Aspectos imunológicos relacionados à resistência e suscetibilidade na coinfecção experimental murina de Leishmania major com Rhipicephalus sanguineus ou Ascaris lumbricoides

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gregorio Guilherme Almeida
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AXFFD3
Resumo: Os cães são considerados os principais reservatórios domésticos de leishmaniose visceral no Brasil e em muitas regiões do mundo. Na natureza, uma grande variedade de coinfecções pode ocorrer em cães, especialmente aquelas causados por carrapatos e vermes intestinais. A saliva de carrapatos possui propriedades farmacológicas capazes de contornar os mecanismos de coagulação, inflamação e percepção do hospedeiro. Helmintos geralmente conduzem a resposta imune a um perfil de TH2, benéfico para os parasitos do gênero Leishmania. O papel da imunomodulação produzida por carrapatos ou vermes na infecção por Leishmania spp. é pouco conhecido. Camundongos (C57BL/6 e BALB/c) foram previamente infestados, uma única vez, por duas fêmeas adultas de Rhipicephalus sanguineus na pele dorso-torácica, por 7 a 10 dias e infectados com 105 promastigotas metacíclicas de Leishmania major na pata posterior esquerda, bem como um grupo não infestado. Como grupo de controle para alguns experimentos, os camundongos foram infestados por R. sanguineus foram inoculados na pata com PBS estéril. A espessura da pata foi monitorada semanalmente. O parasitismo e alguns parâmetros imunológicos foram medidos após cinco e oito semanas de infecção. Os títulos de anticorpos anti-Leishmania e IL-10 foram medidos em soros por ELISA e a carga parasitária na pele e no baço foi medida por qPCR. Camundongos BALB/c foram previamente infectados três vezes com 2000 ovos embrionados de Ascaris lumbricoides e depois infectados com L. major como descrito anteriormente. A infestação com R. sanguineus promoveu um menor aumento na espessura da pata infectada quando comparado a camundongos não infestados. No entanto, a carga parasitária na pata e no baço foi ligeiramente maior nos grupos infestados. Nenhuma diferença no inchaço da pata foi observada em camundongos BALB/c, mas a carga parasitária na pata foi ligeiramente maior no grupo infestado. Curiosamente, os títulos de anticorpos antiLeishmania IgG1 e IgG2 foram menores em camundongos oito semanas após o final da infestação. Não foram observadas diferenças em camundongos infectados com A. lumbricoides, quando comparados aos controles. Além disso, o papel dos eosinófilos foi avaliado durante a infecção de Leishmania usando camundongos que não possuíam essas células. Os camundongos deficientes em eosinófilos mostraram um pior desenvolvimento da doença devido ao aumento do número de lesões metastáticas na pele e redução da sobrevida após o desafio. Nossos dados sugerem fortemente que carrapatos podem afetar a imunidade e o curso da doença em camundongos co-infectados com Leishmania major.
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Camundongos (C57BL/6 e BALB/c) foram previamente infestados, uma única vez, por duas fêmeas adultas de Rhipicephalus sanguineus na pele dorso-torácica, por 7 a 10 dias e infectados com 105 promastigotas metacíclicas de Leishmania major na pata posterior esquerda, bem como um grupo não infestado. Como grupo de controle para alguns experimentos, os camundongos foram infestados por R. sanguineus foram inoculados na pata com PBS estéril. A espessura da pata foi monitorada semanalmente. O parasitismo e alguns parâmetros imunológicos foram medidos após cinco e oito semanas de infecção. Os títulos de anticorpos anti-Leishmania e IL-10 foram medidos em soros por ELISA e a carga parasitária na pele e no baço foi medida por qPCR. Camundongos BALB/c foram previamente infectados três vezes com 2000 ovos embrionados de Ascaris lumbricoides e depois infectados com L. major como descrito anteriormente. A infestação com R. sanguineus promoveu um menor aumento na espessura da pata infectada quando comparado a camundongos não infestados. No entanto, a carga parasitária na pata e no baço foi ligeiramente maior nos grupos infestados. Nenhuma diferença no inchaço da pata foi observada em camundongos BALB/c, mas a carga parasitária na pata foi ligeiramente maior no grupo infestado. Curiosamente, os títulos de anticorpos antiLeishmania IgG1 e IgG2 foram menores em camundongos oito semanas após o final da infestação. Não foram observadas diferenças em camundongos infectados com A. lumbricoides, quando comparados aos controles. Além disso, o papel dos eosinófilos foi avaliado durante a infecção de Leishmania usando camundongos que não possuíam essas células. Os camundongos deficientes em eosinófilos mostraram um pior desenvolvimento da doença devido ao aumento do número de lesões metastáticas na pele e redução da sobrevida após o desafio. Nossos dados sugerem fortemente que carrapatos podem afetar a imunidade e o curso da doença em camundongos co-infectados com Leishmania major.Dogs are considered the main domestic reservoirs of visceral leishmaniasis in Brazil and many regions of the world. In nature, a wide range of coinfections may take place in dogs, especially those caused by brown ticks and worms. Ticks saliva has many properties aiming the vector to circumvent the clothing, inflammatory and perception mechanisms of the host. Worms, usually drive the immune response to a TH2 profile which is beneficial to Leishmania parasites. However, the role of the immunomodulation driven by ticks or worms in the outcome of leishmaniasis is poorly known and is still a missing step of the host-parasite interface. Mice (C57BL/6 and BALB/c) were previously infested once by two adult females of Rhipicephalus sanguineus on the dorso-thoracic skin, for 7 to 10 days and infected with 105 metacyclic promastigotes of Leishmania major in the left hind paw as well as a non-infested group. As a control group for some experiments, mice infested by R. sanguineus were inoculated in the footpad with sterile PBS. Footpad thickness was monitored weekly. Parasitism and immunologic parameters were measured at five and eight weeks post infection. The titers of anti-Leishmania antibodies and IL-10 were measured in sera by ELISA and the parasite load in the skin and spleen was measured by qPCR. BALB/c mice were previously infected thrice with 2000 embrionated eggs of Ascaris lumbricoides and then infected with L. major as described before. Infestation with R. sanguineus promoted a minor increase in the thickness of the infected footpad when compared to non-infested mice. However, the parasite load in the paw and spleen was slightly higher in infested groups. Moreover, no difference in footpad swelling was observed in BALB/c mice, but the parasite load in the footpad was slightly higher in the infested group. Interestingly, titers of anti-Leishmania IgG1 and IgG2 antibodies were lower in infested mice eight weeks after the end of infestation. No differences were sought in mice infected with A. lumbricoides, when compared with their control. Moreover, the role of eosinophils were evaluated during the infection of Leishmania using mice lacking these cells. Mice depleted of eosinophils showed a worst development of the disease due to enhanced numbers of metastatic lesions in the skin and reduced survival after challenge. Our data strongly suggests that ticks may affect the immunity and the course of the disease in co-infected mice harboring Leishmania major.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGCoinfecçãoMedicinaRhipicephalus sanguineusLeishmania majorPatologiaAspectos imunológicos relacionados à resistência e suscetibilidade na coinfecção experimental murina de Leishmania major com Rhipicephalus sanguineus ou Ascaris lumbricoidesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_greg_rio_almeida_versao_final.pdfapplication/pdf2263493https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AXFFD3/1/tese_greg_rio_almeida_versao_final.pdf3073fc60dafb4400696671250aa92661MD51TEXTtese_greg_rio_almeida_versao_final.pdf.txttese_greg_rio_almeida_versao_final.pdf.txtExtracted texttext/plain156684https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AXFFD3/2/tese_greg_rio_almeida_versao_final.pdf.txt9a61e4d58fde15cfd05d2d080e77651dMD521843/BUBD-AXFFD32019-11-14 09:13:26.25oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AXFFD3Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:13:26Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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