Biosseguridade para sistemas de produção de peixes em tanque-rede em função da colmatação agravada por Limnoperna Fortunei

• Autor(a) principal: Guilherme Rocha Vianna
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SMOC-B3TQPT
• topic: Limnoperna fortunei; mexilhão dourado tanquerede; colmatação; tela de arame; aquicultura; Aquicultura; Peixe Criação; Mexilhão

A proteína mais consumida no mundo é a de pescado. O sistema de produção de peixes em tanque-rede ,consagrado mundialmente, adapta-se às condições socioambientais brasileiras visando a produção de peixes tropicais em água doce. E o Brasil possui ótimas condições para a aquicultura e uma grande disponibilidade de milho e soja para rações. A produção de peixes em tanque-rede é um sistema de alta densidade de estocagem, dependente de grande renovação de água e da eficiência das telas, a fim de permitir essa renovação: duráveis, resistentes, conferindo alta biosseguridade e relação custo-benefício adequada.. Uma tela com alto grau de colmatação por aderência de Limnoperna fortunei (molusco invasor) leva à queda da qualidade da água em função da baixa renovação no tanque-rede. Isso leva a um forte agravo aos peixes cultivados que ficarão estressados, acarretando aumento do risco de desenvolvimento de doenças, piora dos resultados zootécnicos, afetando questões socioeconômicas e de produção. Diante da relevância desse processo, o objetivo deste trabalho é avaliar a colmatação em diferentes tipos de materiais para confecção de telas de arame, a dinâmica de desenvolvimento da colmatação pelo molusco invasor ao longo do tempo e a relação custo-benefício dos diferentes materiais usados. O experimento utilizou telas de simples torção de malha 19 mm (NBR 10.118), de 5 tipos diferentes de revestimentos: arame galvanizado revestido em PVC; arame galvanizado revestido em PVC com pintura anti-incrustante; arame Bezinal (liga bimetálica de zinco alumínio); arame de inox fino; arame de inox grosso. Cento e sessenta amostras, sendo 32 de cada modelo de telas com 30 cm de largura por 200 cm de comprimento, foram colocadas no lago da barragem de Salto Caxias, no Rio Iguaçu, no estado do Paraná, de julho de 2012 a julho de 2014. A cada intervalo de seis meses, foram retiradas 40 amostras (oito de cada modelo), e foi avaliado o ganho de peso em função da colmatação e feita a contagem de número de mexilhões de cada tela. Buscou-se avaliar a diferença de ganho de peso de cada tipo de tela através de uma análise descritiva e uma avaliação da variância entre grupos com o teste paramétrico de Kruskal-Wallis. Este estudo confirmou que os diferentes materiais utilizados para as telas influenciam na colmatação e aderência do mexilhão dourado. Os testes realizados indicam que os materiais de arame galvanizado plastificado e de arame de inox fino e de inox grosso apresentaram os maiores níveis de colmatação e aderência de mexilhão dourado, com resultados estatisticamente equivalentes, e os arames Bezinal (revestimento de liga bimetálica de zinco e alumínio) e galvanizado plastificado pintado com tinta antiincrustante apresentaram os mesmos níveis de colmatação e aderência de mexilhão dourado. A tela mais eficiente quanto a custo/ano no sistema produtivo de tanque-rede é a de arame galvanizado plastificado; a mais eficiente para baixa colmatação é a de arame Bezinal, e a mais eficiente para durabilidade, a de inox fino.