Estudo de utilização de medicamentos por idosos brasileiros

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Anderson Lourenco da Silva
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/EMCO-7SMMXC
Resumo: Os idosos possuem um padrão de uso de medicamentos diferente do observado em outras faixas etárias. O grande número de diagnósticos e a medicalização observada entre os idosos podem ter como conseqüência a polifarmácia e o uso inadequado de medicamentos. Com o aumento do uso de medicamentos os gastos com saúde debitados à assistência farmacêutica também incrementamprogressivamente, dificultando o acesso ao tratamento. O objetivo do estudo foi analisar o perfil de uso de medicamentos por aposentados e pensionistas brasileiros, com 60 anos ou mais, beneficiários do INSS. Foram selecionados 3 mil indivíduos, por amostragem aleatória simples, para um inquérito nacional via postal. As informações foram obtidas por meio de questionários com perguntas fechadas e pré-codificadas, exceto as relativas aos medicamentos utilizados. Foi feita uma descrição da população, dos medicamentos e a avaliação de variáveis socioeconômicas, condição de saúde e utilização de serviço de saúde associadas a utilização de medicamentos e a prática da polifarmácia. Dos idosos sorteados, 1025 (34,2% da amostra) responderam ao inquérito, desses 58,8% eram mulheres. A idade média desses idosos era de 70 ± 6,9 anos, 50,2% possuía ente 60 e 69 anos, 25,7% nunca haviam estudado e a mediana do valor de benefíciorecebido do INSS era de R$ 200,00. Sobre o estado de saúde, 26,0% a consideravam pelo menos boa, a prevalência de doenças crônicas foi de 95,3%, os idosos relataram em media 3 doenças e aproximadamente 90% haviam visitado o médico pelo menos uma vez nos últimos 12 meses. Nos 15 dias anteriores à entrevista a prevalência de uso de medicamentos foi de 82,5%, tendo sido utilizados 3918 medicamentos (média = 3,8; intervalo = 0 a 20), sendo que 35,3% usaram 5 ou mais medicamentos. Os medicamentos utilizados com maior freqüência foram os que atuam no Sistema cardiovascular (30,7%), Sistema nervoso (16,8%) e Trato alimentar e metabólico(15,0%). A prevalência de uso de pelo menos um medicamento inapropriado foi de 38,0%. As variáveis idade (>70anos), maior escolaridade, relato de quatro ou mais doenças, ter deixado de realizar atividade habituais e ter realizado seis ou mais consultas nos últimos 12 meses, se associaram positivamente, com a utilização de 5 ou mais medicamentos (p<0,05). Os achados foram semelhantes ao observado em outros estudos no âmbito nacional e internacional. A alta prevalência da polifarmácia reforça a necessidade de uma política de promoção do uso correto do medicamento pelos idosos, devendo a assistência farmacêutica a esse subgrupo ser uma preocupação constante dos gestores em saúde.
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As informações foram obtidas por meio de questionários com perguntas fechadas e pré-codificadas, exceto as relativas aos medicamentos utilizados. Foi feita uma descrição da população, dos medicamentos e a avaliação de variáveis socioeconômicas, condição de saúde e utilização de serviço de saúde associadas a utilização de medicamentos e a prática da polifarmácia. Dos idosos sorteados, 1025 (34,2% da amostra) responderam ao inquérito, desses 58,8% eram mulheres. A idade média desses idosos era de 70 ± 6,9 anos, 50,2% possuía ente 60 e 69 anos, 25,7% nunca haviam estudado e a mediana do valor de benefíciorecebido do INSS era de R$ 200,00. Sobre o estado de saúde, 26,0% a consideravam pelo menos boa, a prevalência de doenças crônicas foi de 95,3%, os idosos relataram em media 3 doenças e aproximadamente 90% haviam visitado o médico pelo menos uma vez nos últimos 12 meses. Nos 15 dias anteriores à entrevista a prevalência de uso de medicamentos foi de 82,5%, tendo sido utilizados 3918 medicamentos (média = 3,8; intervalo = 0 a 20), sendo que 35,3% usaram 5 ou mais medicamentos. Os medicamentos utilizados com maior freqüência foram os que atuam no Sistema cardiovascular (30,7%), Sistema nervoso (16,8%) e Trato alimentar e metabólico(15,0%). A prevalência de uso de pelo menos um medicamento inapropriado foi de 38,0%. As variáveis idade (>70anos), maior escolaridade, relato de quatro ou mais doenças, ter deixado de realizar atividade habituais e ter realizado seis ou mais consultas nos últimos 12 meses, se associaram positivamente, com a utilização de 5 ou mais medicamentos (p<0,05). Os achados foram semelhantes ao observado em outros estudos no âmbito nacional e internacional. A alta prevalência da polifarmácia reforça a necessidade de uma política de promoção do uso correto do medicamento pelos idosos, devendo a assistência farmacêutica a esse subgrupo ser uma preocupação constante dos gestores em saúde.Elderly have a different drug use pattern when they are compared to other age groups. Excessive diagnoses and medications have been observed in the elderly and as a result, polypharmacy and inappropriate medicines use. With the increase of drugs use, the expenses with health spent on pharmaceutical care also have progressive increase, which turns more difficult the treatment access. The aim of this study was to assess the drugs use profile of Brazilian retirees and pensioners, with 60 years old or more, who had received from the Social Security. Three thousand people were selected, by simple random sampling, to anational survey by post. Information was obtained by questionnaires with closed and precodified questions, except those related to the medicines used. The characteristics of population and the medicines were described and it was made an assessment of the social economic condition, health condition and health service utilization associated to medicines use and polypharmacy. 1025 people (34.2% of the sample) answered the survey, 58.8% of those were women. The average of age of these elderly was 70 ± 6.9 years old, 50.2% were between 60 and 69 years old, 25.7% had never studied and the median pension value received from Social Security was R$200.00. About health status, 26.0% considered it at least good, the chronic diseases prevalence was 95.3%, the elderly reported, on average, 3 illnesses, and almost 90% had visited the doctor at least once in the last 12 months. On the 15 days beforethe interview, the dugs use prevalence was 82.5%, 3918 medicines were used (average = 3.8; range = 0 to20), and 35.5% of the people used 5 or more medicines. The drugs most frequently used were those that act in the cardiovascular system (30.7%), nervous system (16.8%) and food and treat metabolic (15.0%). The prevalence of use of at least oneinappropriate medication was 38.0%. Age (> 70 years old), higher education, four or more diseases reported, fail to perform daily activities and six or more consultations made in thelast 12 months, were positively associated with the use of 5 or more drugs (p <0.05). The findings were similar to the observed in others national and international studies. The high prevalence of polypharmacy reinforces the necessity of a policy to promote the correct use ofmedication by the elderly and the pharmaceutical care to this subgroup must be a constant concern of health caregivers.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGMedicamentos UtilizaçãoSaúde públicaIdosos Assistência hospitalarPolifarmáciaFarmacoepidemiologiaUso de medicamentos e idososEstudo de utilização de medicamentos por idosos brasileirosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o__anderson_silva_2009.pdfapplication/pdf410483https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EMCO-7SMMXC/1/disserta__o__anderson_silva_2009.pdf01bdd780cd3b2b71536959e12c68038fMD51TEXTdisserta__o__anderson_silva_2009.pdf.txtdisserta__o__anderson_silva_2009.pdf.txtExtracted texttext/plain212805https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EMCO-7SMMXC/2/disserta__o__anderson_silva_2009.pdf.txt8a97297a10690ed3371b7b1b0b54712fMD521843/EMCO-7SMMXC2019-11-14 04:38:04.64oai:repositorio.ufmg.br:1843/EMCO-7SMMXCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T07:38:04Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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