Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Felipe Fróes Couto
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/33714
https://orcid.org/0000-0002-4928-9920
Resumo: Nesta tese, realizo uma pesquisa crítico-interpretativa sobre um dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, a Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº 1943-58, mais conhecida como ‘Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer’. Nesse processo, foram investigadas supostas acusações que compuseram uma tentativa de afastamento da então Presidente Dilma Rousseff e de seu Vice Michel Temer. Buscarei responder o seguinte problema de pesquisa: De que forma, ao se analisar criticamente os discursos contidos na Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer, o pensamento decolonial pode contribuir para os debates sobre corrupção nas organizações? Meu objetivo geral é analisar as contribuições do pensamento decolonial para o debate sobre corrupção nas organizações em uma análise crítica dos discursos contidos na Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer. Os dados utilizados para a análise são os depoimentos transcritos contidos nos 33 volumes do processo, digitalizados e disponíveis na página online do Tribunal Superior Eleitoral, consultados no ano de 2019. O trabalho de análise foi interpretativo e em profundidade em relação aos dados. As análises se deram em relação aos discursos contidos nas falas, e não nas falas propriamente em si, o que me permitiu fazer uma leitura mais abrangente dos dados, prescindindo da necessidade de analisar fala-a-fala de cada um dos depoentes. Da leitura dos dados em painel, foram escolhidas as citações mais representativas ou reveladoras sobre as subjetividades produzidas ao longo do processo analisado. A narrativa analítica final foi redigida e, em seguida, foi realizado um esforço de back to theory, em que os achados encontrados foram contrapostos às visões moderna e decolonial sobre a corrupção. Da análise dos dados, surgiram duas correntes interpretativas da corrupção que devem compor as agendas anticorrupção nos próximos anos. A primeira é a corrente moderna de combate à corrupção, pautada nas visões tradicionais sobre o fenômeno. A segunda é a corrente decolonial, que deve pautar as suas agendas por meio da proposta de radicalização democrática. Pela agenda moderna de combate à corrupção, as ações futuras devem se concentrar no paradigma do aumento do controle organizacional das instituições, a partir de medidas como inflação legislativa, reengenharia de processos internos, estabelecimento de mecanismos de controles internos e externos, bem como melhorias no sistema jurídico de processamento de denúncias de corrupção, tornando o processo de punição mais célere. Pela agenda decolonial de combate à corrupção, as ações futuras devem se concentrar na promoção democrática do controle social das instituições políticas, por meio de medidas como educação política, promoção de liberalismo político e estímulo à democracia direta, aumento de controle social das instituições (accountability social) e reestruturação de sistemas eleitorais e de propaganda política, privilegiando o debate e a participação. Ao lançar um novo olhar sobre a corrupção organizacional pelo viés decolonial, surge uma nova agenda de pesquisa. Uma agenda que trata das relações de vigilância entre sociedade civil, mercado e Estado. Essa agenda de pesquisa traz espaço para muitas possibilidades. Além da já explorada dimensão da governança pública, que se pauta na qualidade das relações entre o Estado e a sociedade civil, surge também a ideia da accountability social da empresa, que diz respeito à vigilância e às relações bilaterais que podem ser estabelecidas entre a sociedade civil e as organizações empresariais privadas — aqui vistas como entidades políticas de facto. A agenda decolonial traz luz à politização da sociedade, à melhoria da qualidade institucional e ao pensamento de mecanismos para o controle social das mediações políticas (potestas).
id UFMG_bc9d98c0a0b88b081efc5f9424617ea3
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/33714
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Alexandre de Pádua Carrierihttp://lattes.cnpq.br/0555523196295968Alexandre de Pádua CarrieriIvan Beck CkagnazaroffAmon Narciso de BarrosCintia Rodrigues de Oliveira MedeirosMarcio Moutinho Abdallahttp://lattes.cnpq.br/1542783014894190Felipe Fróes Couto2020-06-30T12:09:02Z2020-06-30T12:09:02Z2020-03-17http://hdl.handle.net/1843/33714https://orcid.org/0000-0002-4928-9920Nesta tese, realizo uma pesquisa crítico-interpretativa sobre um dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, a Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº 1943-58, mais conhecida como ‘Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer’. Nesse processo, foram investigadas supostas acusações que compuseram uma tentativa de afastamento da então Presidente Dilma Rousseff e de seu Vice Michel Temer. Buscarei responder o seguinte problema de pesquisa: De que forma, ao se analisar criticamente os discursos contidos na Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer, o pensamento decolonial pode contribuir para os debates sobre corrupção nas organizações? Meu objetivo geral é analisar as contribuições do pensamento decolonial para o debate sobre corrupção nas organizações em uma análise crítica dos discursos contidos na Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer. Os dados utilizados para a análise são os depoimentos transcritos contidos nos 33 volumes do processo, digitalizados e disponíveis na página online do Tribunal Superior Eleitoral, consultados no ano de 2019. O trabalho de análise foi interpretativo e em profundidade em relação aos dados. As análises se deram em relação aos discursos contidos nas falas, e não nas falas propriamente em si, o que me permitiu fazer uma leitura mais abrangente dos dados, prescindindo da necessidade de analisar fala-a-fala de cada um dos depoentes. Da leitura dos dados em painel, foram escolhidas as citações mais representativas ou reveladoras sobre as subjetividades produzidas ao longo do processo analisado. A narrativa analítica final foi redigida e, em seguida, foi realizado um esforço de back to theory, em que os achados encontrados foram contrapostos às visões moderna e decolonial sobre a corrupção. Da análise dos dados, surgiram duas correntes interpretativas da corrupção que devem compor as agendas anticorrupção nos próximos anos. A primeira é a corrente moderna de combate à corrupção, pautada nas visões tradicionais sobre o fenômeno. A segunda é a corrente decolonial, que deve pautar as suas agendas por meio da proposta de radicalização democrática. Pela agenda moderna de combate à corrupção, as ações futuras devem se concentrar no paradigma do aumento do controle organizacional das instituições, a partir de medidas como inflação legislativa, reengenharia de processos internos, estabelecimento de mecanismos de controles internos e externos, bem como melhorias no sistema jurídico de processamento de denúncias de corrupção, tornando o processo de punição mais célere. Pela agenda decolonial de combate à corrupção, as ações futuras devem se concentrar na promoção democrática do controle social das instituições políticas, por meio de medidas como educação política, promoção de liberalismo político e estímulo à democracia direta, aumento de controle social das instituições (accountability social) e reestruturação de sistemas eleitorais e de propaganda política, privilegiando o debate e a participação. Ao lançar um novo olhar sobre a corrupção organizacional pelo viés decolonial, surge uma nova agenda de pesquisa. Uma agenda que trata das relações de vigilância entre sociedade civil, mercado e Estado. Essa agenda de pesquisa traz espaço para muitas possibilidades. Além da já explorada dimensão da governança pública, que se pauta na qualidade das relações entre o Estado e a sociedade civil, surge também a ideia da accountability social da empresa, que diz respeito à vigilância e às relações bilaterais que podem ser estabelecidas entre a sociedade civil e as organizações empresariais privadas — aqui vistas como entidades políticas de facto. A agenda decolonial traz luz à politização da sociedade, à melhoria da qualidade institucional e ao pensamento de mecanismos para o controle social das mediações políticas (potestas).In this thesis, I carry out a critical-interpretative research on one of the consequences of Car Wash Operation, the Electoral Judicial Investigation nº 1943-58, better known as 'Cassation of Chapa Dilma-Temer Act'. In this process, alleged accusations that made up an attempt to remove the then President Dilma Rousseff and her Vice Michel Temer were investigated. I will try to answer the following research problem: How, when critically analyzing the speeches contained in the Cassation Action of Chapa Dilma-Temer, can decolonial thinking contribute to debates on corruption in organizations? My general objective is to analyze the contributions of decolonial thinking to the debate on corruption in organizations from a critical analysis of the discourses contained in the Cassation of Chapa Dilma-Temer Act. The data used for the analysis are the transcribed testimonies contained in the 33 volumes of the process, digitized and available on the online page of the Superior Electoral Court, consulted in 2019. The analysis work was interpretive and in-depth in relation to the data. The analyzes took place in relation to the discourses contained in the testimonies, and not in the lines themselves, which allowed me to make a more comprehensive reading of the data, dispensing with the need to analyze line-to-line of each of the interviewees. From reading the data on the panel, the most representative or revealing quotations about the subjectivities produced during the analyzed process were chosen. The final analytical narrative was written and, then, a back-to-theory effort was carried out, in which the findings were opposed to the modern and decolonial views on corruption. From the analysis of the data, two interpretive currents of corruption emerged that should compose the anti-corruption agendas in the coming years. The first is the modern trend to fight corruption, based on traditional views about the phenomenon. The second is the decolonial current, which must guide their agendas through the proposal of democratic radicalization. In view of the modern anti-corruption agenda, future actions should focus on the paradigm of increased organizational control of institutions, based on measures such as legislative inflation, internal processes reengineering, mechanisms for internal and external controls, as well as improvements in legal system for processing complaints of corruption, making the punishment process faster. Due to the decolonial anti-corruption agenda, future actions should focus on the democratic promotion of social control of political institutions, through measures such as political education, promotion of political liberalism and encouragement of direct democracy, increased social control of institutions (social accountability) and restructuring of electoral and political propaganda systems, favoring debate and participation. When taking a new look at organizational corruption through decolonial bias, a new research agenda emerges. An agenda that deals with the surveillance relations between civil society, the market and the State. This research agenda brings space for many possibilities. In addition to the already explored dimension of public governance, which is based on the quality of relations between the State and civil society, there is also the idea of the company's social accountability, which concerns surveillance and bilateral relations that can be established between civil society and private business organizations — here seen as de facto political entities. The decolonial agenda sheds light on the politicization of society, the improvement of institutional quality and the thinking of mechanisms for the social control of political mediations (potestas).porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em AdministraçãoUFMGBrasilFCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAShttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessPolítica e governoCorrupçãoCorrupção administrativaBrasilPolíticosDecolonialismoLava JatoCorrupçãoUm estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?A Decolonial Study on Corruption in Brazilian Organizations: Utopian Capitalism (sic)?info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese - Versão Final PDFA.pdfTese - Versão Final PDFA.pdfAbertoapplication/pdf2480186https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33714/1/Tese%20-%20Vers%c3%a3o%20Final%20PDFA.pdf75f496135678a0d02447964ded651a26MD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33714/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33714/3/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD531843/337142020-06-30 09:09:02.258oai:repositorio.ufmg.br:1843/33714TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2020-06-30T12:09:02Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv A Decolonial Study on Corruption in Brazilian Organizations: Utopian Capitalism (sic)?
title Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
spellingShingle Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
Felipe Fróes Couto
Decolonialismo
Lava Jato
Corrupção
Política e governo
Corrupção
Corrupção administrativa
Brasil
Políticos
title_short Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
title_full Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
title_fullStr Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
title_full_unstemmed Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
title_sort Um estudo decolonial sobre corrupção nas organizações brasileiras: capitalismo utópico (sic)?
author Felipe Fróes Couto
author_facet Felipe Fróes Couto
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Alexandre de Pádua Carrieri
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/0555523196295968
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Alexandre de Pádua Carrieri
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Ivan Beck Ckagnazaroff
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Amon Narciso de Barros
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Cintia Rodrigues de Oliveira Medeiros
dc.contributor.referee5.fl_str_mv Marcio Moutinho Abdalla
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1542783014894190
dc.contributor.author.fl_str_mv Felipe Fróes Couto
contributor_str_mv Alexandre de Pádua Carrieri
Alexandre de Pádua Carrieri
Ivan Beck Ckagnazaroff
Amon Narciso de Barros
Cintia Rodrigues de Oliveira Medeiros
Marcio Moutinho Abdalla
dc.subject.por.fl_str_mv Decolonialismo
Lava Jato
Corrupção
topic Decolonialismo
Lava Jato
Corrupção
Política e governo
Corrupção
Corrupção administrativa
Brasil
Políticos
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Política e governo
Corrupção
Corrupção administrativa
Brasil
Políticos
description Nesta tese, realizo uma pesquisa crítico-interpretativa sobre um dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, a Ação de Investigação Judicial Eleitoral nº 1943-58, mais conhecida como ‘Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer’. Nesse processo, foram investigadas supostas acusações que compuseram uma tentativa de afastamento da então Presidente Dilma Rousseff e de seu Vice Michel Temer. Buscarei responder o seguinte problema de pesquisa: De que forma, ao se analisar criticamente os discursos contidos na Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer, o pensamento decolonial pode contribuir para os debates sobre corrupção nas organizações? Meu objetivo geral é analisar as contribuições do pensamento decolonial para o debate sobre corrupção nas organizações em uma análise crítica dos discursos contidos na Ação de Cassação da Chapa Dilma-Temer. Os dados utilizados para a análise são os depoimentos transcritos contidos nos 33 volumes do processo, digitalizados e disponíveis na página online do Tribunal Superior Eleitoral, consultados no ano de 2019. O trabalho de análise foi interpretativo e em profundidade em relação aos dados. As análises se deram em relação aos discursos contidos nas falas, e não nas falas propriamente em si, o que me permitiu fazer uma leitura mais abrangente dos dados, prescindindo da necessidade de analisar fala-a-fala de cada um dos depoentes. Da leitura dos dados em painel, foram escolhidas as citações mais representativas ou reveladoras sobre as subjetividades produzidas ao longo do processo analisado. A narrativa analítica final foi redigida e, em seguida, foi realizado um esforço de back to theory, em que os achados encontrados foram contrapostos às visões moderna e decolonial sobre a corrupção. Da análise dos dados, surgiram duas correntes interpretativas da corrupção que devem compor as agendas anticorrupção nos próximos anos. A primeira é a corrente moderna de combate à corrupção, pautada nas visões tradicionais sobre o fenômeno. A segunda é a corrente decolonial, que deve pautar as suas agendas por meio da proposta de radicalização democrática. Pela agenda moderna de combate à corrupção, as ações futuras devem se concentrar no paradigma do aumento do controle organizacional das instituições, a partir de medidas como inflação legislativa, reengenharia de processos internos, estabelecimento de mecanismos de controles internos e externos, bem como melhorias no sistema jurídico de processamento de denúncias de corrupção, tornando o processo de punição mais célere. Pela agenda decolonial de combate à corrupção, as ações futuras devem se concentrar na promoção democrática do controle social das instituições políticas, por meio de medidas como educação política, promoção de liberalismo político e estímulo à democracia direta, aumento de controle social das instituições (accountability social) e reestruturação de sistemas eleitorais e de propaganda política, privilegiando o debate e a participação. Ao lançar um novo olhar sobre a corrupção organizacional pelo viés decolonial, surge uma nova agenda de pesquisa. Uma agenda que trata das relações de vigilância entre sociedade civil, mercado e Estado. Essa agenda de pesquisa traz espaço para muitas possibilidades. Além da já explorada dimensão da governança pública, que se pauta na qualidade das relações entre o Estado e a sociedade civil, surge também a ideia da accountability social da empresa, que diz respeito à vigilância e às relações bilaterais que podem ser estabelecidas entre a sociedade civil e as organizações empresariais privadas — aqui vistas como entidades políticas de facto. A agenda decolonial traz luz à politização da sociedade, à melhoria da qualidade institucional e ao pensamento de mecanismos para o controle social das mediações políticas (potestas).
publishDate 2020
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2020-06-30T12:09:02Z
dc.date.available.fl_str_mv 2020-06-30T12:09:02Z
dc.date.issued.fl_str_mv 2020-03-17
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/33714
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv https://orcid.org/0000-0002-4928-9920
url http://hdl.handle.net/1843/33714
https://orcid.org/0000-0002-4928-9920
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em Administração
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv FCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33714/1/Tese%20-%20Vers%c3%a3o%20Final%20PDFA.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33714/2/license_rdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/33714/3/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 75f496135678a0d02447964ded651a26
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab
34badce4be7e31e3adb4575ae96af679
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589153098563584