Sementeira do oceano: o estranho que brota de palavras e imagens da fantasia

• Autor(a) principal: Luíza Costa Manhães de Oliveira
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/38752
• topic: Estranho; Imaginário; Fantasia; Ficção; Animal; Imagem-palavra; Criação (Literária, artística, etc.); Percepção; Percepção visual; Fantasia na arte; Imaginário; Ficção; Arte e literatura

A pesquisa propõe uma reflexão sobre o processo de construção de trabalhos artísticos caracterizados pelo estranho, aspecto que demarca uma familiaridade incompreensível no primeiro momento do contato. Não se trata de uma busca por definições de tal aspecto nas variadas áreas do saber, mas de seus desdobramentos dentro das artes visuais. Além do estranho, outros dois pilares fundamentam essa investida: a relação entre conhecido e desconhecido e a interação do nível verbal com o visual, culminando nas produções poéticas de interesse aqui como Unheimlich (2015) e Natureza Perversa (2003) de Walmor Corrêa, e Contos de Lugares Distantes (2012) de Shaun Tan, bem como Sementeira do oceano (2020), conjunto de imagens por mim produzido que se constrói lado a lado com essa investigação, dando a esta seu nome. Desenvolvidos por diferentes abordagens, técnicas e materiais, cada um desses casos refere-se ao estranho, permeando-o por fantasias, personagens, cenários e situações ficcionais, além de animais hibridizados ou antropomorfos fornecendo uma desconstrução da realidade. Desta forma, é estabelecida a aproximação entre diferentes áreas como palavra e imagem que aqui formam o todo de um conteúdo, e arte e ciência, possibilitando uma discussão acerca de possibilidades poéticas que se apropriam de meios e métodos científicos para questionar a construção do conhecimento e a formação de imaginários, adentrando-se no âmbito da construção de monstros e lendas. A partir disso, questões se estendem, tangenciando as noções de realidade e sua multiplicidade, questões legitimadas por modos de representação e realidades construídas através da linguagem. Nessa busca, imagens se cruzam, tomando a metáfora do oceano como o ambiente da pesquisa teórica e da produção artística, no qual o pesquisador-artista navega em busca do desconhecido.