defining criteria of identity politics. In the Second Chapter, the emphasis attributed to personal experience is observed through its impact on the production of knowledge, which leads to questioning the assumptions of neutrality, objectivity and universality within science and the legal field and to proposing new ways of looking at scientific thinking and the legal practice. In the Third Chapter, intersectionality, a method that emerged in the field of Law, is presented as a way of articulating more than one identity category at a time in theoretical and legal analyzes – a theory that has been used in several fields of knowledge and that has a profound connection with identity politics. In the Fourth Chapter, a question is posed to investigate whether identity differences are strategic legal foundations for the demands for justice of marginalized groups. Thus, the dilemmas arising from claims based on identity differences are put into question, shedding light on the negotiations involved in the rights discourse when granting specific protection to minority groups.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em DireitoUFMGBrasilDIREITO - FACULDADE DE DIREITODireitoCiência políticaFeminismoRacismoIgualdadePolítica identitáriaFeminismoIdentitarismoRacismoIgualdadeGênero e sexualidadeDiferençaPolítica identitária e direito: um panorama feministaIdentity politics and the law: a feminist overviewinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALALKMIN, Gabriela. Política identitária e Direito. Um panorama feminista. 2022.pdfALKMIN, Gabriela. Política identitária e Direito. Um panorama feminista. 2022.pdfapplication/pdf1802002https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47302/3/ALKMIN%2c%20Gabriela.%20Pol%c3%adtica%20identit%c3%a1ria%20e%20Direito.%20Um%20panorama%20feminista.%202022.pdf96ad99e526177e23d43b0ea37f107b70MD53LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47302/4/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD541843/473022022-11-18 08:56:49.434oai:repositorio.ufmg.br:1843/47302TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-11-18T11:56:49Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Política identitária e direito: um panorama feminista
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv Identity politics and the law: a feminist overview
title Política identitária e direito: um panorama feminista
spellingShingle Política identitária e direito: um panorama feminista
Gabriela Campos Alkmin
Política identitária
Feminismo
Identitarismo
Racismo
Igualdade
Gênero e sexualidade
Diferença
Direito
Ciência política
Feminismo
Racismo
Igualdade
title_short Política identitária e direito: um panorama feminista
title_full Política identitária e direito: um panorama feminista
title_fullStr Política identitária e direito: um panorama feminista
title_full_unstemmed Política identitária e direito: um panorama feminista
title_sort Política identitária e direito: um panorama feminista
author Gabriela Campos Alkmin
author_facet Gabriela Campos Alkmin
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Marcelo Maciel Ramos
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0645626939958600
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Marco Antônio Sousa Alves
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Juliana Cesario Alvim Gomes
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1163889286751982
dc.contributor.author.fl_str_mv Gabriela Campos Alkmin
contributor_str_mv Marcelo Maciel Ramos
Marco Antônio Sousa Alves
Juliana Cesario Alvim Gomes
dc.subject.por.fl_str_mv Política identitária
Feminismo
Identitarismo
Racismo
Igualdade
Gênero e sexualidade
Diferença
topic Política identitária
Feminismo
Identitarismo
Racismo
Igualdade
Gênero e sexualidade
Diferença
Direito
Ciência política
Feminismo
Racismo
Igualdade
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Direito
Ciência política
Feminismo
Racismo
Igualdade
description O termo política identitária ganhou certa notoriedade no Brasil, especialmente em anos recentes. Mas ao mesmo tempo em que se ampliam seus usos, ampliam-se suas críticas: a política identitária – ou identitarismo, como também ficou conhecida em nosso país – parece ser mencionada, com frequência, para demarcar divergências teóricas e políticas, ainda que haja pouco consenso sobre seus sentidos. Diante da ampliação de usos e críticas em torno desse vocabulário, que começam a ganhar espaço no terreno jurídico brasileiro, esta dissertação busca constituir um panorama da política identitária. Como todo panorama, o trabalho procura apresentar o contexto de elaboração do termo, respondendo onde, quando e quem o formulou, além de discutir algumas das principais contribuições – e controvérsias – teóricas, políticas e jurídicas que circundam a matéria. Destaca-se, ainda, que o panorama é feminista, pois toma como ponto de partida para as análises da política identitária, majoritariamente, a produção de teorias feministas, que formulam perguntas importantes e mobilizadoras a partir das políticas identitárias e contra seus pressupostos. A investigação divide-se em quatro capítulos: no primeiro, a política identitária é contextualizada, salientando-se seu surgimento nos Estados Unidos, a partir da década de 1970, no interior de iniciativas que colocavam gênero, sexualidade, raça e classe como elementos interligados e necessários para fundamentar uma prática política efetivamente radical. Propõem-se, como critérios definidores da política identitária, a ênfase na experiência pessoal de identidade, tomada como pressuposto para a conscientização e a aglutinação políticas, e o propósito de visibilização de opressões conectadas a pertencimentos identitários socialmente inferiorizados. No segundo capítulo, o destaque atribuído à experiência pessoal é observado a partir de seu impacto na produção de conhecimento, que passa a interrogar pressupostos de neutralidade, objetividade e universalidade da ciência e do Direito e a propor novas formas de encarar o pensamento científico e a prática jurídica. No terceiro capítulo, a interseccionalidade, método surgido no âmbito do Direito, é apresentada como maneira de articular mais de uma categoria identitária por vez em análises teóricas e jurídicas – teoria que tem sido utilizada em diversos campos do conhecimento e que possui uma conexão originária com a política identitária. No quarto capítulo, questionam-se se as diferenças identitárias são fundamentos jurídicos estratégicos para as demandas por justiça de grupos marginalizados. Assim, colocam-se em questão os dilemas surgidos de reivindicações baseadas em diferenças identitárias, trazendo à tona as negociações que o campo do Direito envolve ao conferir direitos específicos para minorias políticas.
publishDate 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-11-18T11:56:49Z
dc.date.available.fl_str_mv 2022-11-18T11:56:49Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2022-03-04
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/47302
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-2373-8732
url http://hdl.handle.net/1843/47302
https://orcid.org/0000-0002-2373-8732
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Direito
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv DIREITO - FACULDADE DE DIREITO
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47302/3/ALKMIN%2c%20Gabriela.%20Pol%c3%adtica%20identit%c3%a1ria%20e%20Direito.%20Um%20panorama%20feminista.%202022.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47302/4/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 96ad99e526177e23d43b0ea37f107b70
cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589478949847040