A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniel Vater de Almeida
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8Z4PLC
Resumo: Este trabalho consiste em investigar as influências do pensamento geográfico presentes nas propostas de planos de cidades que Alfred Agache produziu para o Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da vigésima centúria.A relação espaço-tempo, que vai do ocaso do oitocentismo ao alvorecer do século vigésimo, foi primordial para a afirmação da Geografia como ciência moderna, sob total obediência aos preceitos positivistas que dominavam o pensamento científico em todas as áreas do conhecimento. Desse modo, essa mesma relação espaço-tempo contribuiu àformação e às influências que Alfred Agache recebeu em sua trajetória intelectual e profissional e que, mais tarde, resultaram na afirmação do seu urbanismo enquanto disciplina teórica, bem como em suas propostas urbanísticas para diversas cidades de todo o mundo.Ao enxergar o planejamento urbano numa concepção multidisciplinar, absorvendo conhecimento de diversas áreas, tal como fazia na Sociedade Francesa de Urbanistas, Alfred Agache elaborou seus planos de cidades, utilizando-se de arcabouços teóricos advindos da Sociologia, Economia, História, Biologia, Antropologia, Artes, Arquitetura e, particularmente, da Geografia.No que tange à Ciência Geográfica, suas influências diretas no urbanismo de Agache advém das correntes do pensamento geográfico, muito em voga entre o final do Século XIX e princípios do XX, ou seja, o determinismo ambiental e, mais precisamente, o possibilismo de La Blache. Afirmamos influências diretas, uma vez que, após análise dos planos elaborados pelo urbanista francês, tanto para a Cidade do Rio de Janeiro, como para Curitiba, evidenciamos claramente, através da leitura dos mesmos, alusão ao determinismo quando estabelecia conclusões e vocações futuras para as cidades planejadas, bem como referências diretas e citações a Paul Vidal de La Blache e seu possibilismo, ao realizar a descrição e caracterização fisiográfica dos sítios a serem planejados.O ato de planejar cidades modernas no Brasil era o anseio de um estado republicano e positivista, e suas esferas, a serviço de suas elites conservadoras, em que as ideias e propostas que Agache trazia com seu urbanismo serviam plenamente. Dessa forma, tanto para a capital federal da velha república, como para a Curitiba em tempos de Vargas, esse modelo de urbanismo representava a efetivação do sonho das elites materializado nas cidades, numa inspiração europeia.Para que se tornasse exequível esta pesquisa, optou-se pela análise dos planos elaborados por Alfred Agache para o Rio de Janeiro e Curitiba, devido à melhor conservação das fontes primárias e documentos originais, bem como às condições de acessibilidade aos mesmos, muito embora saibamos dos inúmeros planos e propostas urbanísticas realizadas por ele para diversas cidades brasileiras.O plano da capital federal intitulado Cidade do Rio de Janeiro. Extensão, Remodelação e Embellezamento foi finalizado em 1930. Já o de Curitiba, chamado de Plano de Urbanização, foi entregue em 1943. Em ambos, considerável é a presença do pensamento geográfico, constituindo-se em documentos que contribuem, sobremaneira, à História da Geografia.
id UFMG_bf80431dd0367dd7a520e056d2902c24
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/MPBB-8Z4PLC
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Heloisa Soares de Moura CostaCassio Eduardo Viana HissaJupira Gomes de MendoncaGuilherme da Silva RibeiroAlberto Pereira LopesDaniel Vater de Almeida2019-08-10T05:43:42Z2019-08-10T05:43:42Z2012-08-13http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8Z4PLCEste trabalho consiste em investigar as influências do pensamento geográfico presentes nas propostas de planos de cidades que Alfred Agache produziu para o Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da vigésima centúria.A relação espaço-tempo, que vai do ocaso do oitocentismo ao alvorecer do século vigésimo, foi primordial para a afirmação da Geografia como ciência moderna, sob total obediência aos preceitos positivistas que dominavam o pensamento científico em todas as áreas do conhecimento. Desse modo, essa mesma relação espaço-tempo contribuiu àformação e às influências que Alfred Agache recebeu em sua trajetória intelectual e profissional e que, mais tarde, resultaram na afirmação do seu urbanismo enquanto disciplina teórica, bem como em suas propostas urbanísticas para diversas cidades de todo o mundo.Ao enxergar o planejamento urbano numa concepção multidisciplinar, absorvendo conhecimento de diversas áreas, tal como fazia na Sociedade Francesa de Urbanistas, Alfred Agache elaborou seus planos de cidades, utilizando-se de arcabouços teóricos advindos da Sociologia, Economia, História, Biologia, Antropologia, Artes, Arquitetura e, particularmente, da Geografia.No que tange à Ciência Geográfica, suas influências diretas no urbanismo de Agache advém das correntes do pensamento geográfico, muito em voga entre o final do Século XIX e princípios do XX, ou seja, o determinismo ambiental e, mais precisamente, o possibilismo de La Blache. Afirmamos influências diretas, uma vez que, após análise dos planos elaborados pelo urbanista francês, tanto para a Cidade do Rio de Janeiro, como para Curitiba, evidenciamos claramente, através da leitura dos mesmos, alusão ao determinismo quando estabelecia conclusões e vocações futuras para as cidades planejadas, bem como referências diretas e citações a Paul Vidal de La Blache e seu possibilismo, ao realizar a descrição e caracterização fisiográfica dos sítios a serem planejados.O ato de planejar cidades modernas no Brasil era o anseio de um estado republicano e positivista, e suas esferas, a serviço de suas elites conservadoras, em que as ideias e propostas que Agache trazia com seu urbanismo serviam plenamente. Dessa forma, tanto para a capital federal da velha república, como para a Curitiba em tempos de Vargas, esse modelo de urbanismo representava a efetivação do sonho das elites materializado nas cidades, numa inspiração europeia.Para que se tornasse exequível esta pesquisa, optou-se pela análise dos planos elaborados por Alfred Agache para o Rio de Janeiro e Curitiba, devido à melhor conservação das fontes primárias e documentos originais, bem como às condições de acessibilidade aos mesmos, muito embora saibamos dos inúmeros planos e propostas urbanísticas realizadas por ele para diversas cidades brasileiras.O plano da capital federal intitulado Cidade do Rio de Janeiro. Extensão, Remodelação e Embellezamento foi finalizado em 1930. Já o de Curitiba, chamado de Plano de Urbanização, foi entregue em 1943. Em ambos, considerável é a presença do pensamento geográfico, constituindo-se em documentos que contribuem, sobremaneira, à História da Geografia.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPlanejamento urbano CuritibaGeografia FilosofiaPositivismoPlanejamento urbano Rio de JaneiroAlfred AgacheModernidadePossibilismoAgachePositivismoGeografiaUrbanismoModernidadeA afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúriainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdaniel_vater.pdfapplication/pdf3853760https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-8Z4PLC/1/daniel_vater.pdfdd1b4ce0d6f37cda5f670355ce5102eeMD51TEXTdaniel_vater.pdf.txtdaniel_vater.pdf.txtExtracted texttext/plain364551https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-8Z4PLC/2/daniel_vater.pdf.txteaca27a850e2ef06a8da1c29d47a3ae4MD521843/MPBB-8Z4PLC2019-11-14 07:48:13.934oai:repositorio.ufmg.br:1843/MPBB-8Z4PLCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T10:48:13Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
title A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
spellingShingle A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
Daniel Vater de Almeida
Possibilismo
Agache
Positivismo
Geografia
Urbanismo
Modernidade
Planejamento urbano Curitiba
Geografia Filosofia
Positivismo
Planejamento urbano Rio de Janeiro
Alfred Agache
Modernidade
title_short A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
title_full A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
title_fullStr A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
title_full_unstemmed A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
title_sort A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
author Daniel Vater de Almeida
author_facet Daniel Vater de Almeida
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Heloisa Soares de Moura Costa
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Cassio Eduardo Viana Hissa
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Jupira Gomes de Mendonca
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Guilherme da Silva Ribeiro
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Alberto Pereira Lopes
dc.contributor.author.fl_str_mv Daniel Vater de Almeida
contributor_str_mv Heloisa Soares de Moura Costa
Cassio Eduardo Viana Hissa
Jupira Gomes de Mendonca
Guilherme da Silva Ribeiro
Alberto Pereira Lopes
dc.subject.por.fl_str_mv Possibilismo
Agache
Positivismo
Geografia
Urbanismo
Modernidade
topic Possibilismo
Agache
Positivismo
Geografia
Urbanismo
Modernidade
Planejamento urbano Curitiba
Geografia Filosofia
Positivismo
Planejamento urbano Rio de Janeiro
Alfred Agache
Modernidade
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Planejamento urbano Curitiba
Geografia Filosofia
Positivismo
Planejamento urbano Rio de Janeiro
Alfred Agache
Modernidade
description Este trabalho consiste em investigar as influências do pensamento geográfico presentes nas propostas de planos de cidades que Alfred Agache produziu para o Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da vigésima centúria.A relação espaço-tempo, que vai do ocaso do oitocentismo ao alvorecer do século vigésimo, foi primordial para a afirmação da Geografia como ciência moderna, sob total obediência aos preceitos positivistas que dominavam o pensamento científico em todas as áreas do conhecimento. Desse modo, essa mesma relação espaço-tempo contribuiu àformação e às influências que Alfred Agache recebeu em sua trajetória intelectual e profissional e que, mais tarde, resultaram na afirmação do seu urbanismo enquanto disciplina teórica, bem como em suas propostas urbanísticas para diversas cidades de todo o mundo.Ao enxergar o planejamento urbano numa concepção multidisciplinar, absorvendo conhecimento de diversas áreas, tal como fazia na Sociedade Francesa de Urbanistas, Alfred Agache elaborou seus planos de cidades, utilizando-se de arcabouços teóricos advindos da Sociologia, Economia, História, Biologia, Antropologia, Artes, Arquitetura e, particularmente, da Geografia.No que tange à Ciência Geográfica, suas influências diretas no urbanismo de Agache advém das correntes do pensamento geográfico, muito em voga entre o final do Século XIX e princípios do XX, ou seja, o determinismo ambiental e, mais precisamente, o possibilismo de La Blache. Afirmamos influências diretas, uma vez que, após análise dos planos elaborados pelo urbanista francês, tanto para a Cidade do Rio de Janeiro, como para Curitiba, evidenciamos claramente, através da leitura dos mesmos, alusão ao determinismo quando estabelecia conclusões e vocações futuras para as cidades planejadas, bem como referências diretas e citações a Paul Vidal de La Blache e seu possibilismo, ao realizar a descrição e caracterização fisiográfica dos sítios a serem planejados.O ato de planejar cidades modernas no Brasil era o anseio de um estado republicano e positivista, e suas esferas, a serviço de suas elites conservadoras, em que as ideias e propostas que Agache trazia com seu urbanismo serviam plenamente. Dessa forma, tanto para a capital federal da velha república, como para a Curitiba em tempos de Vargas, esse modelo de urbanismo representava a efetivação do sonho das elites materializado nas cidades, numa inspiração europeia.Para que se tornasse exequível esta pesquisa, optou-se pela análise dos planos elaborados por Alfred Agache para o Rio de Janeiro e Curitiba, devido à melhor conservação das fontes primárias e documentos originais, bem como às condições de acessibilidade aos mesmos, muito embora saibamos dos inúmeros planos e propostas urbanísticas realizadas por ele para diversas cidades brasileiras.O plano da capital federal intitulado Cidade do Rio de Janeiro. Extensão, Remodelação e Embellezamento foi finalizado em 1930. Já o de Curitiba, chamado de Plano de Urbanização, foi entregue em 1943. Em ambos, considerável é a presença do pensamento geográfico, constituindo-se em documentos que contribuem, sobremaneira, à História da Geografia.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012-08-13
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T05:43:42Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T05:43:42Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8Z4PLC
url http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8Z4PLC
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-8Z4PLC/1/daniel_vater.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/MPBB-8Z4PLC/2/daniel_vater.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv dd1b4ce0d6f37cda5f670355ce5102ee
eaca27a850e2ef06a8da1c29d47a3ae4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589541532008448