Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alexandre Santos Pinheiro
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JWH87
Resumo: O eixo principal desta tese é realizar um entendimento sobre gestão de uma organização produtiva (empresa) a partir de uma etnografia, e tendo ainda relações de poder como prisma de explicação para a gestão. Como o poder está em todas as partes, ele poderia ter sido captado em diversos lugares diferentes, o que implica que minhas significações poderiam estar crivadas em diversas relações. Foquei nas relações concernentes aos sujeitos que constituíam a diretoria executiva da empresa. Minha intenção é transladar o olhar para os momentos em que o poder realiza, no duplo sentido do termo, a complexa estrutura do cotidiano, destacando as significações e assimilações dos sujeitos diante da estrutura do poder; significações e assimilações estas que os excitam à ação. Assim como Costa Filho (2008), minha abordagem repousa sobre comportamentos, experiências sociais e objetivações que produzem aquilo que se pode chamar de grupo social (este autor chama isso de identidades grupais). Para tanto, assumi a etnografia como sendo um produto de pesquisa, o que exigiu adotá-la como sendo uma conjunção metodológica e teórica que compreende processos de observação participante, apreensão teórica e descrição etnográfica. A etnografia aconteceu durante doze meses (de março de 2011 a março de 2012), em uma organização cuja diretoria executiva era constituída integralmente por profissionais de mercado; organização esta considerada a maior do Brasil no setor em que atuava. Em fevereiro de 2012 a empresa decretou falência, encerrando por definitivo suas operações. Com inspirações em Foucault, considero que na sociedade construída no invólucro da gestão na verdade, no fundo em qualquer sociedade existiam relações de poder múltiplas que atravessavam, caracterizavam e constituíam o corpo social e que estas relações de poder não podiam se dissociar, se estabelecer nem funcionar sem uma produção, uma acumulação, uma circulação e um funcionamento de elementos simbólicos construídos pelos sujeitos que constituíam o corpo social. Essas relações estavam talvez entre as coisas mais escondidas no corpo social. Considero, pois, que o poder era o elemento que mantinha existente toda a realidade da empresa.
id UFMG_d4207457622b6a6040c4564070bff11d
oai_identifier_str oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9JWH87
network_acronym_str UFMG
network_name_str Repositório Institucional da UFMG
repository_id_str
spelling Alexandre de Padua CarrieriAmon Narciso de BarrosAna Lucia ModestoDeise Luiza da Silva FerrazFrancis Kanashiro MeneghettiAlexandre Santos Pinheiro2019-08-10T13:30:49Z2019-08-10T13:30:49Z2014-02-25http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JWH87O eixo principal desta tese é realizar um entendimento sobre gestão de uma organização produtiva (empresa) a partir de uma etnografia, e tendo ainda relações de poder como prisma de explicação para a gestão. Como o poder está em todas as partes, ele poderia ter sido captado em diversos lugares diferentes, o que implica que minhas significações poderiam estar crivadas em diversas relações. Foquei nas relações concernentes aos sujeitos que constituíam a diretoria executiva da empresa. Minha intenção é transladar o olhar para os momentos em que o poder realiza, no duplo sentido do termo, a complexa estrutura do cotidiano, destacando as significações e assimilações dos sujeitos diante da estrutura do poder; significações e assimilações estas que os excitam à ação. Assim como Costa Filho (2008), minha abordagem repousa sobre comportamentos, experiências sociais e objetivações que produzem aquilo que se pode chamar de grupo social (este autor chama isso de identidades grupais). Para tanto, assumi a etnografia como sendo um produto de pesquisa, o que exigiu adotá-la como sendo uma conjunção metodológica e teórica que compreende processos de observação participante, apreensão teórica e descrição etnográfica. A etnografia aconteceu durante doze meses (de março de 2011 a março de 2012), em uma organização cuja diretoria executiva era constituída integralmente por profissionais de mercado; organização esta considerada a maior do Brasil no setor em que atuava. Em fevereiro de 2012 a empresa decretou falência, encerrando por definitivo suas operações. Com inspirações em Foucault, considero que na sociedade construída no invólucro da gestão na verdade, no fundo em qualquer sociedade existiam relações de poder múltiplas que atravessavam, caracterizavam e constituíam o corpo social e que estas relações de poder não podiam se dissociar, se estabelecer nem funcionar sem uma produção, uma acumulação, uma circulação e um funcionamento de elementos simbólicos construídos pelos sujeitos que constituíam o corpo social. Essas relações estavam talvez entre as coisas mais escondidas no corpo social. Considero, pois, que o poder era o elemento que mantinha existente toda a realidade da empresa.This research aims at building a perspective on management pratices from ethnography; this perspective is explained by power relationship. The power is everywhere, so it could have been captured in several different places, that is to say, my meanings could be screened in various relationships. I have focused executive board relationships. I want to transfer the look for the moments when and where power realizes the complex structure daily, highlighting the subjects meanings and assimilations in the presence of power structure; meanings and assimilations that excite them to action. As Costa Filho (2008) has considered, my approach relies on behaviors, social experiences and objectivations that produce group identities (we can called it social group). For this purpose, ethnography should be as a research product. For this, the ethnography had to be a theoretical and methodological conjunction, it means the ethnography was a processes build by participant observation, theoretical apprehension and ethnographic description. This process occurred during twelve months. The organization was considered the largest in Brazil in the sector in which it operated. In February 2012, the company filed for bankruptcy, ending up with its operations. With inspirations in Foucault, I believe that in the society built within management there were multiple power relations that crossed, characterized and constitute the social body, and these power relations could not dissociate, establish or operate without a production, accumulation, circulation and functioning of symbolic elements constructed by the subjects that constitute the social body. Such relationships were perhaps among the most hidden things in the social body. I believe, therefore, that power was the element that kept existing all company reality. So, if I had to summarize in a few words what would be management, I'd say: management is nothing more than the ability of an agent to build power relations which result in the assimilation and, whereas, assumption, constituents of consensus, of goals considered collective, as the goals of the collective was best for each one individually; goals that actually are nothing more than sights and goals of power disguised as objective and collective good.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPoder (Filosofia)AntropologiaGestão de empresasEtnografiaGestãoPoderAnálises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtes_o___alexandre_santos.pdfapplication/pdf2710300https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JWH87/1/tes_o___alexandre_santos.pdf7984eed3a8ea2559c2b9afd0780181e3MD51TEXTtes_o___alexandre_santos.pdf.txttes_o___alexandre_santos.pdf.txtExtracted texttext/plain1106691https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JWH87/2/tes_o___alexandre_santos.pdf.txt8fad04050c6fb18b739ea2637b5c41c0MD521843/BUOS-9JWH872019-11-14 10:37:20.811oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9JWH87Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:37:20Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
title Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
spellingShingle Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
Alexandre Santos Pinheiro
Etnografia
Gestão
Poder
Poder (Filosofia)
Antropologia
Gestão de empresas
title_short Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
title_full Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
title_fullStr Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
title_full_unstemmed Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
title_sort Análises etnográficas sobre o poder disciplinar em uma organização em processo de falência
author Alexandre Santos Pinheiro
author_facet Alexandre Santos Pinheiro
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Alexandre de Padua Carrieri
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Amon Narciso de Barros
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Ana Lucia Modesto
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Deise Luiza da Silva Ferraz
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Francis Kanashiro Meneghetti
dc.contributor.author.fl_str_mv Alexandre Santos Pinheiro
contributor_str_mv Alexandre de Padua Carrieri
Amon Narciso de Barros
Ana Lucia Modesto
Deise Luiza da Silva Ferraz
Francis Kanashiro Meneghetti
dc.subject.por.fl_str_mv Etnografia
Gestão
Poder
topic Etnografia
Gestão
Poder
Poder (Filosofia)
Antropologia
Gestão de empresas
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Poder (Filosofia)
Antropologia
Gestão de empresas
description O eixo principal desta tese é realizar um entendimento sobre gestão de uma organização produtiva (empresa) a partir de uma etnografia, e tendo ainda relações de poder como prisma de explicação para a gestão. Como o poder está em todas as partes, ele poderia ter sido captado em diversos lugares diferentes, o que implica que minhas significações poderiam estar crivadas em diversas relações. Foquei nas relações concernentes aos sujeitos que constituíam a diretoria executiva da empresa. Minha intenção é transladar o olhar para os momentos em que o poder realiza, no duplo sentido do termo, a complexa estrutura do cotidiano, destacando as significações e assimilações dos sujeitos diante da estrutura do poder; significações e assimilações estas que os excitam à ação. Assim como Costa Filho (2008), minha abordagem repousa sobre comportamentos, experiências sociais e objetivações que produzem aquilo que se pode chamar de grupo social (este autor chama isso de identidades grupais). Para tanto, assumi a etnografia como sendo um produto de pesquisa, o que exigiu adotá-la como sendo uma conjunção metodológica e teórica que compreende processos de observação participante, apreensão teórica e descrição etnográfica. A etnografia aconteceu durante doze meses (de março de 2011 a março de 2012), em uma organização cuja diretoria executiva era constituída integralmente por profissionais de mercado; organização esta considerada a maior do Brasil no setor em que atuava. Em fevereiro de 2012 a empresa decretou falência, encerrando por definitivo suas operações. Com inspirações em Foucault, considero que na sociedade construída no invólucro da gestão na verdade, no fundo em qualquer sociedade existiam relações de poder múltiplas que atravessavam, caracterizavam e constituíam o corpo social e que estas relações de poder não podiam se dissociar, se estabelecer nem funcionar sem uma produção, uma acumulação, uma circulação e um funcionamento de elementos simbólicos construídos pelos sujeitos que constituíam o corpo social. Essas relações estavam talvez entre as coisas mais escondidas no corpo social. Considero, pois, que o poder era o elemento que mantinha existente toda a realidade da empresa.
publishDate 2014
dc.date.issued.fl_str_mv 2014-02-25
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2019-08-10T13:30:49Z
dc.date.available.fl_str_mv 2019-08-10T13:30:49Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JWH87
url http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9JWH87
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.publisher.initials.fl_str_mv UFMG
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Minas Gerais
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFMG
instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron:UFMG
instname_str Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
instacron_str UFMG
institution UFMG
reponame_str Repositório Institucional da UFMG
collection Repositório Institucional da UFMG
bitstream.url.fl_str_mv https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JWH87/1/tes_o___alexandre_santos.pdf
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9JWH87/2/tes_o___alexandre_santos.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 7984eed3a8ea2559c2b9afd0780181e3
8fad04050c6fb18b739ea2637b5c41c0
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1803589529687293952