Crianças e adolescentes nascidos de mães portadoras do HIV: um estudo sobre a relação mãe-filho no Vale Jequitinhonha

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Thamara de Souza Campos
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8S7GXC
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar a relação mãe e filho na visão de mulheres portadoras do vírus da imunodeficiência humana (HIV), mães de crianças e adolescentes vivendo no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Trata-se de estudo transversal descritivo composto de uma parte quantitativa, obtida por meio do Instrumento Qualidade de Interação Familiar na Visão da Mãe e uma parte qualitativa baseada em depoimentos feitos pelas mães soropositivas. Os dados quantitativos foram digitados e analisados pelo software Statistica 8.0 for Windows e dados qualitativos foram transcritos e analisados utilizando a Análise de Conteúdo proposta por Bardin. Foram entrevistadas 30 mães, de 21 a 63 anos com média de idade 40,6 anos (DP=9,5), 36,5% (n=11) eram solteiras, 43,3% (n=13) estudaram de 1 a 4 anos, 43,3% (n=13) viviam com menos de 1 salário mínimo e 40% (n=12) representavam a classe D do extrato social. O número de filhos variou entre 1 a 9, sendo a média 3,3 (DP=2,1), a idade do filho mais novo era de no mínimo 4 e de no máximo 19 anos, com média de 10,5 anos (DP=4,3). A via sexual foi a forma de contaminação em todos os casos, a média de idade do início da vida sexual era de 19 anos, sendo que 70% (n=21) começaram na fase adolescência, 53,3% (n=16) tiveram de 1 a 3 parceiros sexuais em sua vida. Sobre a gravidez do filho mais novo, 70% (n=21) disseram não ser uma gravidez planejada e também que fizeram o teste anti-HIV na última gestação, 93,3% (n=28) fizeram o pré-natal, sendo a média de consultas 5,9 (DP=2,1). A qualidade de relação mãe e filho, realizada através de escores do instrumento, revelou que 63,3% (n=17) declararam ter uma comunicação verbal e não verbal muito boa com seu filho, quando se trata de conversar todas disseram conversar sempre com seu filho apesar de 73,3% (n=22) nunca falarem sobre HIVAIDS. Na participação das mães no cuidado com o filho, 73,3% (n=22) disseram ter uma boa participação e 100% (n=30) disseram cuidar sempre da saúde do filho. Em relação à participação nas atividades escolares, culturais e de lazer, 40% (n=12) disseram ter uma boa participação e todas as mães incentivaram os filhos a assumirem responsabilidades escolares. Através dos depoimentos e análise de conteúdo empregados emergiram duas categorias: os desafios e as superações, cada uma com oito pontos de reflexão do relacionamento mãe e filho no contexto do HIV. Conclui-se com estes resultados quanti-qualitativos que há boa qualidade na relação mãe e filho em todos os âmbitos estudados, na comunicação verbal e não verbal, na participação dos cuidados e na participação nas atividades escolares, culturais e de lazer. E que apesar do relacionamento mãe e filho na vigência do HIV ser permeado por desafios, as mães soropositivas os superam por seus filhos.
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Foram entrevistadas 30 mães, de 21 a 63 anos com média de idade 40,6 anos (DP=9,5), 36,5% (n=11) eram solteiras, 43,3% (n=13) estudaram de 1 a 4 anos, 43,3% (n=13) viviam com menos de 1 salário mínimo e 40% (n=12) representavam a classe D do extrato social. O número de filhos variou entre 1 a 9, sendo a média 3,3 (DP=2,1), a idade do filho mais novo era de no mínimo 4 e de no máximo 19 anos, com média de 10,5 anos (DP=4,3). A via sexual foi a forma de contaminação em todos os casos, a média de idade do início da vida sexual era de 19 anos, sendo que 70% (n=21) começaram na fase adolescência, 53,3% (n=16) tiveram de 1 a 3 parceiros sexuais em sua vida. Sobre a gravidez do filho mais novo, 70% (n=21) disseram não ser uma gravidez planejada e também que fizeram o teste anti-HIV na última gestação, 93,3% (n=28) fizeram o pré-natal, sendo a média de consultas 5,9 (DP=2,1). A qualidade de relação mãe e filho, realizada através de escores do instrumento, revelou que 63,3% (n=17) declararam ter uma comunicação verbal e não verbal muito boa com seu filho, quando se trata de conversar todas disseram conversar sempre com seu filho apesar de 73,3% (n=22) nunca falarem sobre HIVAIDS. Na participação das mães no cuidado com o filho, 73,3% (n=22) disseram ter uma boa participação e 100% (n=30) disseram cuidar sempre da saúde do filho. Em relação à participação nas atividades escolares, culturais e de lazer, 40% (n=12) disseram ter uma boa participação e todas as mães incentivaram os filhos a assumirem responsabilidades escolares. Através dos depoimentos e análise de conteúdo empregados emergiram duas categorias: os desafios e as superações, cada uma com oito pontos de reflexão do relacionamento mãe e filho no contexto do HIV. Conclui-se com estes resultados quanti-qualitativos que há boa qualidade na relação mãe e filho em todos os âmbitos estudados, na comunicação verbal e não verbal, na participação dos cuidados e na participação nas atividades escolares, culturais e de lazer. E que apesar do relacionamento mãe e filho na vigência do HIV ser permeado por desafios, as mães soropositivas os superam por seus filhos.This study aimed to evaluate the mother-child relationship, among HIV-infected women living in Jequitinhonha Valley, Minas Gerais, Brazil. It is a cross sectional study consisting of a quantitative component, obtained through the Instrument "Quality of Family Interaction in view of the mother" and a qualitative component based on statements made by HIV positive mothers. Quantitative data were entered and analyzed using software Statistica 8.0 for Windows and qualitative data were transcribed and analyzed using content analysis proposed by Bardin. We interviewed a total of 30 mothers, 21 to 63 years, mean age 40.6 years (SD = 9.5), 36.5% (n = 11) are single, 53.3% (n = 13) studied 1 to 4 years, 43.3% (n = 13) live on less than a minimum wage and 40% (n = 12) represent the class D social strata. The number of children ranges from 1 to 9 children, with an average of 3.3 children (SD = 2.1), age of the youngest child is at least four and no more than 19 years, averaging 10, 5 years (SD = 4.3). The sexual route is the way of contamination in all cases, the average age of sexual debut is 19 years, and 70% (n = 21) began during adolescence, 53.3% (n = 16) had 1-3 sexual partners in her life.On pregnancy of the youngest child, 70% (n = 21) said it was not a planned pregnancy and that were tested for HIV in the last pregnancy, 93.3% (n = 28) had prenatal care, and an average of 5.9 visits (SD = 2.1). The quality of the mother and son, held by scores, reveals that 63.3% (n = 17) has a verbal and nonverbal very good with his son when it comes to talk all they said to talk with your teen while73.3% (n = 22) never to talk about HIV / AIDS. Participation of mothers in caring for the child, 73.3% (n = 22) has a good participation and 100% (n = 30) said they always take care of health of the child. Regarding the participation in school activities, cultural and leisure activities, 40% (n = 12) has a good participation in all activities and diseram mothers encourage their children to school take responsibility. Two categories emerged from interviews and content analysis:, the challenges and overruns, each with eight points of reflection of the relationship between mother and child in the context of HIV. We conclude from these results that there are qualitative and quantitative indicators of a good quality of mother-child relationship in all areas studied, in verbal and nonverbal communication, participation in care and participation in school activities, cultural and leisure activities. Despite the relationship between mother and son in the presence of HIV to be permeated by challenges, HIV-infected mothers struggle and overcome every day by their children.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGHIVAnálise quantitativaSíndrome de imunodeficiência adquiridaRelações mãe-filhoEstudos transversaisInfecções por HIVMães e filhoCriançaAdolescenteHIVCriança e AdolescenteRelações Mãe-FilhoSíndrome de Imunodeficiência AdquiridaCrianças e adolescentes nascidos de mães portadoras do HIV: um estudo sobre a relação mãe-filho no Vale Jequitinhonhainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_thamara.pdfapplication/pdf3298145https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8S7GXC/1/disserta__o_thamara.pdfe2034cdf740649baf36d4691bd7252c1MD51TEXTdisserta__o_thamara.pdf.txtdisserta__o_thamara.pdf.txtExtracted texttext/plain195546https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8S7GXC/2/disserta__o_thamara.pdf.txtac41ff6f24f6fc13e9aec91dc670d756MD521843/BUOS-8S7GXC2019-11-14 16:21:37.94oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-8S7GXCRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:21:37Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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