O Lindeia de seus precursores: lembranças da paisagem, dos lugares e das "lutas" de um bairro de Belo Horizonte

• Autor(a) principal: Luiz Divino Maia
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/39828
• topic: Lindeia; Lindeia; Memória; Memory; Paisagem; Landscape; Urbanização; Urbanization; História; History; Vida urbana; História social; Sociologia urbana; Poder comunitário; Bairros – Belo Horizonte (MG) ­

A tese que segue objetivou construir uma narrativa acerca do Lindeia, bairro situado na periferia de Belo Horizonte. Tudo a partir da memória de parte de seus precursores e delimitado ao tempo de sacerdócio de dois padres jesuítas no bairro. No primeiro capítulo, o foco foi a paisagem do bairro, seus lugares e estruturas arquitetônicas (atuais e do passado) e suas fronteiras. No segundo, a força social dos padres para a formação dos movimentos políticos em prol das melhorias da infraestrutura urbana do bairro, bem como seu perfil cultural historicamente constituído e suas figuras públicas mais relevantes. No terceiro, o destaque foi para importância do processo de compra de lotes e de edificação de casas para os novos moradores; as construções coletivas das igrejas (e suas ocupações) e das escolas. No quarto capítulo, focou-se nas ruas do bairro. Mais precisamente, na relação da população com suas ruas, seja pelo simbolismo de seus nomes, pela relevância delas para a configuração da paisagem local ou pelo fato de elas serem lugares de comércio, de eventos festivos, de fatos miúdos (políticos, religiosos e sociais) e de transporte coletivo. A percepção de que isso se insere nas ações reivindicatórias de “lutas” sociais e nos movimentos de ajuda mútua foram os maiores resultados alcançados nesse estudo. O método de pesquisa foi a história oral, com entrevistas com as testemunhas vivas do início de urbanização do bairro. A fundamentação teórica contemplou vários campos de saber. No que concerne à memória coletiva e seu desdobramento para a explicação da formação do bairro, recorreu-se, dentre outros, a Bosi (1994) e a Halbwachs (2006). No tópico relativo à urbanização, Jacobs (2011) e Pallasmaa (2018). Na questão da paisagem, Collot (2012), Turri (2013) e outros. O conhecimento pretendido teve relação com uma experiência de campo focada na força da memória como construtora de sentidos urbanísticos. Mais que o Lindeia como ele é, foi ou será, o valor da pesquisa concentrou-se na formação urbana de um bairro lembrado pelos protagonistas de sua história. O estudo, enfim, tanto quanto alcançar parte da história de um bairro de Belo Horizonte, buscou relevar uma área e uma época peculiar da cidade.