Associação entre a concentração sérica de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e manifestações motoras e não motoras em indivíduos com doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Davi Vilela de Carvalho
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-B3WKSB
Resumo: As alterações motoras da doença de Parkinson (DP) resultam, principalmente, da degeneração dos neurônios dopaminérgicos da substância negra compacta do mesencéfalo, o que determina a disfunção dos núcleos da base e afeta a programação motora. Além disso, outros sistemas de neurotransmissores são afetados, como serotoninérgico e noradrenérgico, o que explica o surgimento das alterações não motoras. É bem descrito na literatura a importância biológica do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), inclusive na manutenção de estruturas neuroanatômicas envolvidas com o comportamento motor, bem como a relação com outros sistemas de neurotransmissores. O presente estudo teve dois objetivos: 1. Avaliar se existe diferença nas concentrações séricas de BDNF e medidas clínicas e de capacidade funcional entre indivíduos hígidos e com DP; 2. Avaliar se existe associação entre essas concentrações, medidas clínicas e de capacidade funcional em indivíduos hígidos e com DP. Avaliações da função cognitiva, depressão, fadiga e capacidade funcional (distância percorrida, velocidade de marcha e tempo de reação) foram realizadas em ambos os grupos. Além disso, indivíduos do grupo DP foram avaliados quanto à gravidade dos sinais e sintomas da doença, presença e gravidade da fadiga. Foi realizada a coleta de material biológico para mensuração da concentração periférica de BDNF, por meio do método ELISA. Quarenta e sete pacientes, com idade média de 67,4 anos, enquadrados no estágio leve a moderado na doença, participaram do estudo. Foram avaliados 39 indivíduos do grupo controle, com idade média de 65,5 anos. Os pacientes apresentaram menores escores na avaliação da função cognitiva (p<0,001) e testes de capacidade funcional (p<0,001) e maior escore na avaliação de depressão (p=0,001). As concentrações de BDNF foram menores no grupo DP (p=0,007). Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre essas concentrações e os resultados obtidos a partir dos testes de capacidade funcional apenas no grupo controle. Para o grupo DP, menores concentrações de BDNF foram associadas a maiores escores de depressão e gravidade dos sintomas na seção I da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson. Sugere-se que com o déficit dopaminérgico e disfunção circuito motor, a concentração de BDNF não influencia o desempenho funcional nos pacientes com DP. Cabe ressaltar que com a inatividade, as alterações periféricas do sistema músculo-esquelético são importante fatores que causam a limitação funcional, além da progressão da própria doença. Ao contrário, as alterações não motoras da doença (depressão e alterações comportamentais, como motivação) estão associadas com a concentração de BDNF, o que corrobora outros achados da literatura. Nossos resultados reafirmam a importância em conhecer acerca das alterações do BDNF em indivíduos com DP, devendo ser considerado como potencial para a abordagem terapêutica nesses pacientes
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Avaliar se existe associação entre essas concentrações, medidas clínicas e de capacidade funcional em indivíduos hígidos e com DP. Avaliações da função cognitiva, depressão, fadiga e capacidade funcional (distância percorrida, velocidade de marcha e tempo de reação) foram realizadas em ambos os grupos. Além disso, indivíduos do grupo DP foram avaliados quanto à gravidade dos sinais e sintomas da doença, presença e gravidade da fadiga. Foi realizada a coleta de material biológico para mensuração da concentração periférica de BDNF, por meio do método ELISA. Quarenta e sete pacientes, com idade média de 67,4 anos, enquadrados no estágio leve a moderado na doença, participaram do estudo. Foram avaliados 39 indivíduos do grupo controle, com idade média de 65,5 anos. Os pacientes apresentaram menores escores na avaliação da função cognitiva (p<0,001) e testes de capacidade funcional (p<0,001) e maior escore na avaliação de depressão (p=0,001). As concentrações de BDNF foram menores no grupo DP (p=0,007). Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre essas concentrações e os resultados obtidos a partir dos testes de capacidade funcional apenas no grupo controle. Para o grupo DP, menores concentrações de BDNF foram associadas a maiores escores de depressão e gravidade dos sintomas na seção I da Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson. Sugere-se que com o déficit dopaminérgico e disfunção circuito motor, a concentração de BDNF não influencia o desempenho funcional nos pacientes com DP. Cabe ressaltar que com a inatividade, as alterações periféricas do sistema músculo-esquelético são importante fatores que causam a limitação funcional, além da progressão da própria doença. Ao contrário, as alterações não motoras da doença (depressão e alterações comportamentais, como motivação) estão associadas com a concentração de BDNF, o que corrobora outros achados da literatura. Nossos resultados reafirmam a importância em conhecer acerca das alterações do BDNF em indivíduos com DP, devendo ser considerado como potencial para a abordagem terapêutica nesses pacientesMotor signs of Parkinson's disease (PD) result mainly from the degeneration of the dopaminergic neurons of the substantia nigra of the midbrain, which determines the dysfunction of the basal ganglia and affects the motor programming. In addition, other neurotransmitter systems are affected, such as serotonergic and noradrenergic, which explains the onset of nonmotor symptoms. The biological importance of brain-derived neurotrophic factor (BDNF) is well described in the literature, including the maintenance of neuroanatomic structures involved in motor behavior, as well as the relationship with other neurotransmitter systems. The present study had two objectives: 1. To evaluate if there is a difference in serum concentrations of BDNF and clinical measures and functional capacity between healthy individuals and PD; 2. Evaluate if there is an association between these concentrations, clinical measures and functional capacity in healthy individuals with PD. Evaluations of cognitive function, depression, fatigue and functional capacity (exercise capacity, walking speed and reaction time) were performed in both groups. In addition, individuals of the DP group were evaluated for severity of signs and symptoms of the disease, presence and severity of fatigue. The biological material was collected to measure the peripheral concentration of BDNF, using the ELISA method. Forty-seven patients, mean age of 67.4 years, enrolled in the mild to moderate stage in the disease, participated in the study. We evaluated 39 individuals from the control group, with a mean age of 65.5 years. Patients presented lower scores in the evaluation of cognitive function (p <0.001) and functional capacity tests (p <0.001) and higher scores in the evaluation of depression (p = 0.001). BDNF concentrations were lower in the DP group (p = 0.007). Statistically significant associations were found between these concentrations and the results obtained from functional capacity tests only in the control group. For the PD group, lower concentrations of BDNF were associated with higher depression scores and severity of symptoms in section I of the Unified Parkinson's Disease Scale. It is suggested that with the dopaminergic deficit and motor circuit dysfunction, the concentration of BDNF does not influence the functional performance in patients with PD. It should be noted that with inactivity, peripheral alterations of the musculoskeletal system are important factors that cause functional limitation, in addition to the progression of the disease itself. In contrast, non-motor changes of the disease (depression and behavioral changes, such as motivation) are associated with the concentration of BDNF, which corroborates other findings in the literature. Our results reaffirm the importance of knowing about BDNF alterations in individuals with PD and should be considered as potential for the therapeutic approach in these patientsUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGDoença de ParkinsonDepressão mentalNeurociênciasCogniçãoFator neurotrófico derivado do encéfaloDoença de parkinsonFadigaDepressãoFunção cognitivaFator neurotrófico derivado do cérebroCapacidade funcionalAssociação entre a concentração sérica de fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e manifestações motoras e não motoras em indivíduos com doença de Parkinsoninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_davi_vilela_de__carvalho.pdfapplication/pdf2832987https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B3WKSB/1/dissertacao_davi_vilela_de__carvalho.pdf6900c8e771e157adc4ac4add62a4d9ddMD51TEXTdissertacao_davi_vilela_de__carvalho.pdf.txtdissertacao_davi_vilela_de__carvalho.pdf.txtExtracted texttext/plain156611https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B3WKSB/2/dissertacao_davi_vilela_de__carvalho.pdf.txt9ac4677fd387c6cf21f8fdced91e60e0MD521843/BUOS-B3WKSB2019-11-14 09:05:30.865oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-B3WKSBRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:05:30Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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