As origens da dicotomia trabalho e ócio: uma análise propositiva sob as perspectivas de Lafargue e Russell

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ricardo Oliveira de Souza
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9K9USL
Resumo: Durante a Antiguidade e a Idade Média o trabalho manual foi visto como um mal necessário, como sina natural dos escravos e dos menos afortunados ou como uma pena imposta à humanidade em razão do pecado ancestral. O ócio era a condição ideal e desejada, condição necessária ao desenvolvimento das melhores qualidades humanas da filosofia, das artes, do aprimoramento físico, das ciências -. No entanto, durante a Era Moderna um discurso gradativamente tomou força até tornarse um dos maiores dogmas do Ocidente: o discurso do trabalho. Após a Revolução Industrial e a consolidação do Capitalismo, a supervalorização do trabalho garantiu avanços para a classe dos trabalhadores, mas, também serve de ferramenta de opressão e alienação do trabalhador. Diante destas questões e, ainda, das grandes transformações produtivas, sociais e jurídicas ocorridas desde a evolução Industrial, bem como das novas formas de trabalho que surgiram desde meados do século XX e das novas demandas de mão-de-obra, qual seria o futuro da relação trabalho/ócio e suas implicações no âmbito do Direito do Trabalho e dos direitos fundamentais? O presente trabalho tem como escopo uma investigação pormenorizada das origens semântica e axiológica da dicotomia entre o trabalho e o ócio, tendo como cenários históricos a Grécia Antiga, berço cultural do Ocidente; o Império Romano, ambiente em que se desenvolverão importantes institutos jurídicos relacionados ao mundo do trabalho; e, ainda, o cristianismo, desde seu surgimento até a Reforma Protestante, considerando seus reflexos na formatação ética e moral da civilização ocidental. Na sequência, a referida relação dicotômica será verificada nas obras de Paul Lafargue e Bertrand Russell, com vistas a identificar as proposições apresentadas por eles como solução para o problema da supervalorização do trabalho em detrimento do ócio.
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Diante destas questões e, ainda, das grandes transformações produtivas, sociais e jurídicas ocorridas desde a evolução Industrial, bem como das novas formas de trabalho que surgiram desde meados do século XX e das novas demandas de mão-de-obra, qual seria o futuro da relação trabalho/ócio e suas implicações no âmbito do Direito do Trabalho e dos direitos fundamentais? O presente trabalho tem como escopo uma investigação pormenorizada das origens semântica e axiológica da dicotomia entre o trabalho e o ócio, tendo como cenários históricos a Grécia Antiga, berço cultural do Ocidente; o Império Romano, ambiente em que se desenvolverão importantes institutos jurídicos relacionados ao mundo do trabalho; e, ainda, o cristianismo, desde seu surgimento até a Reforma Protestante, considerando seus reflexos na formatação ética e moral da civilização ocidental. Na sequência, a referida relação dicotômica será verificada nas obras de Paul Lafargue e Bertrand Russell, com vistas a identificar as proposições apresentadas por eles como solução para o problema da supervalorização do trabalho em detrimento do ócio.During antiquity and the Middle Ages manual labor was seen as a necessary evil, a natural fate of slaves and less fortunate or as a penalty imposed on humanity because of ancestral sin. Idleness was the ideal and desired condition, necessary for the development of the best human qualities condition - the philosophy, the arts, physical enhancement, science -. However, during the Modern Era a speech gradually took strength to become one of the major tenets of the West: the discourse of work. After the Industrial Revolution and the consolidation of capitalism, the "overvaluation of work" secured advances to the working class, but also serves as toll of oppression and alienation of the worker. Faced with these issues, and also the great productive, social and legal changes that have occurred since the Industrial Revolution, as well as new ways of working that have emerged since the midtwentieth century and the new demands of skilled manpower, which would be the future the relationship between work/idleness and its implications in the context of labor law and fundamental rights? This work is scoped to a detailed investigation of semantic and axiological origins of the dichotomy between work and idleness, and historical scenarios as Ancient Greece, the cultural cradle of the West, the Roman Empire, the environment in which they develop important legal institutions related to the world of the work, and also Christianity, since its inception until the Protestant Reformation, considering its impact on the moral ethics of western civilization and formatting. Subsequently, the dichotomous relationship that will be verified in the works of Paul Lafargue and Bertrand Russell, in order to identify the propositions presented by them as a solution to the problem of "overvaluation of work" at the expense of leisure.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGDireitoTrabalhoAxiológicaPreguiçaSemânticaOrigensÓcioDicotomiaSupervalorizaçãoLazerPecadoAs origens da dicotomia trabalho e ócio: uma análise propositiva sob as perspectivas de Lafargue e Russellinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o___ricardo_oliveira_de_souza___as_origens_da_dicotomia_trabalho_e___cio.pdfapplication/pdf714394https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9K9USL/1/disserta__o___ricardo_oliveira_de_souza___as_origens_da_dicotomia_trabalho_e___cio.pdf45408720604e5fbdba616d4af80131c5MD51TEXTdisserta__o___ricardo_oliveira_de_souza___as_origens_da_dicotomia_trabalho_e___cio.pdf.txtdisserta__o___ricardo_oliveira_de_souza___as_origens_da_dicotomia_trabalho_e___cio.pdf.txtExtracted texttext/plain283714https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9K9USL/2/disserta__o___ricardo_oliveira_de_souza___as_origens_da_dicotomia_trabalho_e___cio.pdf.txt2d2c86670b3f9ec22269415d1f3f4211MD521843/BUOS-9K9USL2019-11-14 11:34:51.173oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9K9USLRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:34:51Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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