Uma nota sobre uma teoria medieval acerca de inexistentes

• Autor(a) principal: Ernesto Perini Frizzera da Mota Santos
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: https://doi.org/10.34019/2448-2137.2018.17873; http://hdl.handle.net/1843/38344; https://orcid.org/0000-0001-5805-5985
• topic: Sofisma; Inexistentes; Esse essentiae; Esse actuale; Princípio da independência; Meinong; Anonymus liberanus; Anonymus tabarroneus; Lógica; Essência (Filosofia); Filosofia medieval; Objetos inexistentes (Filosofia)

Algumas soluções medievais para o sofisma ´omnis homo de necessitate est animal´ postulam um tipo especial de ser, o ser da essência (esse essentiae), que explica como uma predicação necessária pode ser verdadeira sobre seres cuja existência é contingente. O ser da essência, distinto do ser efetivo (esse actuale), admite apenas propriedades necessárias. Deste traço se seguem duas diferenças em relação a teorias meinonguianas acerca do não ser. Inicialmente, segundo Meinong, o tipo de propriedade de um objeto é independente de ele existir – o chamado ´Princípio da Independência´. Além disto, o ser da essência não é parte da explicação da intencionalidade. Teorias medievais que julgam dever explicar a intencionalidade pela postulação de um tipo especial de ser não o fazem pela postulação do esse essentiae. Objetos meinoinguianos, por seu vez, servem para explicar tanto a intencionalidade quanto a distribuição intuitiva de valores de verdade para sentenças sobre inexistentes.