"Determinação do perfil de citocinas e quantificação da carga Parasitária em cães naturalmente infectados por Leishmania (Leishmania) chagasi (Cunha & Chagas, 1937) com e sem expressão clínica da Leishmaniose Visceral ".

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cintia Fontes Alves
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/SAGF-7E5HM7
Resumo: A leishmaniose visceral americana, considerada a forma mais grave da doença, é uma zoonose no Novo Mundo, onde o cão doméstico é o principal reservatório da infecção. O desenvolvimento de uma vacina contra a doença canina parece ser a medida mais adequada para o controle da doença. No entanto, os aspectos da resposta imune efetiva na infecção canina são pouco conhecidos, sendo que, este conhecimento é fundamental para que possam ser feitas intervenções nestes mecanismos para auxiliarem o hospedeiro na eliminação do parasito.Dessa forma, os objetivos principais deste trabalho foram avaliar o perfil de citocinas e determinar o parasitismo tecidual no baço, fígado, linfonodo cervical superficial, medula óssea e pele de orelha de cães naturalmente infectados por L. chagasi, com e sem expressão clínica de doença.Para a realização destes objetivos, 18 cães sem raça definida foram incluídos neste estudo, devidamente autorizado pelo CETEA/UFMG (protocolo no. 121/04) sendo subdivididos em três grupos: cães controle não infectados (n=6) e cães naturalmente infectados por L. chagasi, com (n=6) e sem (n=6) expressão clínica da doença. Para a determinação desses grupos, a presença de sinais clínicos compatíveis com a doença foi investigada de forma sistemática. A infecção foi confirmada por testes sorológicos (RIFI e ELISA) e parasitológicos (exame direto e cultivo de material de punção medular). Também foram realizados exames hematológicos e bioquímicos em todos os cães. Após esses exames preliminares, todos os cães foram eutanasiados e necropsiados. Foram coletados fragmentos dos órgãos de interesse para a realização de estudos histopatológico e imunoistoquímico e para a avaliação do perfil de citocinas (IFN-, IL-12, IL-4, IL-10, TGF- e TNF-) e quantificação da carga parasitária, ambos pela PCR em tempo real.Todos os cães naturalmente infectados tiveram a confirmação da infecção por testes sorológicos e parasitológicos. Os sinais clínicos observados em maior freqüência nos cães com expressão clínica da doença foram a linfadenopatia, observada em todos os animais, seguida por alterações cutâneas. Os cães desse grupo apresentaram maior parasitismo em todos os órgãos pesquisados, tanto pela imunoistoquímica quanto pela PCR em tempo real. A pesquisa de imunoglobulinas das subclasses IgG1 e IgG2 demonstrou maiores títulos de IgG2 que de IgG1, nos grupos de cães sem e com expressão clínica da doença, indicando que essas subclasses não são bons marcadores da evolução da doença.A avaliação da expressão de citocinas revelou diferentes padrões nos órgãos estudados. O linfonodo cervical superficial foi o único órgão que apresentou uma clara dicotomia, com a expressão mais elevada de citocinas do tipo Th1 nos cães sem expressão clínica e de citocinas regulatórias nos cães com expressão clínica da doença. Nos baços e medulas óssea, dos cães naturalmente infectados, TNF- mostrou-se associado à resistência e TGF- associado à progressão da doença. Já no fígado, a expressão de IL-4 e IL-10 mostrou-se associada à progressão da doença e à proliferação do parasito.Um balanço na produção de citocinas Th1 e citocinas regulatórias foi observado na pele de orelha dos animais, revelando que os mecanismos, envolvidos na resposta imune celular na leishmaniose visceral canina, são mais complexos que aqueles verificados no modelo murino e também na doença humana.
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