Detalhes bibliográficos
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
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institution Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
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spelling Sonia Maria de Oliveira PimentaZaira Bomfante dos SantosClaudio Marcio do CarmoReinildes DiasClarice Lage Gualberto de AbreuDenise Giarola Maia2019-08-13T22:38:03Z2019-08-13T22:38:03Z2018-10-09http://hdl.handle.net/1843/LETR-B6FH43A síndrome de Down é descrita como uma alteração genética provocada pela presença de um cromossomo a mais nas células do organismo de uma pessoa, fazendo com que ela apresente uma deficiência intelectual. Dentro do nosso sistema de conhecimento e crenças, a pessoa com Down é geralmente identificada como anormal, incapaz, dependente ou doente, em decorrência de possuir um corpo diferente e deficiente, sendo essa deficiência algo indesejável e que causa uma desordem na segurança ontológica (LE BRETON, [1953] 2007; DINIZ, 2007). Essas formas de representação e de identificação da pessoa com Down estão inscritas em um discurso biomédico e são engendradas a partir de um conceito de normalidade. Elas sustentam uma matriz hegemônica, no qual apenas o corpo sem deficiência estaria apto a trabalhar, a estudar, entre outras funções. Isso implica relaçõesdesiguais de poder capazes de provocar a exclusão da pessoa com Down da sociedade. No entanto, atualmente, há instituições e movimentos envolvidos na luta pela inclusão e garantia dos direitos dessas pessoas. Além disso, a mídia, de modo particular as emissoras de televisão, tem dado visibilidade ao corpo deficiente, através da transmissão de comerciais e campanhas de mobilização social, como também na sua programação jornalística e de entretenimento. A síndrome de Down configura-se, então, como um problema sociocultural, que pode ser problematizado pela via do discurso, já que se materializa nele; tornando-se problema social parcialmente discursivo (FAIRCLOUGH, 1992, 2003; CHOULIARAKI e FAIRCLOUGH, 1999). Nesta presente pesquisa, pretendemos investigar as formas de comunicação e de representação utilizadas para construir significados identitários da pessoa com Down nos comerciais da campanha Ser diferente é normal? do Instituto MetaSocial e na série de reportagens do quadro Qual é a diferença? do Fantástico, já que ambas as produções audiovisuais teriam o intuito de conscientizar a sociedade e trazer um outro olhar sobre a diferença e a identidade da pessoa com Down. Desse modo, norteamos nosso estudo pelo seguinte problema geral: quais são as motivações políticas e ideológicas subjacentes ao significado dos recursos semióticos utilizados para a representação acerca da identidade da pessoa com Down? Para isso, fizemos a desfragmentação do material tele-fílmico, organizando-o em imagens estáticas (frames), segundo a continuidade espaço-temporal da cena (IEDEMA, 2011); e, em seguida, analisamos os modos contributivos do modo cinecônico da imagem em movimento (BURN, 2013), isto é, essas imagens foram analisadas quanto aos seus significados representacionais, interacionais e composicionais (KRESS e VAN LEEUWEN, 2006). Simultaneamente, realizamos a análise do significado identificacional referente ao componente verbal (FAIRCLOUGH, 2003) e a análise crítica da música (VAN LEEUWEN, 2012). O discurso apresentado na campanha e na série, apesar deaparentemente negar a visão hegemônica do corpo normal e trazer um discurso positivo de inclusão, de respeito à pessoa com Down e de garantia do direito à diferença; esse é atravessado por uma noção de normalidade e por valores como o de independência e produtividade, sem que esses sejam questionados. Além disso, nota-se, nesse discurso ideológico, uma dissimulação (THOMPSON, [1990] 2011) que opera de forma a silenciar outras realidades e vivências da síndrome de Down, contribuindo para a existência de uma nova dicotomia (SILVA, 2012): da pessoa com Down normal incluída e da pessoa com Downanormal excluída.Downs syndrome is described as a genetic disorder caused by the presence of an extra chromosome in the cells of a person's body, causing an intellectual disability. Within our system of knowledge and belief, the person with Down is generally identified as "abnormal,""incapable," "dependent", "sick," and so on, as a result of having a different and deficient body, being this deficiency something undesirable that causes a disorder in ontological security (LE BRETON,[1953] 2007; DINIZ, 2007). These forms of representation and identification of the person with Down are inscribed in a biomedical discourse andengendered from a concept of "normality". They support a hegemonic matrix, in which only the non-disabled body would be able to work, to study, among others. Then, this implies in unequal relations of power capable to provoke exclusion of the person with Down from thesociety. However, nowadays there are institutions and movements involved in the struggle for inclusion of these people in order to guarantee their rights. In addition, the media, particularly television, has given visibility to the deficient body through the broadcasting of commercialsand social mobilization campaigns, as well as in its journalistic and entertainment programming. Down's syndrome is therefore a sociocultural problem, which can be problematized by the discourse, in which this syndrome is materialized; becoming a social problem partially discursive (FAIRCLOUGH, [1992] 2001, [2003] 2004; CHOULIARAKI eFAIRCLOUGH, [1999] 2001). In this present research, we aimed to investigate the forms of communication and representation used to construct the identity meanings of the person with Down in commercials of Ser diferente é normal campaign by Instituto MetaSocial and inthe series of reports Qual é a diferença? by Fantástico. These both audiovisual productions would have been produced to raise awareness of society and to bring another view at the difference and identity of person with Down. In this way, we guided our study by the following general problem: what are the political and ideological motivations underlying themeaning of the semiotic resources used to represent the identity of the person with Down? For doing this, we did the defragmentation of the tele-film material, organizing it into static images (frames), according to the space-time continuity of the scene (IEDEMA, 2011).Then,we analyzed the contributory modes of the kineikonic mode of moving image (BURN, 2013); it means that we analyzed these images concerning their representational, interactional, and compositional meanings (KRESS e VAN LEEUWEN, 1996, 2006). Simultaneously, we did the analysis of the identificational meaning referring to the verbal component (FAIRCLOUGH, 2003) and critical analysis of music (VAN LEEUWEN, 2012). The discourse presented in the campaign and in the series, despite seemingly denying the hegemonic vision of the "normal" body and bringing a positive discourse of inclusion, respect for the person with Down and defense of the right to difference; it is crossed by a notion of normality and values such as independence and productivity, without being questioned. Moreover, in this ideological discourse, there is a dissimulation (THOMPSON, [1990] 2011) that works to silence other realities and experiences of Down's syndrome, contributing to theexistence of a new dichotomy (SILVA, 2012): the normal and included person with Down and the abnormal and segregated person with Down.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGAnálise do discursoDown, Síndrome deIdentidade socialidentidadeDiferençaSíndrome de Downcorpo com deficiênciaDiscursoDiferença e identidade: análise discursiva critica e semiótica social da campanha Ser Diferente é normal e da série Qual é a diferença? Sobre a síndrome de Down.info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1840d.pdfapplication/pdf51645043https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B6FH43/1/1840d.pdf3cef583f8baf9cc0adcf33d17949491bMD51TEXT1840d.pdf.txt1840d.pdf.txtExtracted texttext/plain721287https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-B6FH43/2/1840d.pdf.txtc9195281585de1003b75bfafbbfee327MD521843/LETR-B6FH432019-11-14 12:47:13.928oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-B6FH43Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:47:13Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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