Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Eder Ricardo de Moraes
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MCSC-78QQ9M
Resumo: Verificamos neste trabalho os efeitos do veneno do escorpião brasileiro Tityus bahiensis sobre correntes de sódio em corpos celulares de neurônios dos gânglios da raiz dorsal (DRG) submetidos a registros eletrofisiológicos na modalidade wholecell patch clamp. Em condições de controle, a inativação da corrente de sódio a 0 mV exibiu dois componentes cinéticos, um rápido (tau = 2,15 ± 0,18 ms) e um mais lento (tau = 13,19 ± 3 ms). Em condições experimentais, quando utilizamos o veneno de Tityus bahiensis numa diluição de 1:500 (concentração da proteína de 5,74 ìg/mL), houve uma redução na fração da corrente que se inativa rapidamente (de 80 ± 14 para 60 ± 9 %). O aumento na constante de tempo que se inativa rapidamente não foi alterado significativamente (tau = 2,37 ± 0,4 ms), mas houve um incremento na constante de tempo da inativação lenta (25,74 ± 3,18 ms). Houve, ainda, um aumento na fração da corrente que se inativa lentamente (de 14,1 ± 0,6 para 36 ± 0.4%) e surgimento de um componente persistente da corrente que não inativou mesmo durante pulsos despolarizantes longos (50 a 100 ms). Adicionalmente, na presença do veneno de Tityus bahiensis em condições experimentais, houve o surgimento de um componente que ativa rapidamente as correntes de sódio, independentemente da presença de um pré-pulso com potencial intensamente despolarizante (+50 mV). Nossos resultados concordam com Campos et al. (2007) e mostram que um prépulso não tem efeito nas correntes de sódio geradas, diferentemente da hipótese levantada por Cestèle et al. (2006). Na tentativa de constatar sobre quais isoformas de canais para sódio o veneno de Tityus bahiensis age, utilizamos tetrodotoxina (0,25 - 1ìM) com a finalidade de isolar farmacologicamente as correntes de sódio resistentes a tetrodotoxina, submetê-las a pulsos despolarizantes a 0 mV e verificar oefeito do veneno na cinética das suas correntes. O veneno não foi capaz de gerar efeitos nestas condições experimentais. Assim como os venenos de outros escorpiões, o veneno de Tityus bahiensis contém toxinas capazes de interferir na cinética de ativação e inativação dos canais para sódio sensíveis à tetrodotoxina, realizando ações típicas de toxinas de escorpião do tipo á e â.
id UFMG_acb6e8fc7c15a84dff13dcec70450e9f
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/MCSC-78QQ9M
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Christopher KushmerickLigia Araujo Naves KushmerickPaulo Sergio Lacerda BeiraoAdriano Monteiro de Castro PimentaEder Ricardo de Moraes2019-08-12T00:53:50Z2019-08-12T00:53:50Z2007-08-10http://hdl.handle.net/1843/MCSC-78QQ9MVerificamos neste trabalho os efeitos do veneno do escorpião brasileiro Tityus bahiensis sobre correntes de sódio em corpos celulares de neurônios dos gânglios da raiz dorsal (DRG) submetidos a registros eletrofisiológicos na modalidade wholecell patch clamp. Em condições de controle, a inativação da corrente de sódio a 0 mV exibiu dois componentes cinéticos, um rápido (tau = 2,15 ± 0,18 ms) e um mais lento (tau = 13,19 ± 3 ms). Em condições experimentais, quando utilizamos o veneno de Tityus bahiensis numa diluição de 1:500 (concentração da proteína de 5,74 ìg/mL), houve uma redução na fração da corrente que se inativa rapidamente (de 80 ± 14 para 60 ± 9 %). O aumento na constante de tempo que se inativa rapidamente não foi alterado significativamente (tau = 2,37 ± 0,4 ms), mas houve um incremento na constante de tempo da inativação lenta (25,74 ± 3,18 ms). Houve, ainda, um aumento na fração da corrente que se inativa lentamente (de 14,1 ± 0,6 para 36 ± 0.4%) e surgimento de um componente persistente da corrente que não inativou mesmo durante pulsos despolarizantes longos (50 a 100 ms). Adicionalmente, na presença do veneno de Tityus bahiensis em condições experimentais, houve o surgimento de um componente que ativa rapidamente as correntes de sódio, independentemente da presença de um pré-pulso com potencial intensamente despolarizante (+50 mV). Nossos resultados concordam com Campos et al. (2007) e mostram que um prépulso não tem efeito nas correntes de sódio geradas, diferentemente da hipótese levantada por Cestèle et al. (2006). Na tentativa de constatar sobre quais isoformas de canais para sódio o veneno de Tityus bahiensis age, utilizamos tetrodotoxina (0,25 - 1ìM) com a finalidade de isolar farmacologicamente as correntes de sódio resistentes a tetrodotoxina, submetê-las a pulsos despolarizantes a 0 mV e verificar oefeito do veneno na cinética das suas correntes. O veneno não foi capaz de gerar efeitos nestas condições experimentais. Assim como os venenos de outros escorpiões, o veneno de Tityus bahiensis contém toxinas capazes de interferir na cinética de ativação e inativação dos canais para sódio sensíveis à tetrodotoxina, realizando ações típicas de toxinas de escorpião do tipo á e â.In this study, we tested the effects of Tityus bahiensis scorpion venom on sodium currents recorded from the cell bodies of rat dorsal root ganglion neurons using the whole-cell patch clamp technique. In control conditions, sodium current inactivation at 0 mV exhibited two kinetic components, one fast (tau = 2.15 ± 0.18 ms) and one slow(tau = 13.19 ± 3 ms). In the presence of Tityus bahiensis venom at a dilution of 1:500 (concentration of 5.74 ìg/mL), there was a decrease in the fraction of current comprising the fast component of inactivation (from 80 ± 14 to 60 ± 9 %). The fast time constant of inactivation was not altered significantly (tau = 2.37 ± 0.4 ms), but there was an increase in time constant of slow inactivation (tau = 25.74 ± 3.18 ms). In addition, there was an increase in the fraction of current that inactived slowly (from14.1 ± 0.6 to 36 ± 0.4 %), and the appearance of a persistent component of current that did not inactivate even after long depolarizations (50 100 ms). Additionally, in the presence of Tityus bahiensis venom in experimental conditions there was a very fast component of activation which appeared independently of the presence of a depolarizing pre-pulse (+50 mV). Our results thus agree with those obtained byCampos et al. (2007), and show that a pre-pulse is not necessary for effects on the sodium channel, different from the hypothesis presented by Cestèle et al. (2006). In an attempt of probe which sodium channels isoforms the Tityus bahiensis venom act upon, we used tetrodotoxin (0.25 - 1ìM) in order to isolate pharmacologically tetrodotoxin-resistant sodium currents and submitted these currents to depolarizingpulses to 0 mV and verified the effect of the venom on currents kinetic. Under these experimental conditions, the venom did not produce any effects. Therefore like the venom of the others scorpion, Tityus bahiensis venom contain toxins able to interfere in the kinetics of activation and inactivation of tetrodotoxin-sensitive sodium channels, resulting in alterations typical of á- and â- type toxins.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGEscorpião VenenoFisiologiaGânglios da Raiz DorzalEscorpiãoTitus bahiensisEfeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_eder.pdfapplication/pdf593614https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MCSC-78QQ9M/1/disserta__o_eder.pdfbf81e2d84aac3951afc521b52232f82cMD51TEXTdisserta__o_eder.pdf.txtdisserta__o_eder.pdf.txtExtracted texttext/plain106872https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MCSC-78QQ9M/2/disserta__o_eder.pdf.txteb28d511727251c4a67c96f7f47053e9MD521843/MCSC-78QQ9M2019-11-14 11:21:56.306oai:repositorio.ufmg.br:1843/MCSC-78QQ9MRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T14:21:56Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
title Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
spellingShingle Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
Eder Ricardo de Moraes
Gânglios da Raiz Dorzal
Escorpião
Titus bahiensis
Escorpião Veneno
Fisiologia
title_short Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
title_full Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
title_fullStr Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
title_full_unstemmed Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
title_sort Efeito diferencial do veneno do escorpião Tityus bahiensis em correntes desódio sensíveis e resistentes a tetrodotoxina em neurônios dos Gânglios daRaiz Dorsal de Ratos.
author Eder Ricardo de Moraes
author_facet Eder Ricardo de Moraes
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Christopher Kushmerick
dc.contributor.advisor-co1.fl_str_mv Ligia Araujo Naves Kushmerick
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Paulo Sergio Lacerda Beirao
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Adriano Monteiro de Castro Pimenta
dc.contributor.author.fl_str_mv Eder Ricardo de Moraes
contributor_str_mv Christopher Kushmerick
Ligia Araujo Naves Kushmerick
Paulo Sergio Lacerda Beirao
Adriano Monteiro de Castro Pimenta
dc.subject.por.fl_str_mv Gânglios da Raiz Dorzal
Escorpião
Titus bahiensis
topic Gânglios da Raiz Dorzal
Escorpião
Titus bahiensis
Escorpião Veneno
Fisiologia
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Escorpião Veneno
Fisiologia
description Verificamos neste trabalho os efeitos do veneno do escorpião brasileiro Tityus bahiensis sobre correntes de sódio em corpos celulares de neurônios dos gânglios da raiz dorsal (DRG) submetidos a registros eletrofisiológicos na modalidade wholecell patch clamp. Em condições de controle, a inativação da corrente de sódio a 0 mV exibiu dois componentes cinéticos, um rápido (tau = 2,15 ± 0,18 ms) e um mais lento (tau = 13,19 ± 3 ms). Em condições experimentais, quando utilizamos o veneno de Tityus bahiensis numa diluição de 1:500 (concentração da proteína de 5,74 ìg/mL), houve uma redução na fração da corrente que se inativa rapidamente (de 80 ± 14 para 60 ± 9 %). O aumento na constante de tempo que se inativa rapidamente não foi alterado significativamente (tau = 2,37 ± 0,4 ms), mas houve um incremento na constante de tempo da inativação lenta (25,74 ± 3,18 ms). Houve, ainda, um aumento na fração da corrente que se inativa lentamente (de 14,1 ± 0,6 para 36 ± 0.4%) e surgimento de um componente persistente da corrente que não inativou mesmo durante pulsos despolarizantes longos (50 a 100 ms). Adicionalmente, na presença do veneno de Tityus bahiensis em condições experimentais, houve o surgimento de um componente que ativa rapidamente as correntes de sódio, independentemente da presença de um pré-pulso com potencial intensamente despolarizante (+50 mV). Nossos resultados concordam com Campos et al. (2007) e mostram que um prépulso não tem efeito nas correntes de sódio geradas, diferentemente da hipótese levantada por Cestèle et al. (2006). Na tentativa de constatar sobre quais isoformas de canais para sódio o veneno de Tityus bahiensis age, utilizamos tetrodotoxina (0,25 - 1ìM) com a finalidade de isolar farmacologicamente as correntes de sódio resistentes a tetrodotoxina, submetê-las a pulsos despolarizantes a 0 mV e verificar oefeito do veneno na cinética das suas correntes. O veneno não foi capaz de gerar efeitos nestas condições experimentais. Assim como os venenos de outros escorpiões, o veneno de Tityus bahiensis contém toxinas capazes de interferir na cinética de ativação e inativação dos canais para sódio sensíveis à tetrodotoxina, realizando ações típicas de toxinas de escorpião do tipo á e â.
publishDate 2007
dc.date.issued.fl_str_mv 2007-08-10
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-12T00:53:50Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-12T00:53:50Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/MCSC-78QQ9M
url http://hdl.handle.net/1843/MCSC-78QQ9M
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MCSC-78QQ9M/1/disserta__o_eder.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MCSC-78QQ9M/2/disserta__o_eder.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv bf81e2d84aac3951afc521b52232f82c
eb28d511727251c4a67c96f7f47053e9
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801676612917264384