Aspectos imunopatológicos da infecção por Schistosoma mansoni em pacientes com baixa carga parasitária e com histórico de Leishmaniose Tegumentar Americana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guilherme Silva Miranda
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B4ANNW
Resumo: Helmintos como Schistosoma mansoni e protozoários do gênero Leishmania são parasitos com alta prevalência na população humana e responsáveis por elevadas taxas de mortalidade e morbidade mundial. Devido à ampla distribuição das áreas de transmissão dessas parasitoses, especialmente em áreas tropicais e subtropicais do globo, é frequente o risco de infecção concomitante. Entretanto, o impacto que esse tipo de interação infecciosa pode ocasionar em pacientes residentes em áreas endêmicas ainda é pouco elucidado. Dessa forma, objetivamos caracterizar os aspectos parasitológicos, imunológicos, hematológicos, clínicos e ultrassonográficos de pacientes parasitados por S. mansoni com baixa carga parasitária e com histórico de infecção por leishmaniose tegumentar americana (LTA). Para tanto, 257 residentes do Distrito de Brejo do Amparo (MG) assinaram um termo de livre consentimento para participar do estudo e foram convidados a responder questionário socioeconômico e fornecer amostras de fezes e sangue. As amostras de fezes foram processadas para realização de técnicas de HPJ, Gradiente Salino, Helmintex® e Kato-Katz e analisadas para diagnóstico parasitológico. Amostras de sangue foram utilizadas para realização do hemograma (plaquetas, hemoglobina, hemácias e eosinófilos) e obtenção de soro para quantificação dos níveis de IgE total e de citocinas e quimiocinas. Indivíduos com exame parasitológico positivo para S. mansoni foram convidados para exame clínico e ultrassonográfico do abdômen e os dados foram utilizados para estabelecer o grau de morbidade da esquistossomose para cada paciente infectado. A identificação de histórico de LTA foi obtida pelas fichas individuais socioeconômicas e clínica, além da utilização dos prontuários do Centro de Tratamento e Pesquisa de Leishmaniose de Januária (CTPLJ 2006-2015). Os dados revelaram que a população de estudo vive em condições sanitárias precárias, tem baixa escolaridade e renda, o que favorece a transmissão de parasitoses. Os testes parasitológicos demonstraram que a infecção por S. mansoni foi a mais prevalente na população (n=119; 46,30%), sendo que 91,6% dos indivíduos infectados eliminavam menos que 100 ovos/g fezes, o que caracteriza como uma população com baixa carga parasitária, e sem sintomas graves da doença. Nesta população, 93 indivíduos (36,18%) tem relato de LTA, sendo que a prevalência de esquistossomose nessas pessoas foi significativamente maior que no restante que não apresentava esse relato (p=0,03). Entretanto, ao considerar somente os infectados com carga parasitária um pouco mais elevada (12 ovos/g fezes), verifica-se que as pessoas com histórico de LTA eliminam menos ovos do parasito nas fezes. A maioria dos indivíduos avaliados não apresentaram níveis séricos mensuráveis das citocinas IL-17, TNF-, IL-10, IL13 e IL-5, independente do status parasitário. Os indivíduos infectados por S. mansoni apresentaram concentrações estatisticamente mais elevadas de CCL-3 e maior frequência de indivíduos com eosinofilia em relação aos indivíduos com histórico de LTA, indicando uma resposta imune com perfil predominantemente Th2. Neste sentido, também foi verificado elevação dos níveis séricos de IL-33, CCL-17 e IgE, e redução de IL-27, mas sem diferença estatística entre os grupos. Os indivíduos infectados por S. mansoni e com histórico de LTA também mostraram elevação destes mediadores imunológicos, mas geralmente em menores níveis que os somente infectados por S. mansoni. Apesar dos indivíduos com esquistossomose avaliados neste estudo apresentarem poucos sinais clínicos, foi possível verificar que indivíduos somente infectados por S. mansoni apresentaram maior frequência de baixa quantidade de hemogloblina e plaquetopenia comparado aos infectados com histórico de LTA. A maioria das alterações ultrassonográficas observadas nos infectados por S. mansoni e sem histórico de LTA foi semelhante ao observado nos infectados com histórico. Entretanto, a maioria dos casos de fibrose moderada detectada na população de estudo foi observada em indivíduos infectados sem histórico de LTA. Em resumo, os dados apresentados sugerem que o histórico de LTA pode alterar o balanço de citocinas produzidas durante a infecção por S. mansoni, modificando a produção e/ou eliminação de ovos do parasito e, consequentemente a gravidade da esquistossomose
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Para tanto, 257 residentes do Distrito de Brejo do Amparo (MG) assinaram um termo de livre consentimento para participar do estudo e foram convidados a responder questionário socioeconômico e fornecer amostras de fezes e sangue. As amostras de fezes foram processadas para realização de técnicas de HPJ, Gradiente Salino, Helmintex® e Kato-Katz e analisadas para diagnóstico parasitológico. Amostras de sangue foram utilizadas para realização do hemograma (plaquetas, hemoglobina, hemácias e eosinófilos) e obtenção de soro para quantificação dos níveis de IgE total e de citocinas e quimiocinas. Indivíduos com exame parasitológico positivo para S. mansoni foram convidados para exame clínico e ultrassonográfico do abdômen e os dados foram utilizados para estabelecer o grau de morbidade da esquistossomose para cada paciente infectado. A identificação de histórico de LTA foi obtida pelas fichas individuais socioeconômicas e clínica, além da utilização dos prontuários do Centro de Tratamento e Pesquisa de Leishmaniose de Januária (CTPLJ 2006-2015). Os dados revelaram que a população de estudo vive em condições sanitárias precárias, tem baixa escolaridade e renda, o que favorece a transmissão de parasitoses. Os testes parasitológicos demonstraram que a infecção por S. mansoni foi a mais prevalente na população (n=119; 46,30%), sendo que 91,6% dos indivíduos infectados eliminavam menos que 100 ovos/g fezes, o que caracteriza como uma população com baixa carga parasitária, e sem sintomas graves da doença. Nesta população, 93 indivíduos (36,18%) tem relato de LTA, sendo que a prevalência de esquistossomose nessas pessoas foi significativamente maior que no restante que não apresentava esse relato (p=0,03). Entretanto, ao considerar somente os infectados com carga parasitária um pouco mais elevada (12 ovos/g fezes), verifica-se que as pessoas com histórico de LTA eliminam menos ovos do parasito nas fezes. A maioria dos indivíduos avaliados não apresentaram níveis séricos mensuráveis das citocinas IL-17, TNF-, IL-10, IL13 e IL-5, independente do status parasitário. Os indivíduos infectados por S. mansoni apresentaram concentrações estatisticamente mais elevadas de CCL-3 e maior frequência de indivíduos com eosinofilia em relação aos indivíduos com histórico de LTA, indicando uma resposta imune com perfil predominantemente Th2. Neste sentido, também foi verificado elevação dos níveis séricos de IL-33, CCL-17 e IgE, e redução de IL-27, mas sem diferença estatística entre os grupos. Os indivíduos infectados por S. mansoni e com histórico de LTA também mostraram elevação destes mediadores imunológicos, mas geralmente em menores níveis que os somente infectados por S. mansoni. Apesar dos indivíduos com esquistossomose avaliados neste estudo apresentarem poucos sinais clínicos, foi possível verificar que indivíduos somente infectados por S. mansoni apresentaram maior frequência de baixa quantidade de hemogloblina e plaquetopenia comparado aos infectados com histórico de LTA. A maioria das alterações ultrassonográficas observadas nos infectados por S. mansoni e sem histórico de LTA foi semelhante ao observado nos infectados com histórico. Entretanto, a maioria dos casos de fibrose moderada detectada na população de estudo foi observada em indivíduos infectados sem histórico de LTA. Em resumo, os dados apresentados sugerem que o histórico de LTA pode alterar o balanço de citocinas produzidas durante a infecção por S. mansoni, modificando a produção e/ou eliminação de ovos do parasito e, consequentemente a gravidade da esquistossomoseHelminths such as Schistosoma mansoni and protozoa of the genus Leishmania are parasites with high prevalence in the human population and responsible for high rates of mortality and worldwide morbidity. Due to the wide distribution of the transmission areas of these parasitoses, especially in tropical and subtropical areas of the globe, the risk of concomitant infection is frequent. However, the impact that this type of interaction can cause infectious in patients living in endemic areas is still poorly elucidated. Thus, we aimed to characterize the parasitological, immunological, hematological, clinical and ultrasonographic aspects of patients infected with S. mansoni with low parasite load and with a history of infection by American cutaneous leishmaniasis (ACL). For this, 257 residents of Brejo do Amparo district (MG) signed a term of consent to participate in the study and were asked to respond socioeconomic questionnaire and provide stool and blood samples. Stool samples were processed to perform HPJ, Gradiente Salino, Helmintex® and Kato-Katz techniques and analyzed for parasitological diagnosis. Blood samples were used to perform the hemogram (platelets, hemoglobin, red blood cells and eosinophils) and to obtain serum for quantification of total IgE levels and cytokines and chemokines. Individuals with positive parasitological examination for S. mansoni were invited for clinical and ultrasonographic examination of the abdomen and the data were used to establish the degree of schistosomiasis morbidity for each infected patient. The identification of ACL history was obtained through individual socioeconomic and clinical records, as well as the use of medical records from the Leishmaniasis Treatment and Research Center from Januária municipality (2006-2015). The data revealed that the study population lives in precarious sanitary conditions, has low schooling and income, which favors the transmission of parasitoses. Parasitological tests demonstrated that S. mansoni infection was the most prevalent parasite in the population (n=119; 46.30%), and 91.6% of infected individuals eliminated less than 100 eggs/g. feces, which characterizes as a population with low parasitic load, and without severe symptoms of the disease. In this population, 93 individuals (36.18%) have reported ACL, and the prevalence of schistosomiasis in these individuals was significantly higher than in the nonreporting group (p=0.039). However, when considering only those infected with a slightly higher parasite load (12 eggs / g feces), it is verified that people with a history of ACL eliminate fewer eggs from the parasite in feces. Most of the individuals evaluated did not present measurable serum levels of the cytokines IL-17, TNF-, IL-10, IL-13 and IL-5, regardless of parasitic status. Patients infected with S. mansoni had statistically higher concentrations of CCL-3 and higher frequency of individuals with eosinophilia compared to individuals with a history of ACL, indicating a predominantly Th2-profile immune response. In this sense, serum levels of IL-33, CCL-17 and IgE, and IL-27 reduction were also observed, but there was no statistically significant difference between groups. Individuals infected with S. mansoni and with a history of LTA also showed elevation of these immunological mediators, but generally at lower levels than those only infected by S. mansoni. Although individuals with schistosomiasis evaluated in this study showed few clinical signs, it was possible to verify that individuals only infected with S. mansoni presented a higher frequency of low hemogloblin and platelet count compared to those infected with a history of ACL. Most ultrasonographic changes observed in patients infected with S. mansoni and without a history of ACL were similar to those seen in patients with history. In summary, the data presented suggest that the history of ACL can alter the balance of cytokines produced during S. mansoni infection, modifying the production and/or elimination of eggs of the parasite and, consequently, the severity of schistosomiasisUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGParasitologiaImunopatologiaEsquistossomoseLeishmaniose CutâneaImunopatologiaLeishmaniose tegumentar americanaEsquistossomoseMorbidadeAspectos imunopatológicos da infecção por Schistosoma mansoni em pacientes com baixa carga parasitária e com histórico de Leishmaniose Tegumentar Americanainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o___guilherme_silva_miranda__2018_x.pdfapplication/pdf5356123https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B4ANNW/1/disserta__o___guilherme_silva_miranda__2018_x.pdf5204e08c0e26f0845f527b0186a9c961MD51TEXTdisserta__o___guilherme_silva_miranda__2018_x.pdf.txtdisserta__o___guilherme_silva_miranda__2018_x.pdf.txtExtracted texttext/plain274607https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B4ANNW/2/disserta__o___guilherme_silva_miranda__2018_x.pdf.txt2e8c82d6087872b4502cbcc487dcbde8MD521843/BUOS-B4ANNW2019-11-14 12:42:00.988oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B4ANNWRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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