Entre as formas de se pensar e as maneiras de se viver: a família mestiça e a vida familiar em Minas Gerais colonial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9CAG85 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho constitui-se em mostrar a existência, a formação e a composição da família mestiça na Capitania de Minas Gerais no período colonial. Propõe-se fazer uma análise comparativa entre as Comarcas de Sabará e do Serro do Frio para demonstrar como essa família mestiça foi uma forma de organização social lastreada no universo profundamente mestiçado das Minas Gerais e do Brasil. A família mestiça envolveu a mescla de indivíduos cujas qualidades (brancos, pretos, crioulos, mestiços, mulatos, pardos, cabras, mamalucos, cafuzos, caribocas, entre outros) e condições sociojuridicas (livre, liberto e escravo) eram marcadas por essas distinções que reproduziam diferenças biológicas e culturais. A marca dessa família mestiça foi a instabilidade de significados atribuídos e reelaborados pelos sujeitos de origens distintas. Casais envolvidos numa mesma relação familiar poderiam ter entendimentos diversos sobre essa família. Assim, não foi difícil observar que a família mestiça mesclou costumes de autoridades patriarcal e matrifocal, envolvendo relações monogâmicas e poligâmicas derivadas de tradições europeias, africanas, indígenas ou já profundamente mescladas. Muitas dessas famílias, ao longo do tempo, dominaram a dimensão política daquela sociedade, constituindo melhores condições de vida ou até mesmo fortunas. Neste sentido, busca-se demonstrar como elas se tornaram o motor para a consolidação do universo cultural mestiço, que abrangeu as formas de ser, de pensar, de relacionar, de agir, de ver e falar, enfim, de viver nessas sociedades. |
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