Acabar com a dengue é uma guerra de todos?: a presença do discurso mobilizador nas campanhas publicitárias de prevenção à dengue da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AAFG82 |
Resumo: | Esta pesquisa visa a analisar as campanhas publicitárias da Secretaria de Estado e Saúde de Minas Gerais (SES-MG), com foco no combate à dengue, veiculadas na televisão, e compreender como a noção de mobilização social atuou como estratégia discursiva nesse objeto. O estudo da dengue se apresenta como uma questão de comunicação social, porque o combate à doença requer o envolvimento das pessoas, já que os focos do mosquito normalmente estão dentro do ambiente doméstico. Neste sentido, a comunicação é entendida como um método relevante para a conscientização e mobilização de cada cidadã e cidadão. Nosso corpus de análise foram as peças para televisão da campanha publicitária contra a dengue, veiculadas na TV aberta. Analisamos quatro peças, sendo que três foram de 30 segundos e uma de um minuto e nosso recorte temporal enfocou o período de 2010 a 2014. Essas peças foram estudadas a partir da perspectiva da nova análise do discurso proposta por Charaudeau (1996), que concebe os discursos como algo que resulte de uma articulação de mão dupla e não determinista, entre os planos situacional e linguístico. Alguns dos resultados encontrados foram: a presença direta ou indireta do discurso bélico, já que a secretaria defendia o raciocínio de que o mosquito da dengue era um inimigo em comum de todos e era de interesse comum acabar com a doença. O Estado ocupou um lugar de fala centralizado e pedagógico, cabendo a ele transmitir as informações para as cidadãs e os cidadãos. Somado a isso, este lugar discursivo foi predominantemente o masculino, pois observamos em todas as peças a presença masculina em lugar de destaque, representando a instituição. Cabia a esse corpo e a essa voz masculinas exercerem o papel de informar e dizer às pessoas o que deveriam fazer. Também foi perceptível que, embora os conceitos-chaves das campanhas tenham sido: a participação de todos, Guerra de todos ou um problema de todos, notamos nas peças analisadas, que coube às pessoas que aparentavam menor poder aquisitivo a tarefaefetiva de empreender ações para eliminar os focos da doença. Nossa visada teórica partiu do princípio de que a comunicação é um processo dialógico e relacional. Entendemos, assim, o ser humano enquanto uma atriz ou um ator social, responsável por suas ações e não um ser que simplesmente reage a estímulos ou motivações. |
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Laura Guimaraes CorreaMarcio Simeone HenriquesGraziela Valadares Gomes de Mello ViannaMaria Ângela MattosVivian Tatiene Nunes Campos2019-08-13T15:51:30Z2019-08-13T15:51:30Z2016-03-07http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AAFG82Esta pesquisa visa a analisar as campanhas publicitárias da Secretaria de Estado e Saúde de Minas Gerais (SES-MG), com foco no combate à dengue, veiculadas na televisão, e compreender como a noção de mobilização social atuou como estratégia discursiva nesse objeto. O estudo da dengue se apresenta como uma questão de comunicação social, porque o combate à doença requer o envolvimento das pessoas, já que os focos do mosquito normalmente estão dentro do ambiente doméstico. Neste sentido, a comunicação é entendida como um método relevante para a conscientização e mobilização de cada cidadã e cidadão. Nosso corpus de análise foram as peças para televisão da campanha publicitária contra a dengue, veiculadas na TV aberta. Analisamos quatro peças, sendo que três foram de 30 segundos e uma de um minuto e nosso recorte temporal enfocou o período de 2010 a 2014. Essas peças foram estudadas a partir da perspectiva da nova análise do discurso proposta por Charaudeau (1996), que concebe os discursos como algo que resulte de uma articulação de mão dupla e não determinista, entre os planos situacional e linguístico. Alguns dos resultados encontrados foram: a presença direta ou indireta do discurso bélico, já que a secretaria defendia o raciocínio de que o mosquito da dengue era um inimigo em comum de todos e era de interesse comum acabar com a doença. O Estado ocupou um lugar de fala centralizado e pedagógico, cabendo a ele transmitir as informações para as cidadãs e os cidadãos. Somado a isso, este lugar discursivo foi predominantemente o masculino, pois observamos em todas as peças a presença masculina em lugar de destaque, representando a instituição. Cabia a esse corpo e a essa voz masculinas exercerem o papel de informar e dizer às pessoas o que deveriam fazer. Também foi perceptível que, embora os conceitos-chaves das campanhas tenham sido: a participação de todos, Guerra de todos ou um problema de todos, notamos nas peças analisadas, que coube às pessoas que aparentavam menor poder aquisitivo a tarefaefetiva de empreender ações para eliminar os focos da doença. Nossa visada teórica partiu do princípio de que a comunicação é um processo dialógico e relacional. Entendemos, assim, o ser humano enquanto uma atriz ou um ator social, responsável por suas ações e não um ser que simplesmente reage a estímulos ou motivações.This research aims to analyze the advertising campaign of the State Department of Health of Minas Gerais (SES-MG) focusing on the fight against dengue, aired on television, and to understand the notion of social mobilization used as a discursive strategy on the object. The dengue study is presented as a matter of social communication, because the fight against the disease requires the involvement of people, since the mosquitos outbreaks typically lie within the domestic environment. In this sense, communication is seen as an relevant method to raise awareness and mobilize every citizen. Our corpus for analysis were the spots of the advertising campaign against dengue disease, aired on broadcast TV. We analyzed at eight spots, wherein seven were 30 seconds long and one a minute long and our time frame focuses on the period from 2010 to 2014. These pieces were analyzed from the perspective of the new discourse analysis proposed by Charaudeau (1996), which considers the speeches as something that results from a two-way and non-deterministic articulation, between situational and linguistic plans. Some of the results were the direct or indirect presence of warm discourse since the secretariat advocated the argument that the dengue mosquito was a common enemy to "all" and was of common interest to end the disease. The state has held a place of centralized and educational talks, leaving him to convey the information to the citizens. Added to this, this discursive place was predominantly male, as observed in all parts the male presence, representing the institution. It was for this body and this voice male exercising the role of informing and telling people what they should do. It was also noticeable that while the campaigns key concepts have been: "the participation of all," "War of all" or a "problem of all," we note in the analyzed pieces, which fit people who appeared less affluent effective task to undertake actions to eliminate the outbreaks. Furthermore, our theoretical approach assumed that communication is a dialogical and relational process. We therefore consider the individual as a social actor or a social actress, responsible for their actions and not a being that just react to stimuli or motivations.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGSaúde públicaDengueComunicaçãoSaude na comunicação de massaPublicidade de interesse públicoMobilização socialComunicação públicaDengueComunicação e saúdeAcabar com a dengue é uma guerra de todos?: a presença do discurso mobilizador nas campanhas publicitárias de prevenção à dengue da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Geraisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_vers_ofinal_posbanca_11_04_16.pdfapplication/pdf3097352https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AAFG82/1/disserta__o_vers_ofinal_posbanca_11_04_16.pdff744fc5a0a560edda85b38715fe78179MD51TEXTdisserta__o_vers_ofinal_posbanca_11_04_16.pdf.txtdisserta__o_vers_ofinal_posbanca_11_04_16.pdf.txtExtracted texttext/plain286108https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-AAFG82/2/disserta__o_vers_ofinal_posbanca_11_04_16.pdf.txtc1dd6975c3fcbb2da6c1db0507370ff4MD521843/BUBD-AAFG822019-11-14 14:11:01.458oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-AAFG82Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T17:11:01Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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