Meca: mania de construir

• Autor(a) principal: José Marcos Rodrigues Vieira Filho
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/36556
• topic: Arquitetura islâmica; Arquitetura religiosa; Patrimônio histórico; Patrimônio cultural

A arquitetura contemporânea tem obsessão pelo único, pela novidade e pelo espetacular. Tratado como um artista de inspiração genial, o arquiteto sente-se autorizado a expressar sua subjetividade em cada construção e chamar toda a atenção para sua obra, sem preocupação com um interstício ou um diálogo com as edificações do entorno. Cada edifício é pensado para se sobrepor aos demais, para reluzir mais que os outros ou, melhor ainda, destruir o passado e abrir caminho para o novo. Fazer edifícios cada vez maiores é um dos métodos mais eficientes para se alcançar todos esses objetivos de uma só vez, e não por acaso essa é uma das principais características da produção arquitetônica contemporânea de destaque. Um monumento é um símbolo, uma manifestação material e arquitetônica de um ideal. Mas, a partir de uma determinada escala, um edifício pode adquirir o status de monumento simplesmente por seu tamanho, mesmo que não represente coisa alguma e a despeito da boa ou má qualidade de sua arquitetura. Em nenhum lugar do planeta isso fica mais evidente que em Meca, na Arábia Saudita, lugar onde a função primeira da arquitetura parece ser quebrar todos os recordes estabelecidos de altura, custo, área construída e capacidade. Junte-se a isso o fato de que a cidade é também o principal local de peregrinação do Islã, religião de inestimável tradição artística e arquitetônica, e temos como resultado um terreno fértil para discutir passado, presente e futuro da arquitetura mundial.