Problematizando as representações do mundo natural como delimitação espacial em história ambiental: entre a Araucarilândia e a Floresta Ombrófila Mista

• Autor(a) principal: Ely Bergo de Carvalho
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.20i2.0006; http://hdl.handle.net/1843/51604; https://orcid.org/0000-0002-9271-9033
• topic: Florestas; História ambiental; Metodologia; Delimitação espacial; Floresta Ombrófila Mista; Araucária; História ambiental; Pinheiro-do-paraná

O presente artigo busca entender como a Floresta com Araucárias era compreendida como uma floresta homogênea na primeira metade do século XX e como heterogênea no final do século, para, a partir desse exemplo, problematizar os recortes espaciais em história ambiental. Não se trata, aqui, de uma história das controvérsias científicas, de como das primeiras classificações como “Araucarilandia” mudaram para a atual classificação de Floresta Ombrófila Mista (FOM), mas de abordar fontes da tecnoburocracia, governamental e empresarial, para entender a mudança na representação da floresta. As conclusões apontam que as condições técnicas de exploração econômica para exportação da Mata de Araucária levaram a destacar sua relativa homogeneidade, portanto, não se tratava apenas de uma semelhança na composição arbórea, ademais, o aparato de “racionalização” tendia a reduzir a floresta à sua dimensão econômica. Já a heterogeneidade da Floresta Ombrófila Mista não é apenas o resultado de um estudo atento de biogeografia, mas acompanha uma tendência de valorização da sociobiodiversidade, com os debates ambientais da segunda metade do século XX. O que nos leva a postular que as delimitações espaciais de toda boa narrativa histórica devem ser construídas junto com a problemática de pesquisa e não ser um dado a priori.