Fecundidade masculina e as suas diversidades no Brasil: um estudo exploratório utilizando os dados na Pesquisa Nacional de Saúde de 2019
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/59983 https://orcid.org/0000-0002-4041-1985 |
Resumo: | Sabe-se muito pouco sobre a fecundidade masculina em geral, seja pela dificuldade em obter dados, seja pela longa duração do período reprodutivo masculino ou, ainda, devido à incerteza com relação à paternidade. No caso brasileiro, Wong & Perillo (1986) utilizaram dados administrativos para calcular a fecundidade masculina no estado de São Paulo em 1983. Três décadas depois, Falcão (2016) utilizou dados do Ministério da Saúde para algumas cidades do estado de São Paulo referentes a 2013. Ambos os estudos têm conclusões similares – se comparada à fecundidade feminina, a fecundidade masculina é mais tardia e mais dispersa ao longo da vida. Recentemente, Santos & Wong (2020) calcularam a Taxa de Fecundidade Total (TFT) masculina para 2010 (2,0 filhos por homem), muito semelhante à TFT feminina (1,8 filhos por mulher). Já as idades médias à fecundidade foram bastante distintas: 32,5 anos para os homens e 26,6 anos para as mulheres, reflexo dos padrões de nupcialidade distintos para homens e mulheres, que refletem diferenciais de gênero. Em 2019, o IBGE levou a campo a Pesquisa Nacional de Saúde, cujo Módulo Z se refere à paternidade e pré-natal do parceiro. Mediante a disponibilidade de dados recentes, o objetivo do presente artigo é apresentar um panorama geral da fecundidade masculina no Brasil, contemplando várias dimensões, entre elas a idade, a educação, a raça/cor e o status marital (homens não unidos e homens unidos, segundo o sexo do cônjuge ou companheiro(a)). Os resultados preliminares indicam que, ao se aproximar do fim da idade reprodutiva (60 anos e mais), o homem reportava ter tido, em média, 3,6 filhos. Como seria esperado, registra-se um comportamento diferenciado dentro do que se espera dos fatores determinantes da fecundidade, com níveis maiores associados à cor da pele mais escura ou a indicadores sociais menos favoráveis. A versão completa e com resultados definitivos aprofundará neste aspecto e os relacionará com os diferenciais apresentados pela população feminina. Os resultados oferecerão um panorama inédito da fecundidade masculina, segundo os recortes propostos. Além de oferecer evidências sobre um fenômeno demográfico pouco estudado, este artigo contribuirá, também, com os estudos de gênero. |
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Fecundidade masculina e as suas diversidades no Brasil: um estudo exploratório utilizando os dados na Pesquisa Nacional de Saúde de 2019FecundidadeFecundidade MasculinaFertilidadeTaxa de fecundidadeSabe-se muito pouco sobre a fecundidade masculina em geral, seja pela dificuldade em obter dados, seja pela longa duração do período reprodutivo masculino ou, ainda, devido à incerteza com relação à paternidade. No caso brasileiro, Wong & Perillo (1986) utilizaram dados administrativos para calcular a fecundidade masculina no estado de São Paulo em 1983. Três décadas depois, Falcão (2016) utilizou dados do Ministério da Saúde para algumas cidades do estado de São Paulo referentes a 2013. Ambos os estudos têm conclusões similares – se comparada à fecundidade feminina, a fecundidade masculina é mais tardia e mais dispersa ao longo da vida. Recentemente, Santos & Wong (2020) calcularam a Taxa de Fecundidade Total (TFT) masculina para 2010 (2,0 filhos por homem), muito semelhante à TFT feminina (1,8 filhos por mulher). Já as idades médias à fecundidade foram bastante distintas: 32,5 anos para os homens e 26,6 anos para as mulheres, reflexo dos padrões de nupcialidade distintos para homens e mulheres, que refletem diferenciais de gênero. Em 2019, o IBGE levou a campo a Pesquisa Nacional de Saúde, cujo Módulo Z se refere à paternidade e pré-natal do parceiro. Mediante a disponibilidade de dados recentes, o objetivo do presente artigo é apresentar um panorama geral da fecundidade masculina no Brasil, contemplando várias dimensões, entre elas a idade, a educação, a raça/cor e o status marital (homens não unidos e homens unidos, segundo o sexo do cônjuge ou companheiro(a)). Os resultados preliminares indicam que, ao se aproximar do fim da idade reprodutiva (60 anos e mais), o homem reportava ter tido, em média, 3,6 filhos. Como seria esperado, registra-se um comportamento diferenciado dentro do que se espera dos fatores determinantes da fecundidade, com níveis maiores associados à cor da pele mais escura ou a indicadores sociais menos favoráveis. A versão completa e com resultados definitivos aprofundará neste aspecto e os relacionará com os diferenciais apresentados pela população feminina. Os resultados oferecerão um panorama inédito da fecundidade masculina, segundo os recortes propostos. Além de oferecer evidências sobre um fenômeno demográfico pouco estudado, este artigo contribuirá, também, com os estudos de gênero.CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoCAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorUniversidade Federal de Minas GeraisBrasilFCE - DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIAUFMG2023-10-24T20:51:52Z2023-10-24T20:51:52Z2022info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectpdfapplication/pdf1688-99911http://hdl.handle.net/1843/59983https://orcid.org/0000-0002-4041-1985porCongreso Latino Americano de Estudios de PoblaciónLaura Lídia Rodríguez WongPaula Miranda RibeiroAndréa Branco SimãoMatheus Menezes Dos Santosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMG2023-10-24T20:51:52Zoai:repositorio.ufmg.br:1843/59983Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oairepositorio@ufmg.bropendoar:2023-10-24T20:51:52Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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