Relação da eficiência ventilatória e da função pulmonar de repouso com a capacidade funcional de indivíduos com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Roseane Santo Rodrigues
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9KGK8X
Resumo: O prejuízo da função cardíaca, representado pela redução do débito cardíaco, é considerado um importante determinante da intolerância ao exercício, ineficiência ventilatória e dispneia observada em indivíduos com insuficiência cardíaca (IC). O padrão ouro para avaliação do estado funcional e comprometimento ventilatório em pacientes com IC é o teste de esforço cardiopulmonar (TECP). Na impossibilidade de se realizar esse teste, o estado funcional é também avaliado por teste ergométrico, testes de esforço submáximo ou mesmo estimado por meio de questionários. No entanto, na ausência do TECP, a avaliação do comprometimento ventilatório geralmente não é realizada. Com a intenção de identificar possíveis instrumentos que também contribuam para essa avaliação, os objetivos deste estudo foram: 1) identificar a associação das variáveis ventilatórias fornecidas pelo TECP com a capacidade funcional máxima de forma a eleger as variáveis mais sugestivas de relação com a capacidade de exercício, 2) avaliar a relação entre variáveis obtidas por diferentes métodos de avaliação da capacidade funcional (máxima e submáxima), desempenho estimado e capacidade ventilatória (função pulmonar, incluindo a força muscular inspiratória, e eficiência durante o exercício) em pacientes com IC, comparando com indivíduos saudáveis e 3) a partir do objetivo anterior, identificar outros instrumentos e medidas que apresentam boa relação com variáveis ventilatórias obtidas pelo método padrão ouro. Vinte e oito indivíduos com IC classes I a III da New York Heart Association (grupo IC - GIC) e 28 saudáveis (grupo controle - GC), média de idade 44,93±9,69 e 40,18±10,78 anos, respectivamente, realizaram TECP em esteira eletrônica com protocolo em rampa (teste máximo) e teste de caminhada de seis minutos (teste submáximo). Em um estudo piloto, 15 destes voluntários (8 GIC e 7 GC) foram submetidos também a avaliação pela espirometria, manovacuometria digital e responderam o questionário Duke Activity Status Index. Para comparação entre os grupos, foram utilizados os testes t de Student ou Mann Whitney. Foram realizadas correlações de Pearson ou Spearman. O nível de significância adotado foi p<0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (Parecer CAAE14833213.3.0000.5149). Conforme esperado, foram encontrados piores índices de capacidade funcional máxima e submáxima e de eficiência ventilatória no GIC (p<0,001). Foram observadas correlações da capacidade funcional máxima com as variáveis equivalente ventilatório de dióxido de carbono (VE/VCO2) (r=-0,48; p=0,009), eficiência do consumo de oxigênio (oxygen uptake efficiency slope_OUES) (r=0,83; p<0,0001), pulso de oxigênio (VO2/FC) (r=0,60; p=0,001) e pressão parcial expirada de dióxido de carbono (PETCO2) (r=0,42; p=0,026) nos pacientes com IC. Também foram observadas correlações entre a capacidade funcional submáxima e as variáveis VE/VCO2 (r=-0,48; p=0,010), OUES (r=0,46; p=0,015) e PETCO2 (r=0,43; p=0,022) nesse mesmo grupo de pacientes. Valores mais baixos de pressão inspiratória máxima (PImax) foram observados no GIC (p<0,0001). Embora sem significância estatística (p=0,067), valores mais baixos da função pulmonar também foram observados no GIC. Também foram observadas correlações entre as variáveis espirométricas (capacidade vital forçada - CVF e volume expiratório forçado no primeiro segundo - VEF1) e a medida de capacidade máxima (r=0,76; p=0,029 e r=0,83; p=0,010, respectivamente); entre a PImax e a capacidade submáxima (r=0,87; p=0,005); bem como, do VE/VCO2 e o PETCO2 com o desempenho predito (r=-0,95; p<0,0001 e r=0,90; p=0,002, respectivamente), em indivíduos com IC. Destacam-se as correlações de elevada magnitude das variáveis CVF, VEF1 e PImax com o VE/VCO2 (r=-0,71; p=0,047; r=-0,71; p=0,047 e r=-0,74; p=0,035, respectivamente), e entre o VEF1 e o OUES (r=0,74; p=0,036), no subgrupo GIC. No subgrupo de indivíduos saudáveis, foram observadas boas associações das variáveis espirométricas (CVF e VEF1) com o OUES (r=0,89; p=0,007 e r=0,87; p=0,011, respectivamente) e com o VO2/FC (r=0,96; p=0,001 e r=0,76; p=0,047, respectivamente). O índice PETCO2 não apresentou relação com nenhuma das medidas ventilatórias de repouso. Em conjunto, esses dados sugerem que a associação das avaliações da capacidade submáxima, desempenho estimado e da função pulmonar (incluindo a força muscular inspiratória) podem ser utilizadas para otimizar a triagem, diagnóstico e tratamento do comprometimento ventilatório em pacientes com IC, principalmente na ausência de acesso ao teste de esforço cardiopulmonar máximo.
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spelling Raquel Rodrigues BrittoGiane Amorim Ribeiro SamoraRoseane Santo Rodrigues2019-08-12T01:26:02Z2019-08-12T01:26:02Z2014-02-27http://hdl.handle.net/1843/BUBD-9KGK8XO prejuízo da função cardíaca, representado pela redução do débito cardíaco, é considerado um importante determinante da intolerância ao exercício, ineficiência ventilatória e dispneia observada em indivíduos com insuficiência cardíaca (IC). O padrão ouro para avaliação do estado funcional e comprometimento ventilatório em pacientes com IC é o teste de esforço cardiopulmonar (TECP). Na impossibilidade de se realizar esse teste, o estado funcional é também avaliado por teste ergométrico, testes de esforço submáximo ou mesmo estimado por meio de questionários. No entanto, na ausência do TECP, a avaliação do comprometimento ventilatório geralmente não é realizada. Com a intenção de identificar possíveis instrumentos que também contribuam para essa avaliação, os objetivos deste estudo foram: 1) identificar a associação das variáveis ventilatórias fornecidas pelo TECP com a capacidade funcional máxima de forma a eleger as variáveis mais sugestivas de relação com a capacidade de exercício, 2) avaliar a relação entre variáveis obtidas por diferentes métodos de avaliação da capacidade funcional (máxima e submáxima), desempenho estimado e capacidade ventilatória (função pulmonar, incluindo a força muscular inspiratória, e eficiência durante o exercício) em pacientes com IC, comparando com indivíduos saudáveis e 3) a partir do objetivo anterior, identificar outros instrumentos e medidas que apresentam boa relação com variáveis ventilatórias obtidas pelo método padrão ouro. Vinte e oito indivíduos com IC classes I a III da New York Heart Association (grupo IC - GIC) e 28 saudáveis (grupo controle - GC), média de idade 44,93±9,69 e 40,18±10,78 anos, respectivamente, realizaram TECP em esteira eletrônica com protocolo em rampa (teste máximo) e teste de caminhada de seis minutos (teste submáximo). Em um estudo piloto, 15 destes voluntários (8 GIC e 7 GC) foram submetidos também a avaliação pela espirometria, manovacuometria digital e responderam o questionário Duke Activity Status Index. Para comparação entre os grupos, foram utilizados os testes t de Student ou Mann Whitney. Foram realizadas correlações de Pearson ou Spearman. O nível de significância adotado foi p<0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (Parecer CAAE14833213.3.0000.5149). Conforme esperado, foram encontrados piores índices de capacidade funcional máxima e submáxima e de eficiência ventilatória no GIC (p<0,001). Foram observadas correlações da capacidade funcional máxima com as variáveis equivalente ventilatório de dióxido de carbono (VE/VCO2) (r=-0,48; p=0,009), eficiência do consumo de oxigênio (oxygen uptake efficiency slope_OUES) (r=0,83; p<0,0001), pulso de oxigênio (VO2/FC) (r=0,60; p=0,001) e pressão parcial expirada de dióxido de carbono (PETCO2) (r=0,42; p=0,026) nos pacientes com IC. Também foram observadas correlações entre a capacidade funcional submáxima e as variáveis VE/VCO2 (r=-0,48; p=0,010), OUES (r=0,46; p=0,015) e PETCO2 (r=0,43; p=0,022) nesse mesmo grupo de pacientes. Valores mais baixos de pressão inspiratória máxima (PImax) foram observados no GIC (p<0,0001). Embora sem significância estatística (p=0,067), valores mais baixos da função pulmonar também foram observados no GIC. Também foram observadas correlações entre as variáveis espirométricas (capacidade vital forçada - CVF e volume expiratório forçado no primeiro segundo - VEF1) e a medida de capacidade máxima (r=0,76; p=0,029 e r=0,83; p=0,010, respectivamente); entre a PImax e a capacidade submáxima (r=0,87; p=0,005); bem como, do VE/VCO2 e o PETCO2 com o desempenho predito (r=-0,95; p<0,0001 e r=0,90; p=0,002, respectivamente), em indivíduos com IC. Destacam-se as correlações de elevada magnitude das variáveis CVF, VEF1 e PImax com o VE/VCO2 (r=-0,71; p=0,047; r=-0,71; p=0,047 e r=-0,74; p=0,035, respectivamente), e entre o VEF1 e o OUES (r=0,74; p=0,036), no subgrupo GIC. No subgrupo de indivíduos saudáveis, foram observadas boas associações das variáveis espirométricas (CVF e VEF1) com o OUES (r=0,89; p=0,007 e r=0,87; p=0,011, respectivamente) e com o VO2/FC (r=0,96; p=0,001 e r=0,76; p=0,047, respectivamente). O índice PETCO2 não apresentou relação com nenhuma das medidas ventilatórias de repouso. Em conjunto, esses dados sugerem que a associação das avaliações da capacidade submáxima, desempenho estimado e da função pulmonar (incluindo a força muscular inspiratória) podem ser utilizadas para otimizar a triagem, diagnóstico e tratamento do comprometimento ventilatório em pacientes com IC, principalmente na ausência de acesso ao teste de esforço cardiopulmonar máximo.The injury of cardiac function, characterized by reduced cardiac output, is considered an important determinant of exercise intolerance, ventilatory inefficiency and dyspnea in patients with heart failure (HF). The gold standard tool to evaluate the functional state and ventilatory damage in patients with HF is the cardiopulmonary exercise test (CPET). The functional state is also evaluated by ergometric test, submaximal effort tests or estimated by questionnaires, especially when is impossible to apply the CPET. However, the evaluation of ventilatory damage is not frequently achieved if the CPET is not available. To identify possible instruments that may contribute to this evaluation, the purposes of this study were: 1) to identify the association of ventilatory variables from CPET with maximal functional capacity to select the best suggestive variables of relation with exercise capacity, 2) to evaluate the relation between variables gotten by different methods of functional capacity (maximal and submaximal), estimated performance and ventilatory capacity (pulmonary function, including the inspiratory muscular strength, and efficiency during exercise) in patients with HF, and compare to healthy subjects and 3) from previous objective, identify other instruments and measures that present good relation with ventilatory variables from gold standard method. Twenty eight patients with HF classes I to III of New York Heart Association (heart failure group - GHF) and 28 healthy subjects (control group - GC), age 44.93±9.69 and 40.18±10.78 years, respectively, did a CPET in an electronic treadmill with ramp protocol (maximal test) and a six minute walk test (submaximal test). In a pilot study, 15 of these participants (8 GHF e 7 GC) were also submitted to a spirometry test, a digital manovacuometry and answered the Duke Activity Status Index questionnaire. Comparing the groups, the Students t-test or Mann Whitney test were used. Correlations of Pearson or Spearman were performed. Significant level was set at p<0.05. The Ethics Committee of Research of UFMG (Appear CAAE14833213.3.0000.5149) approved this study. Statistics differences in values of maximal and submaximal functional capacity, ventilatory efficiency indices, cardiac function and maximal inspiratory pressure were observed between GIC and GC (p<0.001). As expected, worse indices of maximal and submaximal functional capacity and ventilatory efficiency were observed in GIC subjects (p<0.001). Correlations between maximal functional capacity and oxygen uptake efficiency slope (VE/VCO2) (r=-0.48; p=0.009), oxygen uptake efficiency slope (OUES) (r=0.83; p<0.0001), oxygen pulse (VO2/FC) (r=0.60; p=0.001) and end-tidal carbon dioxide partial pressure (PETCO2) (r=0.42; p=0.026) were found in patients with HF. Correlations between submaximal functional capacity and VE/VCO2 (r=-0.48; p=0.010), OUES (r=0.46; p=0.015) and PETCO2 (r=0.43; p=0.022) were also observed in this group of patients. Smaller values of maximal inspiratory pressure (MIP) were observed in GIC (p<0.0001). Although there was no statistic significance (p=0.067), smaller values of pulmonary function were also observed in GIC. Correlations between spirometric variables (forced vital capacity - FVC and forced expiratory volume in 1 second - FEV1) and the maximal capacity (r=0.76; p=0.029 and r=0.83; p=0.010, respectively); MIP and submaximal capacity (r=0.87; p=0.005); VE/VCO2 and PETCO2 with estimated performance (r=-0.95; p<0.0001 and r=0.90; p=0.002, respectively) were observed in subjects with HF. A high magnitude correlation between the variables FVC, FEV1 and MIP with VE/VCO2 (r=-0.71; p=0.047; r=-0.71; p=0.047 and r=-0.74; p=0.035, respectively), and between FEV1 and OUES (r=0.74; p=0.036) were found in the GIC subgroup. In the subgroup of healthy subjects, good relation of spirometric variables (FVC and FEV1) with OUES (r=0.89; p=0.007 and r=0.87; p=0.011, respectively) and VO2/FC (r=0.96; p=0.001 and r=0.76; p=0.047, respectivamente respectively) was observed. No association was observed between PETCO2 index and rest ventilatory variables. Together, these data suggest that the association of submaximal capacity, estimated performance and pulmonary function (including the inspiratory muscular strength) is a possibility to optimize the screen, diagnosis and treatment of ventilatory damage in patients with HF, mainly when the cardiopulmonary exercise test is not available.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGTestes funcionais dos pulmõesInsuficiência cardíacaTestes de função respiratóriaForça muscularCapacidade FuncionalFunção pulmonarForça muscular inspiratóriaInsuficiência cardíacaEficiência ventilatóriaCapacidade funcionalRelação da eficiência ventilatória e da função pulmonar de repouso com a capacidade funcional de indivíduos com insuficiência cardíacainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdissertacao_roseane_santo_rodrigues_2014.pdfapplication/pdf2186580https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9KGK8X/1/dissertacao_roseane_santo_rodrigues_2014.pdf8bab77c50e2796286774dbd957dcb35aMD51TEXTdissertacao_roseane_santo_rodrigues_2014.pdf.txtdissertacao_roseane_santo_rodrigues_2014.pdf.txtExtracted texttext/plain182642https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9KGK8X/2/dissertacao_roseane_santo_rodrigues_2014.pdf.txtf72f1d45b8f47f0a537ebb7024da7d5fMD521843/BUBD-9KGK8X2019-11-14 10:47:35.905oai:repositorio.ufmg.br:1843/BUBD-9KGK8XRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T13:47:35Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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