Heterogeneidade na transição para a vida adulta no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matheus Menezes dos Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/FACE-BAEQSJ
Resumo: A transição para a vida adulta é um tema que ganhou relevância como tema de estudo nas ciências sociais a partir de meados no século 20 em resposta, principalmente, às intensas transformações pelas quais passou o processo de formação de famílias (Hogan e Astone, 1986). O momento da passagem para a vida adulta é fortemente determinado por fatores culturais, institucionais, socioeconômicos e demográficos. Sendo assim, diferentes grupos sociais, inseridos em diferentes contextos sociais, transitam para a vida adulta em momentos diferentes? Como a transição difere entre esses grupos? Responder a estas perguntas é o objetivo central desta dissertação. Partindo do arcabouço teórico apresentado por Modell, Furstenberg e Hershberg (1976), que delimita o começo da vida adulta quando o indivíduo passa por eventos que o levam a assumir papeis que a sociedade interpreta como característicos de adultos (entrada no mercado de trabalho, casamento, paternidade/maternidade e saída de casa), esta dissertação procura quantificar o peso de cada um destes eventos no diferencial da idade média à transição para a vida adulta. As idades médias à transição foram estimadas para homens e mulheres em 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 e para homens e mulheres de baixa, média e alta escolaridade em 2010 aplicando as metodologias de Singulate Mean Age at First Marriage e Tabela de Vida com os microdados dos Censos Demográficos brasileiros. A decomposição do diferencial de idade média é feita seguindo a metodologia e Arriaga (1984). Os resultados mostram que houve uma convergência da idade média e do padrão da transição de homens e mulheres para a vida adulta no Brasil, e que isto se deve à maior proporção de mulheres transitando via entrada no mercado de trabalho em detrimento de eventos ligados à formação de família. Na comparação entre grupos educacionais, os resultados mostram que o padrão de transição de homens e mulheres é mais semelhante entre o grupo de maior escolaridade: mais tardia e fortemente determinada pela entrada no mercado de trabalho. Nos grupos de menor escolaridade, a transição se mostrou mais precoce e mais fortemente determinada por formação da primeira união e, principalmente, nascimento do primeiro filho, resultado que reflete a alta incidência da fecundidade adolescente no Brasil.
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Partindo do arcabouço teórico apresentado por Modell, Furstenberg e Hershberg (1976), que delimita o começo da vida adulta quando o indivíduo passa por eventos que o levam a assumir papeis que a sociedade interpreta como característicos de adultos (entrada no mercado de trabalho, casamento, paternidade/maternidade e saída de casa), esta dissertação procura quantificar o peso de cada um destes eventos no diferencial da idade média à transição para a vida adulta. As idades médias à transição foram estimadas para homens e mulheres em 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 e para homens e mulheres de baixa, média e alta escolaridade em 2010 aplicando as metodologias de Singulate Mean Age at First Marriage e Tabela de Vida com os microdados dos Censos Demográficos brasileiros. A decomposição do diferencial de idade média é feita seguindo a metodologia e Arriaga (1984). Os resultados mostram que houve uma convergência da idade média e do padrão da transição de homens e mulheres para a vida adulta no Brasil, e que isto se deve à maior proporção de mulheres transitando via entrada no mercado de trabalho em detrimento de eventos ligados à formação de família. Na comparação entre grupos educacionais, os resultados mostram que o padrão de transição de homens e mulheres é mais semelhante entre o grupo de maior escolaridade: mais tardia e fortemente determinada pela entrada no mercado de trabalho. Nos grupos de menor escolaridade, a transição se mostrou mais precoce e mais fortemente determinada por formação da primeira união e, principalmente, nascimento do primeiro filho, resultado que reflete a alta incidência da fecundidade adolescente no Brasil.The transition to adulthood is an issue that has gained relevance as a research theme in the social sciences since the middle of the 20th century in response, mainly, to the profound transformations through which the family formation dynamics went through (Hogan e Astone, 1986). The timing of transition to adulthood is strongly determined by cultural, institutional, socioeconomic and demographic factors. Then, do different social groups, inserted in different social contexts, transits to adulthood at different timings? How does the transition differ between these groups? Answering these questions is the central objective of this dissertation. Starting from the theoretical framework presented by Modell, Furstenberg and Hershberg (1976), which delimits the beginning of adulthood as the moment when the individual goes through events that take him to assume roles interpreted by society as characteristic of adults (entry into the labor market, marriage, paternity/maternity and leaving home), this dissertation tries to quantify the weight of each of these events in the differential of the mean age to the transition to adulthood. The mean ages at transition were estimated for men and women in 1970, 1980, 1991, 2000 and 2010 and men and women of low, medium and high schooling in 2010 applying the Singular Mean Age at First Marriage method and Life Table method from the microdata of the Brazilian Census. The decomposition of the mean age differential is done following the methodology proposed by Arriaga (1984). The results show that there was a convergence of the mean age and the transition pattern of men and women to adulthood in Brazil and that this is due to the higher proportion of women transiting through entering the labor market instead of through family formation events. In the comparison between educational groups, the results show that the transition pattern of men and women is more similar among the group of higher education: older and strongly determined by entering the labor market. In the less educated groups, the transition was younger and more strongly determined by the formation of the first union and, mainly, the birth of the first child, a result that reflects the high incidence of adolescent fertility in Brazil.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFamília e trabalhoDemografiaMercado de trabalhoDecomposição de diferenciais de expectativa de vidaTransição para a vida adultaEntrada no mercado de trabalhoFormação da primeira uniãoNascimento do primeiro filhoHeterogeneidade na transição para a vida adulta no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o___matheus_menezes_dos_santos.pdfapplication/pdf2546177https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-BAEQSJ/1/disserta__o___matheus_menezes_dos_santos.pdf4f3e641873c549288a0aa04fe1988e06MD51TEXTdisserta__o___matheus_menezes_dos_santos.pdf.txtdisserta__o___matheus_menezes_dos_santos.pdf.txtExtracted texttext/plain213028https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/FACE-BAEQSJ/2/disserta__o___matheus_menezes_dos_santos.pdf.txt071b7149b8445a4e486d924b0bc1907eMD521843/FACE-BAEQSJ2019-11-14 09:24:42.931oai:repositorio.ufmg.br:1843/FACE-BAEQSJRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:24:42Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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