Biologia e estrutura floral em acessos de Adenium obesum

• Autor(a) principal: Sabrina Maiháve Barbosa Ramos
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/37768
• topic: Rosa-do-deserto; Biologia floral; Anatomia; Apocynaceae; Rosa do deserto; Plantas ornamentais; Botânica; Anatomia vegetal

Adenium obesum, conhecida popularmente como rosa do deserto, tornou-se opção valiosa para o setor de plantas ornamentais. Na floricultura, a produção de híbridos é priorizada, para isso, o conhecimento da biologia floral da espécie é fundamental. Considerando a carência de dados científicos relativos à espécie, principalmente em ambientes semiáridos brasileiros, objetivou-se com o presente estudo relacionar o potencial ornamental da espécie com (1) os eventos florais e a morfologia; (2) a anatomia das flores e (3) viabilidade dos grãos de pólen e receptividade estigmática em três acessos de Adenium obesum. O delineamento utilizado para os experimentos foi o inteiramente casualizado. Para a análise da viabilidade polínica e receptividade estigmática foi utilizado esquema fatorial 3x3, sendo três fases de coleta da flor (pré- antese, antese e pós-antese) e três acessos (ICA-rs, ICA-bd e ICA-vt), com quatro repetições para viabilidade polínica e cinco repetições para receptividade estigmática. A. obesum floresce o ano todo e as flores de abrem pela manhã. O acesso ICA-vt apresentou maior período (32,29 dias) de desenvolvimento entre a fase inicial do botão floral e a antese em comparação com ICA-rs e ICA-bd, que não diferiram estatisticamente. Observou-se uma variação significativa entre os materiais indicando uma grande diversidade fenotípica para Adenium obesum. As flores dos três acessos de A. obesum estudados apresentaram-se organizadas em inflorescência terminais e são, geralmente, levemente zigomorfas, pentâmeras e bissexuais. Esterilidade total e parcial do androceu e as modificações nos seus apêndices são aspectos até então desconhecidos. O acesso ICA-vt apresentou as maiores dimensões de comprimento e diâmetro de tubo floral e diâmetro da corola aberta. Constatou-se no acesso ICA-vt o surgimento de uma camada adicional de pétalas, pequenas e mais interna aos três verticilos observadas em geral. Revelou-se potencial do acesso ICA-vt pelos aspectos morfológicos, morfométricos e de longevidade floral para a floricultura. Os acessos ICA-rs e ICA-bd assemelham-se quanto aos aspectos do gineceu. Divergências foram constatadas com relação ao gineceu do acesso ICA-vt, quanto a sua vascularização, ao número de estames e o surgimento de estrutura com porção secretora no acesso ICA-vt. A análise anatômica revelou diversidade fenotípica em A. obesum, principalmente no que diz respeito aos órgãos reprodutivos. Variação morfológica na cabeça do estilete de amostras de ICA-vt foi constatada. Diferentes níveis e tipos de esterilidade masculina foram registrados, bem como uma tendência à redução da fertilidade feminina em algumas amostras de ICA-vt. Determinaram-se marcadores morfológicos associados com os diferentes estágios dos processos de esporogênese e gametogênese. O acesso ICA-bd destacou-se e pode ser considerado como doador de pólen em polinizações artificiais. A taxa de germinação dos grãos de pólen foi significativamente superior para ICA-bd em todas as fases analisadas. O estigma das flores de A. obesum encontrou-se receptivo desde um dia antes da abertura das flores até três dias após a flor abrir, não sendo observada diferença entre os acessos. Esses resultados poderão subsidiar diversos novos estudos nas áreas da botânica aplicada, genética e melhoramento de plantas visando o desenvolvimento de novos materiais que atendam às exigências de produtores e consumidores.