Uma geografia do caminhar

• Autor(a) principal: Lucas de Lima Fernandes Padoan
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/43272
• topic: experiência geográfica; caminhar; geografia do caminhar; Geografia - Experiências; Geografia humana; Percepção geográfica

A presente pesquisa busca explorar o diálogo entre a geografia e o caminhar, investigando esse encontro e refletindo sobre um terreno fértil de discussões para se chamar de geografia do caminhar. Para circunscrever e discutir a interseção entre a geografia e o caminhar, consideramos, portanto, o ato de caminhar enquanto fenômeno que reflete as experiências do ser humano e que movimentam o espaço geográfico, permitindo defender a ideia do caminhar como uma forma de experiência geográfica. Sendo assim, a investigação está orientada por meio de duas frentes de reflexões. Na primeira, buscamos apresentar a trajetória do ser humano desde sua origem na condição de espécie até a atualidade. Entender esse contexto é crucial para demonstrar de que maneira o ser humano povoou o planeta e como esse processo se desenvolveu. Os significados e as formas de conceber o ato de caminhar se pluralizaram ao longo da nossa história, uma história que naturalmente se fez do movimento. Analisar essa diversidade de entendimentos é fundamental para estabelecer a relação concreta entre o caminhar e o habitar o mundo. Em um segundo momento, enveredamos nas relações entre a geografia e o ato de caminhar, cercando de que forma a movimentação humana está associada ao processo de gênese, surgimento e consolidação da ciência geográfica. A partir dessa narrativa, é possível definirmos as bases fundantes dessa geografia em movimento: experiência, espaço, mundo, habitar, corpo, ritmos, existência, percepção e sentidos são alguns exemplos dos elementos que se entrelaçam para guiar as reflexões que convergem na ideia do caminhar enquanto experiência geográfica. A pesquisa demonstra que é justamente através da movimentação do corpo que atravessamos o espaço e agimos e interagimos com as coisas, com as pessoas e lugares. Essa interação corporal e a nossa capacidade de compartilhar socialmente as experiências é o que torna possível criarmos as imagens, os simbolismos e os significados de tudo. É assim que podemos enxergar o desabrochar de uma geografia do caminhar. Saberes que são construídos por meio da experiência corporificada do ser humano que, por natureza, é um ser caminhante.