Pesca e aquicultura – a busca pela inovação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Afonso de Liguori Oliveira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/36767
Resumo: As estatísticas globais referentes à produção (captura e aquicultura) de pescado para todos os fins (comerciais, industriais, recreativos e de subsistência) são muito frágeis quando confrontadas entre si e, dentre as fontes confiáveis e disponíveis, destacam-se os dados fornecidos pelo Departamento de Pesca e Aquicultura da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Esses dados (FAO, 2017) indicam que a produção global de pescado em 2015 foi de 163 milhões de toneladas, dos quais 105,7 milhões de toneladas eram originadas de águas marinhas, e 57,7 milhões de toneladas de águas interiores. Em relação à produção em águas marinhas, a China continua a ser o principal país produtor, segui- 4. Pesca e aquicultura – a busca pela inovação 65 O Brasil está entre os 15 maiores produtores de crustáceos do mundo (120 mil toneladas) e na 31ª posição entre os países produtores de peixes e moluscos marinhos (413 mil toneladas e 32 mil toneladas, respectivamente). da pela Indonésia, pelo Peru, pela Federação Russa, pelos Estados Unidos e pelo Japão. Em águas interiores, também a China se destaca, seguida da Índia, da Indonésia, do Vietnã e de Bangladesh. O Brasil se situa no oitavo lugar. O Brasil está entre os 15 maiores produtores de crustáceos do mundo (120 mil toneladas) e na 31ª posição entre os países produtores de peixes e moluscos marinhos (413 mil toneladas e 32 mil toneladas, respectivamente). Também os dados da FAO (2017) para o Brasil, referentes ao ano de 2015, indicam que o país produziu em 2015 um total de 437 mil toneladas de pescado de água doce, sendo um dos três maiores produtores mundiais de tilápia (228 mil toneladas), e um total de 700 mil toneladas de pescado de água doce (captura e aquicultura). Os dados consolidados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) referentes à produção de pescado de água doce, nos anos de 2015 e 2016, indicam valores pouco maiores, de 486 e 507 mil toneladas, respectivamente, e uma produção de tilápias de 239 mil toneladas. Em relação ao comércio internacional de pescado, os resultados consolidados do Ministério da Agricultura, Pecuária e A b a s t e c i m e n t o, disponibiliza - dos pela plataforma AGROSTAT (2017), indicam que, no ano passado, o Brasil exportou cerca de 41 mil toneladas de pescado, com ganhos de 246 milhões de dólares. No mesmo período, importou 402,9 mil toneladas, um valor 10 vezes maior do que exportou e, para isso, foram gastos 1,337 bilhões de dólares, valor esse 20 vezes maior que os obtidos com a exportação. A partir desses dados, verifica-se que a maior parte das importações brasileiras foram de peixes, num total 374,3 mil toneladas que representou 92,9% do volume total importado. A principal espécie importada foi a sardinha congelada (93 mil toneladas), ou seja, 20%; em seguida, estão o salmão-do-atlântico e salmão-do-danúbio (frescos ou refrigerados), filés de merluzas e abroteas (peixe da ordem Gadiforme, a mesma do Gadus morhua ou bacalhau) e filé de merluza do Alasca, que, juntos, representam outros 70% das importações brasileiras de peixes. As preparações e as conservas de peixes, crustáceos e moluscos, em 2017, representaram 4,8% do total de pescado importado (19,2 mil toneladas), sen- 66 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 89 - agosto de 2018 do mais da metade desse total na forma de “outras preparações e conservas de atum e bonitos-listrados” (10,1 mil toneladas). Fechando o volume de importações, estão os crustáceos e os moluscos, que representaram 2,3% do total importado em 2017 (9,3 mil toneladas), sendo mais de 87% desse total de lulas congeladas (8,1 mil toneladas). Esses valores indicam que as demandas brasileiras, para a compra e o consumo de pescado (peixes, conservas, crustáceos e moluscos), não estão sendo atendidas pela atual produção nacional, seja porque certas espécies aquáticas ocorrem preferencialmente em outras regiões do mundo, seja porque a costa brasileira não apresenta características físicas e geográficas próprias, específicas ou favoráveis a todas as espécies de pescado. Em trabalho que trata da gestão do uso dos recursos pesqueiros marinhos no Brasil, DIAS NETO (2010) afirma que “em comparação com outras plataformas tropicais, a plataforma continental brasileira pode ser definida como relativamente rasa e pouco produtiva” e indica que, já em 1999, a 139ª Sessão Ordinária da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM concluiu que “não se pode esperar por elevados incrementos nas produções pesqueiras anuais oriundas do mar que banha a costa do Brasil”. O mesmo autor concluiu em seu trabalho que a situação dos estoques de pesca brasileiro encontra-se ou sob excesso de exploração ou se recuperando do excessivo nível de utilização, existindo áreas já plenamente exploradas ou em algumas regiões até esgotadas, sendo essas as condições de mais de 80% dos nossos recursos pesqueiros. Esse quadro é preocupante, pois compromete o potencial de ampliação da captura de pescado na costa brasileira, se comparada a de outros países da América do Sul, como o Peru e o Chile, que possuem menores áreas costeiras, entretanto banhadas por águas bem mais ricas em nutrientes e consequentemente mais produtivas. VIANA (2013) afirma que, a despeito da grande extensão do litoral brasileiro e de sua zona econômica exclusiva (ZEE), as águas nacionais apresentam baixa concentração de nutrientes e, consequentemente, uma produtividade reduzida de pescados. Essa situação de esgotamento ou excesso de exploração dos estoques de pesca, que gera a insegurança na oferta e interfere no desenvolvimento da indústria de pesca e na ampliação da produção de pescado no país, infelizmente se alinha com o panorama histórico e institucional das atividades de pesca e aquicultura junto aos setores governamental e administrativo do Brasil.
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