Migrações no Nordeste metropolitano nas décadas de 1990 e 2000
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/FACE-B5LQE7 |
Resumo: | A tese analisa a migração para e nas Regiões Metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador nas décadas de 1990 e de 2000. O recorte espacial metropolitano ressalta áreas que concentram parcela considerável da absorção regional de migrantes, pois ainda apresentam fortes dinâmicas industrial e urbana e continuam a receber a maior parte dos investimentos na região. A literatura utilizada indica que na família domiciliar há o condicionamento da proximidade física e dos laços de parentesco e esses elementos podem moldar o comportamento individual e de grupo, inclusive como estratégias que refletem a forma com a qual as famílias se adaptam às forças além dos limites do domicílio. As análises utilizam o conceito de família domiciliar e consideram a relação entre os seus diferentes arranjos domiciliares e a migração interna. O uso dos arranjos domiciliares representa um novo olhar para os estudos migratórios sobre o Nordeste, que usualmente se detém sobre a análise dos fluxos migratórios ou dos atributos individuais dos migrantes. Foram utilizados os Censos Demográficos de 2000 e de 2010 para medir os fluxos migratórios, delinear os perfis dos migrantes e estabelecer associações entre os arranjos domiciliares e os tipos de migração. Neste último caso, utilizou-se o método de análise multivariada Grade of Membership. Quando as características individuais são as únicas utilizadas no modelo GoM, observa-se um claro padrão de migração dos polos às periferias e que os deslocamentos intraestaduais ou intraregionais são compostos predominantemente por migrantes vindos de municípios mais pobres, diferentemente dos deslocamentos inter-regionais. Quando as variáveis que definem os arranjos domiciliares são incluídas, observa-se que migrantes em domicílios monoparentais têm maior probabilidade de empreender deslocamentos de curta distância (intrametropolitanos e intraestaduais) e de terem menor renda per capita domiciliar. Os migrantes que vivem em domicílios com arranjos biparentais de casal com filho têm maior probabilidade de executar deslocamentos de maior distância e de terem renda domiciliar per capita mais alta. Por fim, os perfis dos migrantes indicam maior prevalência para os estágios iniciais do ciclo vital familiar e sugerem que as mulheres atuam mais como tied movers ou segundo migrante na busca por trabalho. Em geral, observou-se um perfil de maior fragilidade socioeconômica nos arranjos domiciliares dos migrantes que empreendem os deslocamentos mais curtos quando comparados àqueles que se deslocam por distâncias maiores, o que representa um avanço sobre a compreensão do padrão migratório no Nordeste. |
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Alisson Flavio BarbieriGilvan Ramalho GuedesJose Irineu Rangel RigottiMarden Barbosa de CamposJose Marcos Pinto da CunhaWilson FuscoMarcelo de Sousa Dantas2019-08-13T03:06:48Z2019-08-13T03:06:48Z2017-06-07http://hdl.handle.net/1843/FACE-B5LQE7A tese analisa a migração para e nas Regiões Metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador nas décadas de 1990 e de 2000. O recorte espacial metropolitano ressalta áreas que concentram parcela considerável da absorção regional de migrantes, pois ainda apresentam fortes dinâmicas industrial e urbana e continuam a receber a maior parte dos investimentos na região. A literatura utilizada indica que na família domiciliar há o condicionamento da proximidade física e dos laços de parentesco e esses elementos podem moldar o comportamento individual e de grupo, inclusive como estratégias que refletem a forma com a qual as famílias se adaptam às forças além dos limites do domicílio. 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Quando as variáveis que definem os arranjos domiciliares são incluídas, observa-se que migrantes em domicílios monoparentais têm maior probabilidade de empreender deslocamentos de curta distância (intrametropolitanos e intraestaduais) e de terem menor renda per capita domiciliar. Os migrantes que vivem em domicílios com arranjos biparentais de casal com filho têm maior probabilidade de executar deslocamentos de maior distância e de terem renda domiciliar per capita mais alta. Por fim, os perfis dos migrantes indicam maior prevalência para os estágios iniciais do ciclo vital familiar e sugerem que as mulheres atuam mais como tied movers ou segundo migrante na busca por trabalho. Em geral, observou-se um perfil de maior fragilidade socioeconômica nos arranjos domiciliares dos migrantes que empreendem os deslocamentos mais curtos quando comparados àqueles que se deslocam por distâncias maiores, o que representa um avanço sobre a compreensão do padrão migratório no Nordeste.The thesis analyzes migration to and within the Metropolitan Regions of Fortaleza, Recife and Salvador in the 1990s and 2000s. A metropolitan spatial cut highlights areas where a considerable part of the regional absorption of migrants is concentrated. These areas are the ones that present strong industrial and urban dynamics and continue to receive most of the investments in the region. The literature indicates that the household family is conditioned by physical proximity and kinship, and these elements can shape individual and group behavior, including the development of strategies that reflect the way in which families adapt to forces beyond the limits of the household. The analysis uses the household family concept and considers the relationship between different migrant household arrangements and internal migration. The use of household arrangements represents a new look at migratory studies about the Northeast, which usually focuses on the analysis of migratory flows or the individual attributes of migrants. The Demographic Census data from 2000 and 2010 were used to measure migratory flows, to delineate the profiles of migrants and to establish associations between household arrangements and types of migration. In the latter case, the Grade of Membership multivariate method was used. When the individual characteristics are the only ones used in the GoM model, a clear pattern of migration from the poles to the peripheries is observed and also that the intra-state or intra-regional displacements are predominantly composed of migrants from poorer municipalities, unlike inter-regional flows. When the variables that define the household arrangements are included, the data show that migrants in single-parent households are more likely to undertake short-distance (intra-metropolitan and intra-state) movements and to have lower per capita household income. Migrants living in households with biparental couple-child arrangements are more likely to move further away and to exhibit higher per capita household income. Finally, migrant profiles indicate a higher prevalence of displacement in the early stages of the family life cycle and suggest that women act more as tied movers or as the second migrant in the search for work. In general, a profile of greater socioeconomic fragility has been observed in the household arrangements of migrants who undertake shorter displacements when compared with those who travel greater distances, which represents progress in the understanding of the migratory patterns in the Northeast.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMigração interna Brasil, NordesteDemografia da famíliaDemografiaArranjos domiciliaresContexto das regiões metropolitanasMigraçãoMigrações no Nordeste metropolitano nas décadas de 1990 e 2000info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese___marcelo_dantas_1.pdfapplication/pdf2057786https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-B5LQE7/1/tese___marcelo_dantas_1.pdff69471a5cee27287789cbed4ad1ec85fMD51TEXTtese___marcelo_dantas_1.pdf.txttese___marcelo_dantas_1.pdf.txtExtracted texttext/plain554334https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-B5LQE7/2/tese___marcelo_dantas_1.pdf.txtd511f8681ab89c5931390b33e8e8126eMD521843/FACE-B5LQE72019-11-14 20:53:58.069oai:repositorio.ufmg.br:1843/FACE-B5LQE7Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T23:53:58Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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