Acidentes de trânsito em Belo Horizonte

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lucia Maria Miana Mattos Paix?o
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9UHKJC
Resumo: Os acidentes de trânsito (AT) constituem relevante problema de saúde pública global devido à elevada morbimortalidade, decorrente do número crescente de veículos, precariedade do espaço urbano, alterações de estilos de vida e vulnerabilidade de determinados grupos de usuários de via. O estudo teve como objetivo avaliar a contribuição de fontes distintas de informação na análise dos AT e suas vítimas, caracterizando o perfil e identificando grupos vulneráveis entre usuários das vias urbanas em Belo Horizonte, a partir da integração do sistema de informação do trânsito (BH10) e do sistema de informação sobre mortalidade (SIM/MS). No primeiro artigo, foram analisadas a completude e a contribuição de três diferentes fontes na descrição de acidentes de trânsito no município. Verificou-se preenchimento inadequado nas três fontes, com destaque para os itens uso de equipamentos de segurança e de álcool pelo condutor. Além do alto coeficiente de mortalidade dos residentes em Belo Horizonte (19,4 por cem mil habitantes) no período, observou-se aumento dos acidentes e de vítimas não fatais, com concomitante elevação na taxa de internação e custos hospitalares, além de maior envolvimento de motocicletas, proporcionalmente à frota. Condutores homens apresentaram mais chance de ser feridos (OR: 1,66 IC95%:1,59-1,73) ou mortos (OR:3,25 IC95%:1,87-5,67); passageiros ou pedestres apresentaram maior chance (OR: 1,81, IC95%:1,58-2,08) de morrer, comparados aos condutores, sendo os idosos os mais vulneráveis. Verificou-se aumento das mortes em via pública com 55% de positividade nos exames toxicológicos e 50% mais chance de acidentes fatais nos finais de semana. Apesar da incompletude e códigos inespecíficos dos registros, dificultando a enumeração das vítimas, foi possível caracterizar como principais fatores associados aos acidentes os pedestres idosos, motociclistas, o uso de álcool e excesso de velocidade. O estudo demonstrou a complementaridade das três fontes de dados, com seus diferentes objetivos e permitiu trazer à tona importantes aspectos da cadeia de eventos relacionados aos acidentes de trânsito, desde sua ocorrência até a eventual evolução fatal, fornecendo informações relevantes da magnitude do problema para guiar estratégias de controle..No segundo estudo comparou-se o perfil de óbitos por AT, registrados nos sistemas de informação sobre Mortalidade (SIM) e do Transito (BH10) com os dados integrados pelo cruzamento das duas bases.(BH-SIM) A caracterização das vítimas fatais foi feita pela análise do banco relacionado. As distribuições de frequência dos bancos originais foram comparadas com a distribuição de frequência do banco relacionado pelo cálculo do qui-quadrado. Foram estimadas taxas de mortalidade para os residentes em Belo Horizonte e realizada regressão multivariada de Poisson para os óbitos ocorridos na cidade. O banco relacionado (n=306) apontou sub-registro de 24% dos óbitos e diferiu estatisticamente na distribuição etária com o BH10 e na caracterização dos usuários da via com o SIM. A taxa de mortalidade dos residentes no perímetro urbano foi de 10,02 por cem mil habitantes, sendo mais elevada entre homens, jovens e idosos. Observou-se maior número médio esperado de óbitos entre ocupantes de motocicleta (Razão de médias-RM:1,81); pedestres (RM:1,32); homens (RM: 1,24); solteiros/separados (RM; 1,27); jovens de 18-29 anos (RM:1,75) e idosos (RM:1,59) e no local do acidente (RM:1,39) quando comparados às respectivas categorias de referência, mantendo-se as demais variáveis constantes. O estudo descortina a violência no trânsito traduzida pela maior ocorrência dos óbitos na via e nas primeiras 24 horas e confirma a relevância do relacionamento de sistemas de informação para caracterizar os grupos vulneráveis e os óbitos por acidentes de trânsito em ambiente urbano. O planejamento do trânsito e da saúde devem se organizar para responder às demandas contemporâneas da população na área de mobilidade e transporte, assegurando a qualidade de vida e a proteção, em especial de pedestres, usuários de transporte não motorizados e motociclistas. Um trânsito sem violência é a expressão de cidadania, traduzida pela responsabilidade social de cada um dos envolvidos - usuários, indústrias automobilísticas, empresas de transporte, em especial as organizadoras do transporte urbano e o poder público, na construção de ambientes seguros. A sociedade civil fortalecida deve atuar convencida que acidentes de trânsito não são mera fatalidade e que intervenções efetivas devem ser implementadas para coibir a vitimização de cidadãos no exercício do direito elementar de ir e vir.
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No primeiro artigo, foram analisadas a completude e a contribuição de três diferentes fontes na descrição de acidentes de trânsito no município. Verificou-se preenchimento inadequado nas três fontes, com destaque para os itens uso de equipamentos de segurança e de álcool pelo condutor. Além do alto coeficiente de mortalidade dos residentes em Belo Horizonte (19,4 por cem mil habitantes) no período, observou-se aumento dos acidentes e de vítimas não fatais, com concomitante elevação na taxa de internação e custos hospitalares, além de maior envolvimento de motocicletas, proporcionalmente à frota. Condutores homens apresentaram mais chance de ser feridos (OR: 1,66 IC95%:1,59-1,73) ou mortos (OR:3,25 IC95%:1,87-5,67); passageiros ou pedestres apresentaram maior chance (OR: 1,81, IC95%:1,58-2,08) de morrer, comparados aos condutores, sendo os idosos os mais vulneráveis. Verificou-se aumento das mortes em via pública com 55% de positividade nos exames toxicológicos e 50% mais chance de acidentes fatais nos finais de semana. Apesar da incompletude e códigos inespecíficos dos registros, dificultando a enumeração das vítimas, foi possível caracterizar como principais fatores associados aos acidentes os pedestres idosos, motociclistas, o uso de álcool e excesso de velocidade. O estudo demonstrou a complementaridade das três fontes de dados, com seus diferentes objetivos e permitiu trazer à tona importantes aspectos da cadeia de eventos relacionados aos acidentes de trânsito, desde sua ocorrência até a eventual evolução fatal, fornecendo informações relevantes da magnitude do problema para guiar estratégias de controle..No segundo estudo comparou-se o perfil de óbitos por AT, registrados nos sistemas de informação sobre Mortalidade (SIM) e do Transito (BH10) com os dados integrados pelo cruzamento das duas bases.(BH-SIM) A caracterização das vítimas fatais foi feita pela análise do banco relacionado. As distribuições de frequência dos bancos originais foram comparadas com a distribuição de frequência do banco relacionado pelo cálculo do qui-quadrado. Foram estimadas taxas de mortalidade para os residentes em Belo Horizonte e realizada regressão multivariada de Poisson para os óbitos ocorridos na cidade. O banco relacionado (n=306) apontou sub-registro de 24% dos óbitos e diferiu estatisticamente na distribuição etária com o BH10 e na caracterização dos usuários da via com o SIM. A taxa de mortalidade dos residentes no perímetro urbano foi de 10,02 por cem mil habitantes, sendo mais elevada entre homens, jovens e idosos. Observou-se maior número médio esperado de óbitos entre ocupantes de motocicleta (Razão de médias-RM:1,81); pedestres (RM:1,32); homens (RM: 1,24); solteiros/separados (RM; 1,27); jovens de 18-29 anos (RM:1,75) e idosos (RM:1,59) e no local do acidente (RM:1,39) quando comparados às respectivas categorias de referência, mantendo-se as demais variáveis constantes. O estudo descortina a violência no trânsito traduzida pela maior ocorrência dos óbitos na via e nas primeiras 24 horas e confirma a relevância do relacionamento de sistemas de informação para caracterizar os grupos vulneráveis e os óbitos por acidentes de trânsito em ambiente urbano. O planejamento do trânsito e da saúde devem se organizar para responder às demandas contemporâneas da população na área de mobilidade e transporte, assegurando a qualidade de vida e a proteção, em especial de pedestres, usuários de transporte não motorizados e motociclistas. Um trânsito sem violência é a expressão de cidadania, traduzida pela responsabilidade social de cada um dos envolvidos - usuários, indústrias automobilísticas, empresas de transporte, em especial as organizadoras do transporte urbano e o poder público, na construção de ambientes seguros. A sociedade civil fortalecida deve atuar convencida que acidentes de trânsito não são mera fatalidade e que intervenções efetivas devem ser implementadas para coibir a vitimização de cidadãos no exercício do direito elementar de ir e vir.Traffic accidents (TA) are important global public health problem due to the high morbidity and mortality, due to increasing number of vehicles, precariousness of urban space, changes in lifestyles and vulnerability of certain groups of users via. The study analyze the contribution of different sources of information in the description of traffic accidents and its victims, and identifies at-risk population sub-groups among users of urban roads in Belo Horizonte, Brazil, based on the merging of traffic information system (BH10) and Mortality Information System (SIM).In the first article, the completeness and the contribution from three different sources in describing traffic accidents in the city were analyzed. Incomplete data in the three sources was observed, especially the alcohol consumption by drivers and safety equipment use. In addition to the high mortality rate (19.4 per 100.000 inhabitants), an increase in the number of non-fatal accidents was observed. It was reflected in 22% more hospital admissions and 53% increase in hospital costs. The motorcycle accident rate is higher than expected given the fleet composition. Male drivers have the highest risk of injury (OR: 1,66 IC95%:1,59-1,73) or death (OR:3,25 IC95%:1,87-5,67); relative to drivers, passengers or pedestrians have a higher risk of death (OR: 1,81, IC95%: 1,58-2,08), the elderly being the most vulnerable. There was 12% increase in the number of deaths at the site of the accident, 55% of which showed positive evidence of alcohol use and 50% higher risk of fatal accidents on weekends. Despite some incomplete record keeping and non-specific death registry codes, it was possible to characterize the main factors associated with accidents: elderly pedestrian, motorcycle rider, alcohol consumption and speeding. The analysis of the three sources showed their complementarity and revealed important features of the traffic accident event-chain and victim profile, providing key data for the development of mitigation strategies. The second study compares the profile of deaths by traffic accident in Belo Horizonte, between two public databases, Traffic Information System (BH10) and the Mortality Information System (SIM) with integrated database based on the merging of these sources (BH-SIM). Characterization of fatalities was by an analysis of the merged dataset. The frequency distributions of the original pews were compared with the frequency distribution of the merged database by the chi-square test. Mortality rates were estimated for residents in Belo Horizonte and performed multivariate Poisson regression for deaths occurring in the city. The merged dataset (n=306) has an under-reporting rate of 24%. It is statistically different from the BH10 with respect to age distribution and from the SIM with respect to road-user type. The mortality rate of urban area residents was 10.02 per 100,000 inhabitants, being highest among men, elderly and young individuals. Relative to the reference group, multivariate Poisson regression showed increased expected mean deaths among motorcycle riders (Ratio Rate RR:1.81), pedestrians (RR:1.32) men (RR:1.24), never married/separated (RR:1.27), young people aged between 18 and 29 years (RR:1.75), the elderly (RR:1.59) and death at accident site (RR:1.39). The study also provides a window into the toll of traffic accidents, as evidenced by the fact that most deaths take place either at the location of the accident or within 24 hours. It also confirms the importance of merging data from multiple databases in describing the characteristics of deaths by traffic accidents and in identifying at-risk population sub-groups in urban environment. The planning of transit and health should be organized to meet the contemporary demands of the population in the area of mobility and transportation, ensuring the quality of life and protection, especially for pedestrians, non-motorized transport users and motorcyclists. A transit without violence is an expression of citizenship, translated by the social responsibility of everyone involved - users, automobile industries, transportation companies, especially the organizers of urban transport and the public sector in building safe environments. Strengthened civil society must act convinced that traffic accidents are not merely inevitable and that effective interventions should be implemented to curb the victimization of citizens exercising the basic right to come and go.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSaúde públicaAcidentes de trânsitoHospitalizaçãoMortalidadeDistribuição de poissonSistemas de informaçãoFontes de dadosAcidentes de trânsitoRegressão de PoissonHospitalizaçãoMortalidadeSistemas de informaçãoRelacionamento de dadosFontes de dadosAcidentes de trânsito em Belo Horizonteinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_lucia_paixao_29_01_15.pdfapplication/pdf5492955https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9UHKJC/1/tese_lucia_paixao_29_01_15.pdfbf499e82fab58c986cfc94c02bcb5c68MD51TEXTtese_lucia_paixao_29_01_15.pdf.txttese_lucia_paixao_29_01_15.pdf.txtExtracted texttext/plain176943https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9UHKJC/2/tese_lucia_paixao_29_01_15.pdf.txt5e1798017f4117c21a10956c9d7131c2MD521843/BUOS-9UHKJC2019-11-14 06:11:32.975oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9UHKJCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T09:11:32Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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