Ecofisiologia da germinação de sementes de Xyris (Xyridaceae) de campos rupestres

• Autor(a) principal: Túlio Gabriel Soares Oliveira
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFMG
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/1843/55412
• topic: Cciclos sazonais de dormência; Dormência de sementes; Dormência secundária; Banco de sementes do solo,; Aquecimento global; Fisiologia vegetal; Sementes - Dormência; Banco de sementes; Aquecimento global; Xyridaceae

O gênero Xyris (Xyridaceae) apresenta aproximadamente 100 espécies amplamente distribuídas nos campos rupestres brasileiros. Neste trabalho foram realizados estudos relacionados à ecofisiologia da germinação de espécies de Xyris típicas dos campos rupestres. No primeiro capítulo, sementes de três espécies de Xyris (X. asperula, X. subsetigera e X. trachyphylla) foram enterradas em uma área de ocorrência natural com a finalidade de investigar a ocorrência de ciclos sazonais de germinação e dormência, e avaliar longevidade in situ das sementes. Para isso, as sementes foram exumadas a cada dois meses e a germinação foi avaliada em uma ampla faixa de temperaturas constantes. No segundo capítulo avaliou-se a variação interanual na germinação de sementes de uma população de X. longiscapa durante quatro anos consecutivos (2014-2017), além da longevidade in situ e a ocorrência de ciclos sazonais de dormência nas sementes produzidas em 2014. No terceiro capítulo foram determinados os requerimentos para a germinação (luz e temperatura) de seis espécies de Xyris (X. asperula, X. pilosa, X. seubertii, X. subsetigera, X. sp. e X. trachyphylla). A partir dos dados de germinação foram calculadas as temperaturas base (Tb) e o requerimento térmico para a germinação de 50% das sementes (θ50) de quatro espécies. Esses dados, em conjunto com a faixa térmica de germinação de cada espécie, foram utilizados para prever o comportamento germinativo das espécies no cenário atual e em cenários de aumento de temperatura. Sementes enterradas de X. asperula, X. longiscapa, X. subsetigera e X. trachyphylla formam banco de sementes persistente e exibem ciclos sazonais de germinação e dormência. Em todas as espécies, a dormência secundária é adquirida a partir da metade da estação chuvosa e superada durante a estação seca. Sementes de X. longiscapa coletadas em 2014 apresentaram um maior grau de dormência em relação aos outros anos possivelmente resultante de efeito do ambiente maternal. Sementes de Xyris apresentam requerimento absoluto de luz para germinação. A faixa térmica degerminação e o requerimento térmico é variável entre as espécies. Demonstrou-se que a germinação de sementes de X. subsetigera, X. pilosa e X. seubertii são mais afetadas pelas temperaturas mais altas, enquanto as sementes de X. asperula, X. sp. e X. trachyphylla são mais tolerantes ao aumento de temperatura, não apresentando redução no percentual de germinação quando submetidas a temperaturas mais altas.