Construção e avaliação de proteínas quiméricas para o diagnóstico sorológico da hanseníase
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2024 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFMG |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/1843/70544 |
Resumo: | O diagnóstico precoce da hanseníase é importante para prevenir incapacidades e interromper a cadeia de transmissão. Contudo, até o momento, nenhum teste laboratorial se mostrou suficiente para diagnosticar a doença, principalmente, as formas paucibacilares, nas quais se observa menor carga bacilar, o que contribui para o atraso no diagnóstico. O presente estudo teve como objetivo avaliar a antigenicidade de duas proteínas quiméricas inéditas e testar sua aplicabilidade no diagnóstico sorológico da hanseníase. As quimeras, denominadas M1 e M2, foram desenhadas por programas de bioinformática a partir de epítopos de linfócitos B presentes em proteínas específicas do Mycobacterium leprae, e seus genes foram sintetizados. As proteínas foram expressas em bactérias Escherichia coli Artic Express e purificadas por cromatografia de afinidade. O desempenho das proteínas para o sorodiagnóstico da hanseníase foi avaliado por ensaios de ELISA utilizando amostras de soro de 41 casos novos de hanseníase, 64 controles sem comorbidades conhecidas e de 118 pacientes com outras doenças infecciosas. A proteína M1 apresentou sensibilidade de 100% para o diagnóstico das formas clínicas paucibacilares (PB) e multibacilares (MB) em uma população sem doenças conhecidas. Na comparação entre os resultados dos casos de hanseníase e dos pacientes com outras doenças, a M1 apresentou sensibilidade de 92.0% para diagnóstico de casos MB e 75.0% para detecção dos casos PB. A proteína M2 apresentou sensibilidade de 80.0% para diagnóstico de casos MB e 75.0% para diagnóstico de casos PB, em uma população sem doenças conhecidas. Na comparação entre os resultados dos casos de hanseníase e dos pacientes com outras doenças, a M2 apresentou sensibilidade de 80.0% para diagnóstico de casos MB e de 62.5% para detecção de casos PB. As duas quimeras apresentaram especificidade de 98.4% para diagnóstico de hanseníase em população saudável. A especificidade foi de 99.2% na comparação entre os resultados dos casos de hanseníase e dos pacientes com outras doenças. O estudo também avaliou amostras de soro de 118 contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase. As taxas de soropositividade foram maiores nos contatos de hanseníase do que nos controles sem comorbidades ou com outras doenças infecciosas. De forma geral, as quimeras M1 e M2 apresentaram elevada sensibilidade e especificidade para diagnóstico dos casos MB e PB, demonstrando que as mesmas são antígenos promissores para o sorodiagnóstico de hanseníase. Destaca-se ainda a elevada sensibilidade da quimera M1 para a detecção de casos PB. Dessa forma, as proteínas M1 e M2 poderiam ser consideradas como candidatas a estudos futuros para o diagnóstico da hanseníase, contribuindo para detecção e tratamento mais precoce, redução da transmissão e prevenção de incapacidades. |
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Construção e avaliação de proteínas quiméricas para o diagnóstico sorológico da hanseníaseHanseníaseDiagnósticoSorologiaEnsaio de imunoadsorção enzimáticaProteínas recombinantes de fusãoHanseníaseDiagnósticoSorologiaEnsaio de Imunoadsorção EnzimáticaProteínas Recombinantes de FusãoO diagnóstico precoce da hanseníase é importante para prevenir incapacidades e interromper a cadeia de transmissão. Contudo, até o momento, nenhum teste laboratorial se mostrou suficiente para diagnosticar a doença, principalmente, as formas paucibacilares, nas quais se observa menor carga bacilar, o que contribui para o atraso no diagnóstico. O presente estudo teve como objetivo avaliar a antigenicidade de duas proteínas quiméricas inéditas e testar sua aplicabilidade no diagnóstico sorológico da hanseníase. As quimeras, denominadas M1 e M2, foram desenhadas por programas de bioinformática a partir de epítopos de linfócitos B presentes em proteínas específicas do Mycobacterium leprae, e seus genes foram sintetizados. As proteínas foram expressas em bactérias Escherichia coli Artic Express e purificadas por cromatografia de afinidade. O desempenho das proteínas para o sorodiagnóstico da hanseníase foi avaliado por ensaios de ELISA utilizando amostras de soro de 41 casos novos de hanseníase, 64 controles sem comorbidades conhecidas e de 118 pacientes com outras doenças infecciosas. A proteína M1 apresentou sensibilidade de 100% para o diagnóstico das formas clínicas paucibacilares (PB) e multibacilares (MB) em uma população sem doenças conhecidas. Na comparação entre os resultados dos casos de hanseníase e dos pacientes com outras doenças, a M1 apresentou sensibilidade de 92.0% para diagnóstico de casos MB e 75.0% para detecção dos casos PB. A proteína M2 apresentou sensibilidade de 80.0% para diagnóstico de casos MB e 75.0% para diagnóstico de casos PB, em uma população sem doenças conhecidas. Na comparação entre os resultados dos casos de hanseníase e dos pacientes com outras doenças, a M2 apresentou sensibilidade de 80.0% para diagnóstico de casos MB e de 62.5% para detecção de casos PB. As duas quimeras apresentaram especificidade de 98.4% para diagnóstico de hanseníase em população saudável. A especificidade foi de 99.2% na comparação entre os resultados dos casos de hanseníase e dos pacientes com outras doenças. O estudo também avaliou amostras de soro de 118 contatos intradomiciliares de pacientes com hanseníase. As taxas de soropositividade foram maiores nos contatos de hanseníase do que nos controles sem comorbidades ou com outras doenças infecciosas. De forma geral, as quimeras M1 e M2 apresentaram elevada sensibilidade e especificidade para diagnóstico dos casos MB e PB, demonstrando que as mesmas são antígenos promissores para o sorodiagnóstico de hanseníase. Destaca-se ainda a elevada sensibilidade da quimera M1 para a detecção de casos PB. Dessa forma, as proteínas M1 e M2 poderiam ser consideradas como candidatas a estudos futuros para o diagnóstico da hanseníase, contribuindo para detecção e tratamento mais precoce, redução da transmissão e prevenção de incapacidades.Universidade Federal de Minas GeraisBrasilMEDICINA - FACULDADE DE MEDICINAPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Infectologia e Medicina TropicalUFMGManoel Otávio da Costa Rochahttp://lattes.cnpq.br/9191945730512864Ana Thereza Chaves LagesEduardo Antônio Ferraz CoelhoIsabela Maria Bernardes GoulartAlexsandro Sobreira GaldinoRicardo Toshio FujiwaraMaria Aparecida de Faria GrossiBárbara Proença Nardi Assis2024-07-15T13:00:14Z2024-07-15T13:00:14Z2024-03-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/1843/70544porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMG2024-07-15T13:00:16Zoai:repositorio.ufmg.br:1843/70544Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oairepositorio@ufmg.bropendoar:2024-07-15T13:00:16Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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