Intervenção e inovação social : a interação entre técnicos e moradores de ocupação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Adilson Ramos da Silva
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/45108
Resumo: A parceria entre atores sociais de origens e status sociais diversos, militantes, técnicos, assessores, pesquisadores e os movimentos sociais entremeia momentos de encontros autênticos com desencontros ainda difíceis de serem compreendidos. Como atores em posições sociais e interesses diferentes podem se encontrar em um movimento comum? Como militantes sociais e assessores técnicos com interesses em promover ações políticas e na produção de conhecimentos técnico-científicos podem dizer em um mutirão que estão ali para fazer ciência ou desenvolver tecnologias alternativas enquanto ajudam manualmente os moradores de uma ocupação em tarefas braçais? Como podem os moradores de uma ocupação entender que os militantes sociais e assessores técnicos estão ali para fazer ciência se a necessidade dos moradores não é fazer ciência e os moradores veem os militantes como integrantes de instituições de caridade e não confiam nas propostas dos técnicos? É possível estabelecer uma base segura de comunicação entre esses atores de forma que a ação dos militantes e técnicos não seja vista apenas como caridade? Para responder a essas questões, nesta dissertação tomou-se como base princípios metodológicos da Pesquisa-Ação, na qual o autor estava envolvido, no duplo papel de militante e pesquisador. Foram entrevistados técnicos, moradores da rua onde se realizaram os mutirões em prol da canalização e tratamento de águas pluviais e ou residuais e moradores de outras ruas que participaram desses mutirões. Foi realizada a gravação em vídeo de moradores e técnicos em atividade de trabalho na construção de canaletas de drenagem de águas pluviais. Com alguns deles, foi realizada entrevista em autoconfrontação com base em registros das observações e gravações de vídeos. Foram identificadas formas de pensamento e ações divergentes entre técnicos e moradores, nem sempre expressadas durante os mutirões, mas manifestadas em inação e até mesmo em retrabalho, os moradores fazendo de outra forma, após o mutirão, o que havia sido realizado. Com intenção de refletir sobre esses achados, tomou-se como base trabalhos anteriores que fazem a descrição de quem são os indivíduos moradores de ocupações e suas motivações em participar de ações coletivas; quem são os indivíduos técnicos de instituições de ensino superior e qual o papel da universidade na relação com movimentos sociais. Observa-se que a forma de organização das universidades e as estratégias dos próprios militantes e técnicos na organização das ações na Ocupação contribuíram para reduzir a participação dos moradores nos mutirões, constatação já observada em outros trabalhos acadêmicos. Ao final, apontamos a necessidade de se considerar o trabalho de tradução, tal como proposto pelas clínicas da atividade, para evitar certas incompreensões e divergências e favorecer a construção de acordos pragmáticos entre diferentes atores sociais.
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Como podem os moradores de uma ocupação entender que os militantes sociais e assessores técnicos estão ali para fazer ciência se a necessidade dos moradores não é fazer ciência e os moradores veem os militantes como integrantes de instituições de caridade e não confiam nas propostas dos técnicos? É possível estabelecer uma base segura de comunicação entre esses atores de forma que a ação dos militantes e técnicos não seja vista apenas como caridade? Para responder a essas questões, nesta dissertação tomou-se como base princípios metodológicos da Pesquisa-Ação, na qual o autor estava envolvido, no duplo papel de militante e pesquisador. Foram entrevistados técnicos, moradores da rua onde se realizaram os mutirões em prol da canalização e tratamento de águas pluviais e ou residuais e moradores de outras ruas que participaram desses mutirões. Foi realizada a gravação em vídeo de moradores e técnicos em atividade de trabalho na construção de canaletas de drenagem de águas pluviais. Com alguns deles, foi realizada entrevista em autoconfrontação com base em registros das observações e gravações de vídeos. Foram identificadas formas de pensamento e ações divergentes entre técnicos e moradores, nem sempre expressadas durante os mutirões, mas manifestadas em inação e até mesmo em retrabalho, os moradores fazendo de outra forma, após o mutirão, o que havia sido realizado. Com intenção de refletir sobre esses achados, tomou-se como base trabalhos anteriores que fazem a descrição de quem são os indivíduos moradores de ocupações e suas motivações em participar de ações coletivas; quem são os indivíduos técnicos de instituições de ensino superior e qual o papel da universidade na relação com movimentos sociais. Observa-se que a forma de organização das universidades e as estratégias dos próprios militantes e técnicos na organização das ações na Ocupação contribuíram para reduzir a participação dos moradores nos mutirões, constatação já observada em outros trabalhos acadêmicos. Ao final, apontamos a necessidade de se considerar o trabalho de tradução, tal como proposto pelas clínicas da atividade, para evitar certas incompreensões e divergências e favorecer a construção de acordos pragmáticos entre diferentes atores sociais.The partnership between social actors of diverse social origins and status, activists, technicians, advisers, researchers and social movements interweave moments of authentic encounters, but also disagreements that are still difficult to understand. How can actors in different social positions and interests find themselves in a single movement? How can militants and technicians say in a joint effort that they are there to do science or develop alternative technologies while manually helping residents of an occupation with manual tasks? How can residents of an occupation understand that militants and technicians are there to do science if the residents 'need is not to do science and residents see militants as members of a charity and do not trust the technicians' proposals? Is it possible to establish a secure base of communication between these actors so that militants and technicians are not seen as a mere charity? To answer these questions, methodological principles of Action Research were based. Technicians were interviewed, residents of the street where the joint efforts were carried out for the channeling and treatment of water and residents of other streets who participated in these joint efforts. Video recording of residents and technicians working on the construction of rainwater drainage channels was carried out. With some of them, a selfconfrontation interview was conducted based on records of observations and video recordings. Divergent actions were identified between technicians and residents, not always expressed during the joint efforts, but manifested in inaction and even undoing what had been done after the joint effort. With the intention of reflecting on these findings, it was based on previous works that describe who the individuals living in occupations are and their motivations to participate in collective actions; who are the technical individuals of higher education institutions and what is the role of the university in relation to social movements. It is observed that the form of organization of the universities and the strategies of the militants and technicians in the organization of the actions in the Occupation contributed to reduce the participation of the residents in the joint efforts.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Engenharia de ProduçãoUFMGBrasilENG - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA PRODUÇÃOhttp://creativecommons.org/licenses/by/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessEngenharia de produçãoMovimentos sociaisPesquisa socialTecnologia apropriadaMilitantesTécnicosMoradores de ocupaçãoPesquisa-açãoPesquisa militanteExtensãoTecnologias alternativasIntervenção e inovação social : a interação entre técnicos e moradores de ocupaçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALDissertação Adilson Ramos da Silva.pdfDissertação Adilson Ramos da Silva.pdfapplication/pdf2434546https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45108/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Adilson%20Ramos%20da%20Silva.pdf0ee38de9fed3caf7488011cf2175229dMD51CC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8914https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45108/2/license_rdff9944a358a0c32770bd9bed185bb5395MD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/45108/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD531843/451082022-09-12 16:44:36.51oai:repositorio.ufmg.br:1843/45108TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-09-12T19:44:36Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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