A afirmação do Urbanismo como ciência moderna, sob a influência do pensamento geográfico: a presença de Alfred Agache nas cidades do Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da pretérita centúria
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/MPBB-8Z4PLC |
Resumo: | Este trabalho consiste em investigar as influências do pensamento geográfico presentes nas propostas de planos de cidades que Alfred Agache produziu para o Rio de Janeiro e Curitiba, ao longo da primeira metade da vigésima centúria.A relação espaço-tempo, que vai do ocaso do oitocentismo ao alvorecer do século vigésimo, foi primordial para a afirmação da Geografia como ciência moderna, sob total obediência aos preceitos positivistas que dominavam o pensamento científico em todas as áreas do conhecimento. Desse modo, essa mesma relação espaço-tempo contribuiu àformação e às influências que Alfred Agache recebeu em sua trajetória intelectual e profissional e que, mais tarde, resultaram na afirmação do seu urbanismo enquanto disciplina teórica, bem como em suas propostas urbanísticas para diversas cidades de todo o mundo.Ao enxergar o planejamento urbano numa concepção multidisciplinar, absorvendo conhecimento de diversas áreas, tal como fazia na Sociedade Francesa de Urbanistas, Alfred Agache elaborou seus planos de cidades, utilizando-se de arcabouços teóricos advindos da Sociologia, Economia, História, Biologia, Antropologia, Artes, Arquitetura e, particularmente, da Geografia.No que tange à Ciência Geográfica, suas influências diretas no urbanismo de Agache advém das correntes do pensamento geográfico, muito em voga entre o final do Século XIX e princípios do XX, ou seja, o determinismo ambiental e, mais precisamente, o possibilismo de La Blache. Afirmamos influências diretas, uma vez que, após análise dos planos elaborados pelo urbanista francês, tanto para a Cidade do Rio de Janeiro, como para Curitiba, evidenciamos claramente, através da leitura dos mesmos, alusão ao determinismo quando estabelecia conclusões e vocações futuras para as cidades planejadas, bem como referências diretas e citações a Paul Vidal de La Blache e seu possibilismo, ao realizar a descrição e caracterização fisiográfica dos sítios a serem planejados.O ato de planejar cidades modernas no Brasil era o anseio de um estado republicano e positivista, e suas esferas, a serviço de suas elites conservadoras, em que as ideias e propostas que Agache trazia com seu urbanismo serviam plenamente. Dessa forma, tanto para a capital federal da velha república, como para a Curitiba em tempos de Vargas, esse modelo de urbanismo representava a efetivação do sonho das elites materializado nas cidades, numa inspiração europeia.Para que se tornasse exequível esta pesquisa, optou-se pela análise dos planos elaborados por Alfred Agache para o Rio de Janeiro e Curitiba, devido à melhor conservação das fontes primárias e documentos originais, bem como às condições de acessibilidade aos mesmos, muito embora saibamos dos inúmeros planos e propostas urbanísticas realizadas por ele para diversas cidades brasileiras.O plano da capital federal intitulado Cidade do Rio de Janeiro. Extensão, Remodelação e Embellezamento foi finalizado em 1930. Já o de Curitiba, chamado de Plano de Urbanização, foi entregue em 1943. Em ambos, considerável é a presença do pensamento geográfico, constituindo-se em documentos que contribuem, sobremaneira, à História da Geografia. |
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