Fatores de risco para morbimortalidade precoce em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca: uma análise multivariada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bernardo Almeida Campos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8R2NMD
Resumo: O objetivo deste estudo foi identificar fatores de risco para morbimortalidade precoce em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. Realizou-se uma coorte retrospectiva de todos os neonatos com obstrução duodenal congênita intrínseca operados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Os dados foram analisados pelos métodos de regressão de Cox e de regressão logística. Entre 1983 e 2007, 56 crianças com obstrução duodenal congênita intrínseca foram operadas, 47 delas no períodoneonatal, constituindo a amostra deste estudo. Houve 10(21,3%) óbitos. Recémnascidos com peso ao nascimento muito baixo (<1500g) apresentaram um risco de óbito sete vezes maior do que crianças com peso ao nascimento >1500g e 14 vezes maior do que os neonatos com peso >2500g. O diagnóstico pré-natal da obstrução duodenal associou-se ao parto no HC-UFMG (p=0,001) e à operação mais precoce (p=0,002), reduzindo em 4 vezes o risco de complicações nutricionais e digestivas. Recém-nascidos com cardiopatia congênita apresentaram um risco de complicações cardiovasculares 38 vezes maior. A freqüência de cardiopatia foi significativamente maior em crianças com síndrome de Down (p=0,001). Isoladamente, a síndrome de Down não aumentou a morbidez ou a mortalidade em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. Crianças com escore de Apgar abaixo de sete pontos no primeiro minuto de vida apresentaram um risco de complicações ventilatórias 13 vezes maior. Escores de Apgar reduzidos e o peso muito baixo ao nascimento (<1500g) são fatores de risco conhecidos no período neonatal, etambém aumentaram a morbimortalidade nesta amostra de recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. O diagnóstico pré-natal da obstrução duodenal não influenciou a mortalidade, mas permitiu que tanto a admissão quanto a operação fossem mais precoces, reduzindo a frequência de complicações digestivas e nutricionais. O prognóstico de recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca associada à síndrome de Down, sem cardiopatia, foi semelhante ao de crianças sem a trissomia.
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Recémnascidos com peso ao nascimento muito baixo (<1500g) apresentaram um risco de óbito sete vezes maior do que crianças com peso ao nascimento >1500g e 14 vezes maior do que os neonatos com peso >2500g. O diagnóstico pré-natal da obstrução duodenal associou-se ao parto no HC-UFMG (p=0,001) e à operação mais precoce (p=0,002), reduzindo em 4 vezes o risco de complicações nutricionais e digestivas. Recém-nascidos com cardiopatia congênita apresentaram um risco de complicações cardiovasculares 38 vezes maior. A freqüência de cardiopatia foi significativamente maior em crianças com síndrome de Down (p=0,001). Isoladamente, a síndrome de Down não aumentou a morbidez ou a mortalidade em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. Crianças com escore de Apgar abaixo de sete pontos no primeiro minuto de vida apresentaram um risco de complicações ventilatórias 13 vezes maior. Escores de Apgar reduzidos e o peso muito baixo ao nascimento (<1500g) são fatores de risco conhecidos no período neonatal, etambém aumentaram a morbimortalidade nesta amostra de recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca. O diagnóstico pré-natal da obstrução duodenal não influenciou a mortalidade, mas permitiu que tanto a admissão quanto a operação fossem mais precoces, reduzindo a frequência de complicações digestivas e nutricionais. O prognóstico de recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca associada à síndrome de Down, sem cardiopatia, foi semelhante ao de crianças sem a trissomia.The aim of this study was to identify predictors of early morbidity andmortality in neonates with congenital intrinsic duodenal obstruction. All children with congenital intrinsic duodenal obstruction operated at the Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Minas Gerais, were reviewed. Data were evaluated using the Cox regression model and logistic regression. From 1983 to 2007, 56 children born with congenital intrinsic duodenal obstruction were operated, including 47 neonates, the sample of this study. Overall mortality was 21,3%. Neonates with verylow birth weight (<1500g) presented a higher mortality risk (seven-fold) than those newborns weighting >1500g and even a higher one (14-fold) than those children weighting >2500g. Babies without prenatal diagnosis of duodenal obstruction were more likely to be refered from other hospitals (p=0,001), delaying admission and operation (p=0,002), which further increased the risk of nutritional/digestive complications (OR: 4,1). In neonates with associated congenital heart disease there was an increased risk of cardiovascular complications (OR=38). The frequency ofcongenital heart disease was higher (p=0,001) in children with Down syndrome. Isolated Down syndrome did not increase morbidity or mortality rates. Ventilatory complications were more common in newborns with an initial Apgar score below seven points (OR:13). Low Apgar scores and very low birth weight (<1500g) are well known neonatal risk factors, and also increased morbidity and mortality in this seriesof newborns with congenital intrinsic duodenal obstruction. Prenatal diagnosis of duodenal obstruction did not influence mortality, but allowed earlier admission and operation, reducing the frequency of digestive and nutritional complications. Neonates with associated Down syndrome, without congenital heart disease, had a similar prognosis when compared to children without this trissomy.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAnálise multivariadaSíndrome de DownMortalidadeObstrução duodenal/congênitaMorbidadeDiagnóstico pré-natalRecém-nascidoCuidado pré-natalAnálise multivariadaSíndromeObstrução duodenal/congênitaMortalidadeDiagnóstico pré-natalde DownMorbidezFatores de risco para morbimortalidade precoce em recém-nascidos com obstrução duodenal congênita intrínseca: uma análise multivariadainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdoutorado_pdf.pdfapplication/pdf6078042https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8R2NMD/1/doutorado_pdf.pdf521ae24cca69a309639818328b6d3522MD51TEXTdoutorado_pdf.pdf.txtdoutorado_pdf.pdf.txtExtracted texttext/plain152078https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8R2NMD/2/doutorado_pdf.pdf.txtc93a3bd0ccd7e23a5f4f91beb9828e3dMD521843/BUOS-8R2NMD2019-11-14 05:02:01.855oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8R2NMDRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T08:02:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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