Estresse em cordeiros pelo transporte rodoviário e seu efeito sobre características da carcaça e carne

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fredson Vieira e Silva
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-9KHFSV
Resumo: Objetivou-se avaliar cordeiros durante e após transporte rodoviário e suas carcaças e carnes. Foram utilizados oitenta cordeiros distribuídos num delineamento casualizado em esquema fatorial 4x4, sendo quatro grupos com diferentes áreas disponíveis (0,180; 0,208; 0,235 e 0,277 m2 animal-1 de 36,64±2,13 kg) durante cada traslado e quatro transportes distintos com durações crescentes (105, 232, 452 e 630 min). Dividiu-se este experimento em quatro seções, na primeira discute-se sobre o comportamento dos cordeiros durante os transportes, depois sobre as variações fisiológicas e hematológicas, em seguida sobre perdas de peso vivo e das carcaças e, por último, as características qualitativas das carnes. Cordeiros transportados no grupo 0,180 m2 animal-1 tiveram menores possibilidades de deitar e do grupo 0,208 m2 animal-1, quando deitaram, tiveram dificuldades em se levantar. Estes resultados levaram a dois casos de hematomas em toda a extensão da carcaça. As concentrações de adrenalina e perdas de peso vivo aumentaram com a duração das jornadas e foram amenizadas com o acréscimo de espaço. A equação = 426,5976 + 8,4825tempo - 0,0371(área x tempo2) pode ser utilizada para determinação destas perdas, em gramas. O cortisol e a creatina quinase apresentaram maiores concentrações em transportes mais longos (universo de 105 a 630 min) no pré-abate. O acréscimo de espaço durante o transporte não afetou as características das carcaças. Transportes mais longos aumentaram intensamente as perdas nas carcaças quentes e frias; foram encontrados acréscimos nas perdas na ordem de 0,28 e 0,30 kg para cada 100 km percorridos, respectivamente. As perdas de peso da carne durante o descongelamento foram crescentes com aumento da duração das jornadas e também em cordeiros que estavam alocados em maiores espaços (universo de 0,180 a 0,208 m2 animal-1), mesmo não havendo diferença no pH final. Cordeiros que foram transportados por mais tempo apresentaram carnes com maiores perdas durante o cozimento e maiores forças de cisalhamento. Não se recomenda que o transporte, para qualquer duração, seja realizado em áreas disponíveis por animal abaixo de 0,21 m2 animal-1. Cordeiros que foram transportados abaixo deste valor apresentaram resultados comportamentais e hematológicos que evidenciaram o aumento do estresse. Alternativas devem ser buscadas para dimunuir a duração do deslocamento da fazenda ao frigorífico. As perdas decorrentes desta etapa devem fazer parte da planilha de custos para cálculo da margem bruta do produtor.
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Cordeiros transportados no grupo 0,180 m2 animal-1 tiveram menores possibilidades de deitar e do grupo 0,208 m2 animal-1, quando deitaram, tiveram dificuldades em se levantar. Estes resultados levaram a dois casos de hematomas em toda a extensão da carcaça. As concentrações de adrenalina e perdas de peso vivo aumentaram com a duração das jornadas e foram amenizadas com o acréscimo de espaço. A equação = 426,5976 + 8,4825tempo - 0,0371(área x tempo2) pode ser utilizada para determinação destas perdas, em gramas. O cortisol e a creatina quinase apresentaram maiores concentrações em transportes mais longos (universo de 105 a 630 min) no pré-abate. O acréscimo de espaço durante o transporte não afetou as características das carcaças. Transportes mais longos aumentaram intensamente as perdas nas carcaças quentes e frias; foram encontrados acréscimos nas perdas na ordem de 0,28 e 0,30 kg para cada 100 km percorridos, respectivamente. As perdas de peso da carne durante o descongelamento foram crescentes com aumento da duração das jornadas e também em cordeiros que estavam alocados em maiores espaços (universo de 0,180 a 0,208 m2 animal-1), mesmo não havendo diferença no pH final. Cordeiros que foram transportados por mais tempo apresentaram carnes com maiores perdas durante o cozimento e maiores forças de cisalhamento. Não se recomenda que o transporte, para qualquer duração, seja realizado em áreas disponíveis por animal abaixo de 0,21 m2 animal-1. Cordeiros que foram transportados abaixo deste valor apresentaram resultados comportamentais e hematológicos que evidenciaram o aumento do estresse. Alternativas devem ser buscadas para dimunuir a duração do deslocamento da fazenda ao frigorífico. As perdas decorrentes desta etapa devem fazer parte da planilha de custos para cálculo da margem bruta do produtor.The transport of lambs, when in an inappropriate way, cause problems in the animals welfare and losses on carcass and meat traits. In this context, we aimed to evaluate lambs during and after road transport, and their carcasses and meat subjected to different areas occupied by animals and driven transport times. We used eighty lambs distributed into a randomized design in a 4 x 4 factorial scheme, four groups with different occupied areas ( 0.180, 0.208, 0.235 and 0.277 m2 animal-1 of 36,64±2,13 kg) during each journey and four different trips with increasing driven times (105, 232, 452 and 630 min). This work was divided into four sections, in the first one it is discussed on the behavior of lambs during transportation, after that on physiological and hematological changes, and finally, loss of body weight and carcass and meat quality characteristics. Lambs transported in the group 0.180 m2 animal-1 had lower chances to lie, in the group 0.208 m2 animal-1, when they laid, they had difficulty in getting up. These results led to two cases of severe bruises on carcasses. The enlargement of space during the trip did not increase the number of injuries, or loss of balance and falls. The concentrations of adrenaline increased with the duration of the journey and they were softened with the enlargement of space. Same behavior was observed for loss of body weight. The equation = 426.5976 + 8.4825 time - 0.0371 (area x time2) can be used to determine these losses in grams. The cortisol and creatine kinase showed higher concentrations for longer journeys in the pre slaughter. The enlargement of space during the transportation did not affect carcass traits. Longer transportations significantly increased losses in hot and cold carcass: they were found increases in losses about 0.28 and 0.30 kg for every driven 100 km, respectively. Weight losses of meat during thawing were increasing with longer journeys and also in lambs that were allocated in larger spaces, even with no difference in the ultimate pH. Lambs in longer transportation had meat with the larger losses during cooking and larger shear forces. The longer transportation the more decreased the meat red content.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGOvino CarcaçasAnimais TransporteOvinoOvino Efeito do stressCarne ovinaAbateOvinoBem-estarEstresse em cordeiros pelo transporte rodoviário e seu efeito sobre características da carcaça e carneinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALtese_fredson.pdfapplication/pdf5497383https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9KHFSV/1/tese_fredson.pdf8ee6e0727d59aecfadaaa1c0bf98fc69MD51TEXTtese_fredson.pdf.txttese_fredson.pdf.txtExtracted texttext/plain328202https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-9KHFSV/2/tese_fredson.pdf.txte4d22b3772ea8f2154cb4d5dbcb2edbcMD521843/BUOS-9KHFSV2019-11-14 16:05:34.491oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUOS-9KHFSVRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T19:05:34Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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