O trabalho prescrito e real do agente comunitário de saúde na estratégia de saúde da família.

• Autor(a) principal: Lívia Napoli Afonso
• Data de Publicação: 2017
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/ANDO-AP7NU4
• topic: Trabalho; Enfermagem; Estratégia de saúde da; Família; Agente comunitário de saúde; Trabalho; Promoção da Saúde; Estratégia Saúde da Família; Agentes Comunitários de Saúde; Enfermagem; Pesquisa Qualitativa

Com o estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), as práticas de saúde passaram a priorizar ações de promoção à saúde e prevenção de doenças e seus agravos. Neste contexto, o Agente Comunitário de (ACS) é um importante ator para a consolidação destaspráticas. O trabalho do ACS, desde a implantação do SUS, foi marcado pela amplianção dos espaços de atuação e de saberes. Este trabalho é prescrito por Leis, Portarias, e Manuais do Ministerio da Saúde, sendo vivenciado no contexto real de acordo com as demandas e exigências do cenário da prática profissional. Objetivo: compreender o trabalho do ACS na Estratégia de Saúde da Família (ESF), considerando as dimensões prescrita e real. Metodologia: trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa realizado na Atenção Primária a Saúde (APS) no Município de Belo Horizonte. O estudo foi realizado em três etapas. Na primeira etapa, a Pesquisa Documental, foram utilizados documentos de cunho Legislativo Leis, Portarias e Decretos a cartilha do Programa do Agente Comunitário de Saúde (PACS) e o Manual de Trabalho do ACS desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Aanálise documental possibilitou a capitação do trabalho prescrito do ACS. Na segunda etapa, entrevistas com questionário semiestruturada com Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem e Médicos que atuam na ESF. A análise das entrevistas possibilitou a capitação do trabalho realdo ACS sob a ótica da equipe da ESF. Participaram desta etapa vinte e sete profissionais. Na terceira etapa, Grupo Focal (GF), foi realizado com ACS que atuam na ESF. Foram realizados quatro GF com média de nove participantes por grupo, totalizando trinta e cinco participantes. As entrevistas, realizadas com a equipe de saúde da ESF e os GF, com os ACS, foram gravados e transcritas na íntegra para análise e interpretação dos dados. Na análise dos dados foi utilizada a Análise de Temática de Conteúdo com auxílio do Softwer ATLAS ti. 7.0 paraorganização dos dados. Todos os aspectos éticos foram respeitados de acordo com a Resolução 466/2012 sob o parecer nº 49765715.8.0000.5149. Resultados: foi possível identificar que o trabalho prescrito para o ACS perpassa por ações e promoção à saúde e prevenção de doenças e seus agravos a serem dispensadas a um determinado segmento populacional. O trabalho do ACS é considerado pela equipe de saúde da ESF como um fator primordial para a consolidação da ESF. O trabalho realizado por este agente é capaz demodificar a prática de trabalho da equipe de saúde, distanciando-os da prática centrada no modelo biomédico. O ACS vivencia uma dualidade no modo-de-ser na ESF. No modo-de-sercuidado, o ACS atua na relação sujeito-sujeito, o que ascende significados e símbolos na vidadeste agente. No modo-de-ser-cuidado-dominação, o ACS atua na relação sujeito-objeto, fazendo com que questões objetivas e prescritivas de trabalho dominem este agente na ESF. A falta infraestrutura, recursos materiais e humanos dificultam a concretização do trabalho do ACS. O modo de produção de cuidado centrado no modelo capitalista, o a avanço das tecnologias de trabalho, o despreparo desse profissional diante de algumas atividades sãoconsiderada um desencadeador de vivencias e angustia e sofrimento moral no trabalho do ACS na ESF. Considerações Finais: a compreensão das dimensões prescrita e real do trabalho do ACS proporcionou reflexões sobre o modo como esses profissionais vivenciam o trabalho, atribuindo sentidos e significados ao seu modo de produção.