A desinformação científica no meio digital: dos mecanismos de funcionamento às estratégias de enfrentamento

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Max Melquíades da Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/47615
Resumo: No contexto heterogêneo das redes sociais, prosperam ativistas de movimentos antivacina, curandeiros, conspiracionistas, charlatães, revisionistas históricos, influencers, fanáticos religiosos e neo luddistas, que têm ocupado esses espaços com narrativas de grande apelo popular, relativizando a ideia de verdade e atacando a atividade científica. Este trabalho tem como objetivo compreender o perfil da desinformação científica na web e sua possível relação com as pseudociências. A desinformação científica se caracteriza por conteúdos falsos com discurso negacionista em relação aos consensos científicos em uma postura anticiência, com frequente recurso a narrativas conspiracionistas e a mobilização de evidências alternativas em uma tentativa de mimetizar uma aparência de ciência legítima. Nesses conteúdos, o conhecimento científico é questionado e, muitas vezes, categorizado como falso ou ideologicamente enviesado. O trabalho analisou a conformação da desinformação científica e suas relações com as pseudociências, buscando compreender seus mecanismos de funcionamento e propor estratégias de enfrentamento. A pesquisa se classifica como básica, pois visa gerar conhecimento novo elencando evidências. Quanto aos objetivos, a pesquisa é descritiva. A abordagem é qualitativa e os procedimentos técnicos são pesquisa documental e estudo de múltiplos casos em ambiente digital. Em uma primeira fase, foram consultados 5.234 artigos de análise produzidos por serviços de checagem de desinformação brasileiras e norte-americanas em 2019. Dessa análise documental, 111 artigos se referiam à desinformação científica. Foram avaliadas as características exógenas (plataformas, mecanismos de difusão) e endógenas (estratégias discursivas, enquadramentos da mensagem e a visão acerca da ciência, etc.) da desinformação referenciada. Os resultados indicaram que 68% da desinformação científica da amostra se caracterizou por notória ausência de sofisticação metódica, linguística ou de conteúdo e não tem a ciência necessariamente um alvo, mas como referente para fundamentar alegações, gerar alarmismo, humor, audiência e renda. Nos outros 32% do corpus se observa um discurso alinhado com pseudoteorias, dotado de fundamentos mais amplos e, amiúde, com algum refinamento metódico ou linguístico. Em uma segunda fase, foi realizado estudo das interações entre criadores e usuários no YouTube, com apoio de software de rastreamento para coleta de dados. A observação demonstrou a existência de um mercado consumidor de discursos pseudocientíficos que se apresentam como solução moral e epistêmica a uma suposta degradação da atividade científica tradicional, fornecendo soluções fáceis e baratas a numerosos seguidores. A desinformação científica se apresentou atrelada a esse discurso. Foram delineadas estratégias de enfrentamento da desinformação e evidenciados desafios para a ciência da informação em sua preocupação com o problema da informação e suas relações com o desenvolvimento social e humano.
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Foram delineadas estratégias de enfrentamento da desinformação e evidenciados desafios para a ciência da informação em sua preocupação com o problema da informação e suas relações com o desenvolvimento social e humano.In the heterogeneous context of social networks, activists from anti-vaccination movements, healers, conspiracyists, charlatans, historical revisionists, influencers, religious fanatics and neo-Luddists thrive, who have occupied these spaces with narratives of great popular appeal, relativizing the idea of truth and attacking the scientific activity. This work aims to understand the profile of scientific disinformation on the web and its possible relationship with pseudosciences. Scientific disinformation is characterized by false content with a denialist discourse in relation to scientific consensus in an anti-science stance, with frequent use of conspiracy narratives and the mobilization of alternative evidence in an attempt to mimic an appearance of legitimate science. In these contents, scientific knowledge is questioned and often categorized as false or ideologically biased. The work analyzed the conformation of scientific disinformation and its relations with pseudosciences, seeking to understand its working mechanisms and propose coping strategies. The research is classified as basic, as it aims to generate new knowledge by listing evidence. As for the objectives, the research is descriptive. The approach is qualitative and the technical procedures are documental research and multiple case studies in a digital environment. In a first phase, 5,234 analysis articles produced by Brazilian and North American disinformation checking services were consulted in 2019. From this document analysis, 111 articles referred to scientific disinformation. The exogenous (platforms, dissemination mechanisms) and endogenous (discursive strategies, message framing and vision of science, etc.) characteristics of the referenced disinformation were evaluated. The results indicated that 68% of the scientific disinformation in the sample was characterized by a notorious lack of methodical, linguistic or content sophistication and that science does not necessarily have a target, but rather as a reference to substantiate claims, generate alarmism, humor, audience and income. In the other 32% of the corpus, there is a discourse aligned with pseudo-theories, endowed with broader foundations and, often, with some methodical or linguistic refinement. In a second phase, a study of the interactions between creators and users on YouTube was carried out, with the support of tracking software for data collection. The observation demonstrated the existence of a consumer market of pseudoscientific discourses that present themselves as a moral and epistemic solution to a supposed degradation of traditional scientific activity, providing easy and cheap solutions to numerous followers. Scientific disinformation was linked to this discourse. Strategies to face disinformation were outlined and challenges for information science were highlighted in its concern with the problem of information and its relationship with social and human development.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Gestão e Organização do ConhecimentoUFMGBrasilECI - ESCOLA DE CIENCIA DA INFORMAÇÃOCiência da informaçãoDesinformaçãoRedes de relações sociaisInformaçãoDesinformação científicaPseudociênciaPós-verdadeA desinformação científica no meio digital: dos mecanismos de funcionamento às estratégias de enfrentamentoScientific disinformation in the digital environment: from working mechanisms to coping strategiesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALTese Max rev. 05-10.pdfTese Max rev. 05-10.pdfapplication/pdf7352072https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47615/1/Tese%20Max%20rev.%2005-10.pdfecc48f27d73a2b85f28790e615344baeMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/47615/2/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD521843/476152022-12-01 09:26:59.415oai:repositorio.ufmg.br:1843/47615TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2022-12-01T12:26:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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