A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/30891 https://orcid.org/0000-0003-4411-7115?lang=en |
Resumo: | O debate que o diálogo Fedro instaura sobre a escrita e a dialética, além de manter viva uma discussão de grande importância para a filosofia contemporânea – os limites e as possibilidades da relação entre filosofia e linguagem – é também objeto de uma reflexão que não demonstra perda de vitalidade entre estudiosos de Platão. Afinal, na perspectiva da filosofia platônica, seria o escrever inimigo do pensar? Poderíamos afirmar, por intermédio da crítica que emerge na primeira camada de significação do mito de Theuth (Phdr. 274b-278b), que existe aí uma contraposição forte entre duas dimensões da linguagem – a dimensão da oralidade e a da escrita – e, por conseguinte, a eleição inequívoca da primeira, como o modo adequado à expressão dialética? Procurando contribuir para esse debate, iluminando, particularmente, as possíveis convergências e dissidências entre o universo das letras e da dialética no âmbito da obra de Platão, especialmente a partir do Fedro, esta tese pretende colaborar, lato sensu, para o debate sobre os limites e as possibilidades da linguagem para a expressão do pensamento filosófico. Stricto sensu, destacam-se, como objetivos: 1) reavaliar o problema da escrita em Platão, tendo por base as reflexões contidas especialmente no Fedro, relacionando-as à pluralidade de temas com os quais mantêm relação no âmbito do próprio diálogo (a retórica, a dialética, a memória, a psykhé, éros etc.); 2) em relação de contiguidade com o item anterior, observar em que medida as reflexões em torno das letras (γράμματα) e da escrita (γραφή) podem ser compreendidas a partir das noções de imagem (εἴδωλον) e paradigma (παράδειγμα) e como elas colaboram para a formulação da noção de dialética (διαλεκτική). A nossa hipótese é que a escrita não somente assoma no Fedro como um reflexo do debate histórico em curso em Atenas a partir de meados do século V a.C., em relação ao qual Sócrates teria apresentado uma velada censura, mas configura também, para Platão, um tema de caráter filosófico. Queremos mostrar que, ao longo do diálogo, enquanto se busca responder às perguntas: a escrita pode ser bela? Se sim, em que condições?, vai-se também além de uma resposta que estaria, digamos, no limite de uma “ética do escrever” para o filósofo. Assim, os recursos próprios do universo da escrita – as letras – são também tomados como elementos através dos quais se formula e se pode compreender filosoficamente a noção de dialética associada à divisão (διαίρεσις) e reunião (συναγωγή), de modo que as letras e a escrita se tornam no texto platônico não somente imagens, mas também paradigmas para a determinação do pensar filosófico. |
id |
UFMG_d496750fb4177b4113ed8d9cd924060b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/30891 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Marcelo Pimenta Marqueshttp://lattes.cnpq.br/6488195444323214Miriam Campolina Diniz Peixotohttp://lattes.cnpq.br/4876806532896462Jacyntho José Lins BrandãoMaria Cecília Leonel Gomes dos ReisFernando Décio Porto MunizFernando Rey Puentehttp://lattes.cnpq.br/5854856000021815Fabio da Silva Fortes2019-11-08T14:50:14Z2019-11-08T14:50:14Z2019-08-19http://hdl.handle.net/1843/30891https://orcid.org/0000-0003-4411-7115?lang=enO debate que o diálogo Fedro instaura sobre a escrita e a dialética, além de manter viva uma discussão de grande importância para a filosofia contemporânea – os limites e as possibilidades da relação entre filosofia e linguagem – é também objeto de uma reflexão que não demonstra perda de vitalidade entre estudiosos de Platão. Afinal, na perspectiva da filosofia platônica, seria o escrever inimigo do pensar? Poderíamos afirmar, por intermédio da crítica que emerge na primeira camada de significação do mito de Theuth (Phdr. 274b-278b), que existe aí uma contraposição forte entre duas dimensões da linguagem – a dimensão da oralidade e a da escrita – e, por conseguinte, a eleição inequívoca da primeira, como o modo adequado à expressão dialética? Procurando contribuir para esse debate, iluminando, particularmente, as possíveis convergências e dissidências entre o universo das letras e da dialética no âmbito da obra de Platão, especialmente a partir do Fedro, esta tese pretende colaborar, lato sensu, para o debate sobre os limites e as possibilidades da linguagem para a expressão do pensamento filosófico. Stricto sensu, destacam-se, como objetivos: 1) reavaliar o problema da escrita em Platão, tendo por base as reflexões contidas especialmente no Fedro, relacionando-as à pluralidade de temas com os quais mantêm relação no âmbito do próprio diálogo (a retórica, a dialética, a memória, a psykhé, éros etc.); 2) em relação de contiguidade com o item anterior, observar em que medida as reflexões em torno das letras (γράμματα) e da escrita (γραφή) podem ser compreendidas a partir das noções de imagem (εἴδωλον) e paradigma (παράδειγμα) e como elas colaboram para a formulação da noção de dialética (διαλεκτική). A nossa hipótese é que a escrita não somente assoma no Fedro como um reflexo do debate histórico em curso em Atenas a partir de meados do século V a.C., em relação ao qual Sócrates teria apresentado uma velada censura, mas configura também, para Platão, um tema de caráter filosófico. Queremos mostrar que, ao longo do diálogo, enquanto se busca responder às perguntas: a escrita pode ser bela? Se sim, em que condições?, vai-se também além de uma resposta que estaria, digamos, no limite de uma “ética do escrever” para o filósofo. Assim, os recursos próprios do universo da escrita – as letras – são também tomados como elementos através dos quais se formula e se pode compreender filosoficamente a noção de dialética associada à divisão (διαίρεσις) e reunião (συναγωγή), de modo que as letras e a escrita se tornam no texto platônico não somente imagens, mas também paradigmas para a determinação do pensar filosófico.The debate about writing and dialectics raised in the dialogue Phaedrus, besides keeping alive a discussion of utmost importance for contemporary philosophy – the limits and possibilities of the relation between philosophy and language – is also the object of a reflection that does not show loss of vitality among Plato's scholars. After all, in the perspective of Platonic philosophy, would writing be adversary to thinking? Should we sustain, by reading the criticism that emerges in the first layer of signification of the myth of Theuth (Phdr. 274b-278b), that there is a strong contrast between two dimensions of language - the dimension of orality and writing - and, therefore, the unequivocal election of the former as the proper mode for dialectical expression? In order to contribute to this debate, by illuminating particularly the possible convergences and dissidences between the universe of letters and the dialectics in the context of Plato's work, especially within the Phaedrus, this doctoral dissertation aims at contributing, broadly speaking, to the debate on the limits and the possibilities of written language for the expression of philosophical thought. Strictly speaking, the objectives are: 1) to re-evaluate the problem of writing in Plato, based on the reflections contained especially in the Phaedrus, relating them to the plurality of subjects with which they have a relationship within the framework of the dialogue itself (rhetoric , dialectics, memory, psykhé, éros etc.); 2) in relation to the previous item, we aim at observing at what extent the reflections on the letters (γράμματα) and writing (γραφή) can be understood from the notions of image (εἴδωλον) and paradigm (παράδειγμα) and how they collaborate for the formulation of the notion of dialectic (διαλεκτική). Our hypothesis is that not only does writing appear in the Phaedrus as a consequence of the historical debate underway in Athens by the middle of the fifth century BC, on which Socrates would have presented a veiled disapproval, but also it does configure for Plato a theme of philosophical interest. We intend to show that, throughout the dialogue, while trying to answer the questions: can writing be beautiful? If so, in what conditions? There is also an answer that would go beyond a “ethics of writing” for the philosopher. Thus the own resources of the universe of writing – the letters – are also taken as elements through which the notion of dialectic associated with division (διαίρεσις) and reunion (συναγωγή) is formulated and can be understood philosophically, so that letters and writing becomes in the Platonic text not only images, but also paradigms for the determination of philosophical thinking.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUFMGBrasilFAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIAFilosofiaDialéticaPlatãoFedroEscritaA dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de PlatãoThe dialectics and the letters: images and paradigms of thinking in Plato's Phaedrusinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTESE VERSÃO FINAL 1.pdfTESE VERSÃO FINAL 1.pdfFORTES, Fabio. Teseapplication/pdf4052578https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30891/1/TESE%20VERSA%cc%83O%20FINAL%201.pdfc2b27437d655b764efc2267ce12c57e6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82119https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30891/2/license.txt34badce4be7e31e3adb4575ae96af679MD52TEXTTESE VERSÃO FINAL 1.pdf.txtTESE VERSÃO FINAL 1.pdf.txtExtracted texttext/plain1301859https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30891/3/TESE%20VERSA%cc%83O%20FINAL%201.pdf.txt1141d990f52a046f54516b074fb0fb96MD531843/308912019-11-14 13:04:05.577oai:repositorio.ufmg.br:1843/30891TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KCg==Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T16:04:05Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
The dialectics and the letters: images and paradigms of thinking in Plato's Phaedrus |
title |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão |
spellingShingle |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão Fabio da Silva Fortes Platão Fedro Escrita Filosofia Dialética |
title_short |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão |
title_full |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão |
title_fullStr |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão |
title_full_unstemmed |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão |
title_sort |
A dialética e as letras : imagens e paradigmas do pensar no Fedro de Platão |
author |
Fabio da Silva Fortes |
author_facet |
Fabio da Silva Fortes |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Marcelo Pimenta Marques |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/6488195444323214 |
dc.contributor.advisor2.fl_str_mv |
Miriam Campolina Diniz Peixoto |
dc.contributor.advisor2Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/4876806532896462 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Jacyntho José Lins Brandão |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Maria Cecília Leonel Gomes dos Reis |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Fernando Décio Porto Muniz |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Fernando Rey Puente |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/5854856000021815 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Fabio da Silva Fortes |
contributor_str_mv |
Marcelo Pimenta Marques Miriam Campolina Diniz Peixoto Jacyntho José Lins Brandão Maria Cecília Leonel Gomes dos Reis Fernando Décio Porto Muniz Fernando Rey Puente |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Platão Fedro Escrita |
topic |
Platão Fedro Escrita Filosofia Dialética |
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv |
Filosofia Dialética |
description |
O debate que o diálogo Fedro instaura sobre a escrita e a dialética, além de manter viva uma discussão de grande importância para a filosofia contemporânea – os limites e as possibilidades da relação entre filosofia e linguagem – é também objeto de uma reflexão que não demonstra perda de vitalidade entre estudiosos de Platão. Afinal, na perspectiva da filosofia platônica, seria o escrever inimigo do pensar? Poderíamos afirmar, por intermédio da crítica que emerge na primeira camada de significação do mito de Theuth (Phdr. 274b-278b), que existe aí uma contraposição forte entre duas dimensões da linguagem – a dimensão da oralidade e a da escrita – e, por conseguinte, a eleição inequívoca da primeira, como o modo adequado à expressão dialética? Procurando contribuir para esse debate, iluminando, particularmente, as possíveis convergências e dissidências entre o universo das letras e da dialética no âmbito da obra de Platão, especialmente a partir do Fedro, esta tese pretende colaborar, lato sensu, para o debate sobre os limites e as possibilidades da linguagem para a expressão do pensamento filosófico. Stricto sensu, destacam-se, como objetivos: 1) reavaliar o problema da escrita em Platão, tendo por base as reflexões contidas especialmente no Fedro, relacionando-as à pluralidade de temas com os quais mantêm relação no âmbito do próprio diálogo (a retórica, a dialética, a memória, a psykhé, éros etc.); 2) em relação de contiguidade com o item anterior, observar em que medida as reflexões em torno das letras (γράμματα) e da escrita (γραφή) podem ser compreendidas a partir das noções de imagem (εἴδωλον) e paradigma (παράδειγμα) e como elas colaboram para a formulação da noção de dialética (διαλεκτική). A nossa hipótese é que a escrita não somente assoma no Fedro como um reflexo do debate histórico em curso em Atenas a partir de meados do século V a.C., em relação ao qual Sócrates teria apresentado uma velada censura, mas configura também, para Platão, um tema de caráter filosófico. Queremos mostrar que, ao longo do diálogo, enquanto se busca responder às perguntas: a escrita pode ser bela? Se sim, em que condições?, vai-se também além de uma resposta que estaria, digamos, no limite de uma “ética do escrever” para o filósofo. Assim, os recursos próprios do universo da escrita – as letras – são também tomados como elementos através dos quais se formula e se pode compreender filosoficamente a noção de dialética associada à divisão (διαίρεσις) e reunião (συναγωγή), de modo que as letras e a escrita se tornam no texto platônico não somente imagens, mas também paradigmas para a determinação do pensar filosófico. |
publishDate |
2019 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2019-11-08T14:50:14Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2019-11-08T14:50:14Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2019-08-19 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/30891 |
dc.identifier.orcid.pt_BR.fl_str_mv |
https://orcid.org/0000-0003-4411-7115?lang=en |
url |
http://hdl.handle.net/1843/30891 https://orcid.org/0000-0003-4411-7115?lang=en |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30891/1/TESE%20VERSA%cc%83O%20FINAL%201.pdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30891/2/license.txt https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/30891/3/TESE%20VERSA%cc%83O%20FINAL%201.pdf.txt |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
c2b27437d655b764efc2267ce12c57e6 34badce4be7e31e3adb4575ae96af679 1141d990f52a046f54516b074fb0fb96 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1803589374030381056 |